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PAX MORTIS

Shamas
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Synopsis
In the relentless shadow of Ancient Rome, a man awakens in chains with no memory of his past. Named Lucius Mordus by circumstance, he finds himself thrust into the brutal world of gladiatorial combat—a nameless slave with nothing but his wits and fighting instincts. Unlike his fellow captives, who cling to hope or succumb to despair, Lucius faces his imprisonment with cold calculation. With no memories to constrain his morality or past attachments to weaken his resolve, he recognizes a fundamental truth: in this world where men are treated as property, power is the only currency that matters. From the blood-soaked sands of provincial arenas to the marble halls where the Roman elite play their deadly political games, Pax Mortis chronicles Lucius' methodical rise in Roman society. With infinite patience and ruthless pragmatism, he transforms himself from expendable entertainment into an indispensable asset, leveraging every relationship, exploiting every opportunity, and eliminating every obstacle.
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Chapter 1 - 1: Awakening in the Shadows

O cheiro intenso de suor e sangue, misturado com urina, invadiu o nariz do jovem antes mesmo que pudesse recobrar sua consciência.

Lucius Mordus era o nome do jovem jogado ao chão, seu corpo estava bastante dolorido, ele sentiu o chão frio e úmido que seu corpo repousava por um tempo indeterminado.

A escuridão seria quase completa, se não fosse os pequenos espaços entre as paredes que passavam pequenos caminhos de luz, através de pequenas aberturas nas paredes de pedra.

—Onde eu estou? —disse a voz rouca pela falta de líquido.

Lucius então tentou organizar seus pensamentos, sua mente estava confusa, pelos pensamentos desordenados, pedaços de memórias flutuavam em sua mente, lugares que ele não lembrava de ter estado, rostos sem nomes, conhecimentos aprendidos, mas não se lembrava de como havia os apreendidos.

Lucius então ergueu suas mãos trêmulas em frente ao seu rosto estavam calejadas, com diversas cicatrizes ele ficou confuso, pois não sabia como as havia obtido.

Ele percebeu que em volta dos seus pulsos havia correntes pesadas que circulavam os seus pulsos ligadas a uma argola de ferro, presa na parede de sua cela

Foi então que uma voz áspera disse.

—Finalmente, acordado rato?

Lucius, virou-se em direção à voz, ele percebeu a figura alta de um homem encostado na parede oposta o homem, possuía ombros largos, braços definidos e um conjunto de músculos desenvolvidos por anos de treinamento físico.

—Quem é você? —perguntou Lucius, com um grande desconforto em sua garganta.

Uma risada alta foi sua resposta de início.

O homem logo em seguida disse:

—Ninguém é importante, assim como você não, somos nada, não passamos de escravos para entreter as massas.

O Sujeito então se inclinou para frente, permitindo que a luz revelasse o seu rosto, cheio de cicatrizes, a que mais chamou atenção de Lucius, foi a que estava em um dos seus olhos permanente fechado.

O homem então se apresentou.

—Me chamo Caius, seu companheiro de cela até que um de nós morra na arena, o que provavelmente vai acontecer antes do ciclo lunar.

Arena.

A palavra despertou em Lucius algumas memórias fragmentadas de sua mente, homens lutando com espadas, uma areia cheia de sangue e uma multidão rugindo alto.

Logo surgiu uma palavra em sua mente gladiadores a palavra trouxe um conhecimento que ele não se lembrava de ter aprendido.

Em seguida Lucius perguntou:

—Onde estamos? —embora em sua mente já tinha uma ideia vaga sobre o lugar que estava.

O homem cheio de cicatriz então responde.

—No ludus de Quintus Calavius —respondeu Caius com desprezo, o homem então continuou:

—Uma pequena escola de gladiadores, aos arredores de Roma, não somos dignos o suficiente para lutar no Coliseu.

Roma.

A palavra trouxe fragmentos de memórias em sua mente, embora ele não se lembrasse do porquê, cultura e histórias sobre o império romano invadiram sua mente, sem qualquer tipo de contexto.

—Como vim parar aqui? —Lucius então perguntou.

Caius soltou uma risada sem humor e em seguida disse:

—Da mesma forma que todos os outros, você perdeu a sua liberdade, mas no seu caso você foi encontrado vagando como um louco nos arredores da cidade, Quintus o comprou por uma pequena quantidade de Denário com um grupo de soldados que faziam patrulha na cidade.

Lucius então, tentou acessar suas memórias, forçando sua mente ao máximo, a revelar seus segredos, mas ele encontrou apenas um vazio onde deveria haver um passado.

