Ficool

O Invocador Tarado

DaoistPukOzQ
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Synopsis
Yue Yang era apenas um estudante comum até ser arremessado para um mundo onde o poder é medido pelas bestas que você invoca. Preso no corpo do filho mais fracassado do Clã Yue – um jovem que cometeu suicídio após ser humilhado por não conseguir invocar nem uma formiga mágica –, ele decide que, se vai viver essa vida, será sob suas próprias regras. Em sua primeira tentativa, ele realiza o impossível: faz um contrato com um grimório de invocação, algo que seu antecessor não conseguiu em quinze anos. Mas esse é apenas o primeiro de seus segredos. Enquanto outros invocadores lutam para conquistar feras, Yue Yang descobre possuir habilidades únicas e proibidas. Enquanto isso, ele precisa navegar um ambiente familiar hostil, onde primos invejosos e um clã que o despreza tramam para arruinar seu futuro. De um dia para o outro, Yue Yang se torna o homem mais caçado de todo o reino, com uma recompensa colossal por sua cabeça. Agora, ele precisa aprender a controlar seu poder avassalador, proteger sua nova família e descobrir os segredos de sua própria existência neste mundo, tudo enquanto corre atrás de cada linda mulher que aparece em sua frente. Uma nova leitura da obra Long Live Summons
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Chapter 1 - Capítulo 1 – Em Outra Dimensão

Yue Yang estava voltando para casa depois de um longo dia na escola. Cansado, olhava para as nuvens quando viu uma pessoa voando no céu. Ela tinha uma aura majestosa, capaz de abrir o céu com apenas um pensamento. A figura, que carregava uma espada, voava de forma instável, parecendo prestes a cair.

O menino esticou o pescoço e gritou: "Mano, não voa tão rápido! Suas calças estão caindo!".

A pessoa no céu caiu de cabeça no chão, bem perto dele.

Yue Yang nem se preocupou em ver se o homem estava bem. Em vez disso, pegou a espada que brilhava com uma luz dourada e exclamou: "Posso te chamar de meu Mestre?, esta espada voadora é um tesouro! Você vai quebrá-la jogando assim. E se acertar uma criança? Ou mesmo se machucar as flores e a grama? Que tal este seu discípulo cuidar dela? Deixe que eu a proteja para o senhor...".

O velho sacerdote taoísta no chão quase tossiu sangue. Depois de milhares de anos de vida, era a primeira vez que encontrava alguém tão sem vergonha a ponto de chamá-lo de mestre sem cerimônia.

"Mestre! Seu discípulo já está em idade de casar, mas ainda não encontrou uma companheira certa. O senhor não teria uma neta, por acaso? Não sou muito exigente com aparência ou idade..." Yue Yang riu de modo travesso. Finalmente, o sacerdote, furioso, não aguentou mais e deu um chute em seu traseiro, gritando: "Some daqui! Vá embora, seu moleque!"

E assim, Yue Yang foi lançado em outra dimensão...

"Ah! Ele mexeu os olhos! Meu irmão acordou!" Os olhos de Yue Yang ainda estavam pesados quando uma voz juvenil e animada, cheia de alívio, ecoou em seus ouvidos.

“Shuang Er, vá com calma, deixe seu irmão respirar...” Veio em seguida uma voz feminina, maternal e suave, transbordando uma preocupação genuína.

Yue Yang piscou, tentando se orientar. O velho sacerdote taoísta havia sumido. Em seu lugar, uma garota de não mais que doze ou treze anos, com olhos grandes e curiosos, espreitava ele de perto. Ela usava um vestido simples de um verde suave, e seu cabelo escuro estava preso em duas tranças laterais que balançavam quando ela se mexia. Pulseiras de prata com pequenos sinos tilintavam suavemente em seus pulsos a cada movimento.

A menina — Shuang Er — esticou a mão, não para beliscar, mas para tocar suavemente a testa dele, como se checando sua temperatura. "Você está bem, irmão?"

Antes que Yue Yang pudesse processar a pergunta ou a estranheza da situação, uma figura se moveu atrás da garota. Era a dona da voz maternal. Uma mulher de aparência serena, talvez no final de seus trinta anos, com um rosto bondoso e olhos que, mesmo marcados pela preocupação, transbordavam uma gentileza calorosa. Seu cabelo estava preso de maneira prática, mas alguns fios soltos frameavam seu rosto, dando-lhe um ar acolhedor. Ela vestia roupas simples, mas bem cuidadas.

