Ficool

Chapter 19 - Capítulo 19 – Vamos acabar com essa sua Virgindade

Na noite seguinte, o alvo de Yue Yang era mais ambicioso: o próprio [Herói] de Nível 3-Intermediário, 'Tie Kuang', também conhecido como a 'Besta Blindada'.

Este não era um peixe pequeno como Rocha. Tie Kuang era o chefe, o cérebro por trás do Grupo de Mercenários Besta Violenta, um dos três grandes pilares da podridão que sustentava a Cidade da Pedra Branca. Seu título de [Herói] não foi forjado em batalhas honrosas, mas martelado nas bigornas da infâmia: opressão, extorsão e assassinato. Uma dúzia de famílias clamava por sua cabeça, suas vidas arruinadas por sua ganância.

Mas Tie Kuang era intocável. Um sobrenome influente no Império Da Xia estendia sua sombra protetora sobre ele, e sua astúcia política era tão afiada quanto sua lâmina – ele presenteara o Lorde da Cidade com uma concubina que agora sussurrava veneno e favores em seu ouvido todas as noites. A Guilda de Assassinos local considerava-o uma causa perdida, um risco muito alto para uma recompensa muito política.

Para Yue Yang, isso não o tornava um alvo perigoso; tornava-o um prêmio.

Após a facilidade com que despachou Rocha, ele sentiu um frio desejo por um desafio maior. Matar Tie Kuang seria como caçar um javali raivoso depois de abater uma lebre. Satisfatório. E o "fertilizante" de um [Herói] de Nível 3 seria, sem dúvida, de qualidade superior para sua Flor Espinhosa. A planta havia digerido Rocha, ganhando poder, mas não evoluiu. Ela ainda ansiava por mais, e Yue Yang estava mais do que disposto a fornecer.

O abismo de poder entre ambos era vasto. Este último era o primeiro degrau verdadeiro para se tornar um Grande Invocador, um título concedido após sobreviver a um "Refinamento da Morte". Para a maioria, enfrentar Tie Kuang seria um suicídio.

Para Yue Yang, um Ranker [Inato] – mesmo um novato –, Tie Kuang era pouco mais que um inseto barulhento. Um único fio de seu [Qi da Espada Invisível] poderia tirar a sua vida. Mas onde estava a diversão nisso? A caça, a manipulação, a conquista... era disso que ele realmente gostava. Ele queria Tie Kuang vivo, consciente e aterrorizado, um presente embrulhado para sua planta faminta.

Sua primeira parada, no entanto, não foi a toca do leão. Foi a Taverna Oriental, um antro notório onde informações e prazeres eram vendidos na mesma moeda. Ele entrou, seus olhos escaneando a sala com a precisão de um falcão... mas não em busca de álcool.

Ele procurava por um tipo específico de distração.

Várias senhoras bem dotadas e experientes se aglomeravam como abelhas ao redor de uma flor rica. Seus olhos se iluminaram quando Yue Yang, com um gesto teatral, jogou um punhado de moedas de prata no ar.

"O Jovem Mestre quer se divertir?", uma delas purrou, suas palavras meladas como mel envenenado. "Jogo de dois? Ou de três?" Outras se juntaram, formando um mar de decotes e perfumes baratos, suas mãos ágeis agarrando as moedas antes que atingissem o chão.

Yue Yang riu, um som baixo e convidativo, enquanto era envolto por aquele mar de carne macia e perfumada. Ele não resistiu, permitindo que o sufocassem momentaneamente, sua própria máscara escondendo o sorriso de raposa que se formava em seus lábios. Para os outros homens na taverna, ele era um jovem tolo prestes a ser devorado por hienas ávidas. Eles riram, verdes de inveja, já imaginando o esqueleto minguado do ladrão sendo carregado para fora na manhã seguinte.