Que mulher impressionante, pensou Yue Yang, não com desejo, mas com um senso instantâneo de admiração e confiança. Ela emanava uma força tranquila e protetora.

Foi essa mulher quem falou, seu rosto antes aliviado agora carregado de uma seriedade preocupada: “Yue Yang... não faça isso de novo. Você nos assustou demais. Pular no rio? Por quê?” Seu sussurro era carregado de emoção. “Se algo tivesse acontecido com você, como eu explicaria para o espírito da sua mãe? Ela te confiou aos meus cuidados. Eu te vejo como um filho.”

Yue Yang ficou paralisado. Pular no rio? Os fragmentos de sua memória recente — o sacerdote, o chute, a queda — não incluíam água. Um frio percorreu sua espinha. Ela me confundiu com outra pessoa. Com seu verdadeiro filho, que tentou se matar.

A menina, Shuang Er, fez uma expressão carrancuda, dirigindo-se ao Yue Yang imaginário que ela conhecia. “Foi por causa da Xue, não foi? Ela não vale isso, irmão! Quando o Tio voltar, peça para ele te ensinar uma lição de verdade, para você ficar forte e mostrar para ela!”

A confusão de Yue Yang só aumentou. Xue? Tio? Lição? Ele estava completamente perdido. O pânico começou a surgir. Se eles descobrissem que ele não era quem pensavam ser... as consequências seriam imprevisíveis. Melhor ficar quieto e observar.

A mulher — a quem ele deduziu ser sua tia ou uma figura similar — suspirou, seu olhar suavizando ao ver a palidez e a confusão silenciosa no rosto dele, que ela interpretou como arrependimento.

“Shuang Er tem razão, de uma forma infantil”, disse ela, sua voz mais calma. “Há outras jovens no mundo. A filha da Família Xue fez sua escolha. Uma parceria para a vida deve ser construída sobre respeito mútuo, não sobre obrigação ou desespero.” Ela se inclinou para frente, colocando uma mão fresca e reconfortante em sua testa. “Você é um jovem da Família Yue. Aprendeu sobre honra e perseverança desde o berço. Não jogue tudo fora por um coração que não é seu.”

Yue Yang, ainda se sentindo como um peixe fora d'água, conseguiu apenas balbuciar um “Sim...” concordando com qualquer coisa para acalmar a situação.

Um alívio visível lavou o rosto da mulher. “Bom. Bom. O importante é que você está são e salvo. Descanse agora. Você precisa recuperar suas forças.” Ela se levantou, pegando a mão de Shuang Er. “Vamos, menina. Deixe seu irmão descansar.”

Shuang Er relutou, lançando um último olhar preocupado para Yue Yang antes de ser gentilmente guiada para fora.

Na porta, a mulher parou e se virou, seu olhar fixo no dele, sério mais uma vez. “Yue Yang. Prometa-me. Nenhuma mais bobagem. Seu pai e seu tio... a linhagem deles continua em você. Bing Yue é só uma adolescente, Shuang é apenas uma criança. Você é o futuro desta família. A responsabilidade é grande, mas você não está sozinho. Lembre-se disso.”

Yue Yang sentiu o peso daquelas palavras, um fardo destinado a outro. Ele acenou com a cabeça, sentindo-se um impostor. “Eu prometo.”

Ela estudou seu rosto por um longo momento, parecendo satisfeita com o que viu, e então saiu, fechando suavemente a porta atrás de si.

Sozinho, Yue Yang deixou escapar um longo suspiro. A tensão drenou de seu corpo. Que confusão. O verdadeiro Yue Yang deve estar no fundo do rio, e eu... eu fui parar na cama dele. A absurdez da situação era avassaladora.

Seu olhar vagou pelo quarto, simples mas arrumado, até pousar em um objeto em cima de uma mesa de madeira escura. Era um livro. Mas não um livro comum. Era enorme, com uma capa que parecia ser de um metal escuro e desgastado, cravejada com caracteres que ele não conseguia ler. Parecia incrivelmente antigo e pesado.

Uma curiosidade irresistível tomou conta dele. Era como a atração por um novo jogo, um mistério esperando para ser desvendado. Quase sem perceber, ele estendeu a mão, seus dedos ansiosos para tocar a capa texturizada.

No instante em que sua pele fez contato com o metal frio, uma luz dourada suave irrompeu do livro, enchendo o quarto com um brilho quente e pulsante.

Yue Yang recuou, protegendo os olhos. Então, uma enxurrada de... algo que não eram palavras, mas conceitos, sensações, conhecimento puro, explodiu em sua mente. Era como se uma biblioteca inteira estivesse sendo despejada em seu crânio de uma só vez, esmagadora, incompreensível, mas ao mesmo tempo profundamente familiar. Ele não entendia, mas sentia.

Dentro dele, algo profundamente adormecido despertou. Não era uma voz, mas uma presença, um eco de poder que ressoava em seu próprio ser, como uma música celestial que ele sempre soube, mas nunca tinha ouvido. Em sua mente, vislumbrou a imagem daquela espada voadora do sacerdote, girando elegantemente, não como uma arma, mas como uma extensão de uma vontade pura, dançando no ar segurada por uma forma luminosa e graciosa.

A luz dourada diminuiu, recuando para o livro, que agora brilhava suavemente. O livro então levantou-se sozinho da mesa, flutuando no ar diante dele, peso algum. Yue Yang não o segurava; ele percebia o livro, como se fosse uma parte dele que sempre estivera faltando, tão natural quanto mover um braço.

O que estava acontecendo?

Um soluço abafado veio da porta.

Yue Yang ergueu os olhos. A mulher estava lá, uma mão cobrindo a boca, seus olhos arregalados e cheios de lágrimas que rolavam livremente por seu rosto. Ela tremia, segurando na ombreira da porta para se sustentar. Finalmente, suas pernas cederam e ela caiu de joelhos.

“Yue Yang... você... você conseguiu...” ela sussurrou, sua voz um misto de incredulidade e êxtase. “O contrato... o grimório... você fez o contrato!” Ela inclinou a cabeça, suas lágrimas molhando o piso de madeira. “Obrigada... oh, obrigada aos céus... à sua mãe... eu sabia... eu sempre soube que você não era...” Ela estava tão dominada pela emoção que mal conseguia falar, suas palavras se perdendo em gratidão e choro.

Yue Yang saiu rapidamente da cama, sentindo uma pontada de culpa por sua decepção, mas também um calor genuíno por sua reação tão visceral. Ele se ajoelhou ao lado dela. “Tia” ele disse, usando o termo que parecia correto.

Antes que ele pudesse dizer mais, Shuang Er apareceu na porta, seu cata-vento vermelho esquecido em sua mão. Ela olhou para a mãe ajoelhada e chorando, e depois para o irmão, sua expressão infantil cheia de perplexidade.

“Mãe?”, ela chamou, sua voz pequena e confusa. “Por que Si Niang está chorando?”

Yue Yang, sempre rápido para aproveitar uma oportunidade, colocou os braços ao redor de sua tia com um ar de preocupação. Com um movimento suave, mas firme, ele a ajudou a levantar. Ao se erguerem, o corpo curvilíneo e trêmulo dela se pressionou contra o dele por um instante que lhe pareceu simultaneamente eterno e curto demais. Seu perfume, uma fragrância intrigante e madura de âmbar e jasmim, invadiu seus sentidos, nada maternal e tudo menos inocente. O contato inesperado, macio e convidativo, fez seu coração acelerar de forma instantânea e decididamente não fraternal. Um pensamento rápido e irreverente cruzou sua mente: 'A Família Yue definitivamente sabe como criar suas viúvas...'

Ele a segurou um momento a mais do que o estritamente necessário, sentindo a forma dela contra seu corpo antes de, relutantemente, afrouxar um pouco o abraço. Seu olhar, no entanto, desviou-se para Shuang Er, ainda parada na porta, observando a cena com seus olhos arregalados e inocentes. Yue Yang ofereceu à irmã um sorriso desconcertado, tentando disfarçar a euforia súbita que não vinha apenas do grimório.