Uma das mulheres, com um riso cheio de malícia, deslizou para o colo de Yue Yang, rebolando suavemente enquanto se acomodava. Inclinou-se para beijar-lhe o pescoço, mordiscando a pele antes de sugar com força, deixando uma marca escura como se quisesse assiná-lo ali mesmo. A outra agarrou sua mão e levou os dedos à boca, engolindo-os um a um até o fundo da garganta, lambendo-os de volta com prazer exagerado, como se cada gesto fosse feito para exibir o quanto o desejava diante de todos.

O que elas não viram foi o olhar calculista por trás da diversão de Yue Yang. Este era um disfarce, um investimento.

Ele se deixou ser guiado para fora pela multidão de mulheres, apenas para reaparecer na porta momentos depois, antes mesmo que os primeiros goles de cerveja fossem dados. A taverna ficou em silêncio.

"Já acabou, irmão?", zombou um mercenário barbudo, um sorriso obsceno em seu rosto. "Nem tirou a calça, né? Que desperdício de prata!"

Yue Yang encolheu os ombros com uma expressão de mock consternation. "Quem, eu? Oh, não, bons senhores. Eu era apenas o mensageiro. Um cliente generoso lá fora pagou por sua companhia. Disse que queria um 'arranjo grupal'. Quem sou eu para me intrometer em tal festa?" Sua mentira foi entregue com uma lábia tão suave que quase parecia verdade.

O alívio e a diversão tomaram conta da sala. Eles haviam subestimado o garoto! Era apenas um mensageiro! A inveja deu lugar a um humor condescendente.

Yue Yang, o mestre da leitura de salas, soube capitalizar. Ele pegou mais duas moedas de prata – um investimento minúsculo – e as jogou no balcão. "Uma rodada para todos os meus bons irmãos! Pago pela minha modesta comissão! E bebamos para que aquele sortudo lá fora... sobreviva à noite!" A piada foi recebida com gargalhadas e gritos de aprovação. Ele os havia comprado por trocados.

Foi então que seus olhos, afiados como os de um pássaro, pousaram em uma figura solitária sentada em um canto escuro. A ladra de olhos brilhantes. Ela estava encolhida sobre uma caneca, claramente tentando passar despercebida, seu desdém por ele quase palpável.

Perfeito, pensou Yue Yang, sua raposa interior esfregando as patas.

Ele se aproximou com passos largos e descontraídos, caindo na cadeira em frente a ela sem ser convidado. "Irmão! Sabia que te encontraria aqui!", ele exclamou, sua voz muito alta para o espaço íntimo. "E então? Aquela visão anterior... não foi educativa? Não fique embaraçado! Todo mundo tem que começar de algum lugar. Até o grande Confúcio disse: 'O apetite e o desejo residem na natureza do homem'. Palavras sábias, não acha? Não há vergonha em aprender com os experts!"

Os olhos da ladra faiscaram por trás de sua máscara. Ele podia sentir a onda de raiva e nojo que emanava dela. Ela ficou rígida, seus dedos se apertando ao redor de seu copo.

Yue Yang inclinou-se para frente, sua voz baixando para um sussurro conspiratório que era, no entanto, projetado para ser ouvido por aqueles ao redor. "Irmão, custa-me ver você tão... inexperiente. É uma tragédia! Hoje à noite, vai ficar resolvido. Vou arranjar um quarto, a minha conta! Vamos acabar com essa sua virgindade irritante de uma vez por todas!"

A audácia da proposta foi tão chocante que até os mercenários bêbados ao redor ficaram em silêncio por um momento, antes de explodirem em risadas ainda mais altas.

A ladra ficou paralisada. Ele não estava apenas zombando dela; ele estava a expondo, vestindo-a de incompetente e virgem perante toda a taverna, tudo sob o disfarce de "bondade de irmão". Era um golpe de mestre em humilhação.

Yue Yang manteve o olhar, seu próprio olho brilhando com diversão maliciosa por trás de sua máscara. Ele não estava apenas se divertindo; ele estava testando-a, provocando-a, forçando-a a sair de seu esconderijo. Ele a tinha onde queria: irritada, embaraçada e completamente focada nele.

E um alvo emocional, ele sabia, era sempre um alvo fácil.

More Chapters