Lucius se sentiu frustrado, mas logo em seguida calculou de forma fria em sua mente:

"Se não posso lembrar quem fui ou quem sou, isso não importa mais, o que importa é quem vou me tornar, e como vou sobreviver a partir desse momento".

Essa ideia trouxe uma clareza em sua mente, já que ele não ficaria preso a um passado, ou qualquer tipo de princípio moral estabelecido, ele seria moldado de acordo com o ambiente em que estava.

—Por quanto tempo fiquei inconsciente? —Lucius então pergunta com sua voz já mais firme.

—Três dias, disseram que você estava ficando louco de febre, falando em línguas estranhas, mencionava coisas que ninguém conhecia, os guardas acharam que você estava possuído, Quintus acredita que gladiadores loucos trazem sorte.

Lucius então absorveu rapidamente as informações em silêncio, apesar dos lapsos de memória sua mente funcionava com uma precisão analítica surpreendente, já estava avaliando sua situação, calculando as possibilidades.

—E quais são as nossas chances de sobrevivência? —perguntou Lucius.

Caius estudou o homem por um momento, reavaliando e então disse:

—Para mim pouca, já estou velho, lento e já vivi além do que eu esperava, já você depende.

Lucius diz:

—De quê?

O velho Gladiador então respondeu enquanto inclinava a cabeça:

—De quanto você está disposto a sacrificar, o quão profundo consegue enterrar a sua humanidade, vejo algo diferente em seus olhos agora.

—E o que você vê? —perguntou Lucius de forma curiosa.

—Frieza, já vi esse olhar em diversos homens que sobreviveram muito tempo na arena, o do tipo que matavam sem hesitação, que enxergava o seu semelhante apenas como um gado a ser abatido —Caius disse enquanto estreitava seus olhos.

Lucius não respondeu, não havia necessidade, o velho Gladiador tinha enxergado a verdade que ele próprio acabou de descobrir, sem memórias para ter sua moral sem passado para definir sua identidade, ele estava livre para se moldar na arma mais eficiente possível para sua sobrevivência.

Então um som de porta se abrindo os interrompeu, um homem apareceu vestindo uma túnica de qualidade media, acompanhado por dois guardas armados.

—Ah, o nosso novo investimento finalmente acordou. —disse o homem examinando Lucius, com um olhar crítico como se estivesse avaliando um animal, e em seguida o homem Então diz:

—Sou Quintus Calavius, seu dominus, você me pertence de corpo e alma, até que a morte o liberte na arena, ou quando eu decidir que sua vida não tem mais valor.

Lucius encarou o homem, sem demonstrar qualquer tipo de emoção, esse seria o seu primeiro passo nesse mundo, se ele se submetesse iria garantir a sua sobrevivência de forma imediata, mas se não seguir as regras sua punição seria a morte.

—Entendo —Lucius respondendo com a voz neutra, ele não mostrou nenhum sinal de submissão, e nem qualquer tipo de desafio, apenas reconhecendo a sua própria realidade, enquanto mantinha suas próprias intenções ocultas.

Quintus pareceu surpreso com sua resposta, ele esperava claramente algum medo ou desafio Quintus então disse:

—Você fala bem fluente a nossa língua, para alguém que foi encontrado como um selvagem louco, libertem-no, vamos ver o que o escravo tem a oferecer —Quintus fez um gesto aos guardas.

Os guardas então hesitaram e comentaram:

—Senhor Ele acabou de acordar após três dias de febre, talvez...

Quintus cortou rapidamente os guardas enquanto comentava:

—Eu não pago vocês para pensar, mas sim para seguir ordens, libertem-no, se ele morrer no primeiro dia de treinamento, então não foi digno do preço que paguei, por menor que tenha sido.

Em quanto os guardas removiam suas correntes, Lucius permaneceu imóvel, observando os posicionamentos dos homens, as armas que carregavam, as possíveis rotas de fuga e a diferença de poder evidente entre Quintus e seus subordinados.

Ao tentar se levantar, sentiu suas pernas fraquejarem, mas se forçou a permanecer de pé, ele não poderia demonstrar fraqueza, compreendeu de forma instintiva que era um luxo que ele não podia se permitir.

Quintus então ordenou:

—Siga-me, vamos ver o que você sabe fazer antes de decidir se vale a pena alimentá-lo.

Enquanto caminhava para fora de sua cela, Lucius então sentiu o olhar de Caius, e se virou encontrando o olhar do velho Gladiador.

Caius disse em voz baixa:

—Lembre-se, aqui não existem amigos, nem honra, apenas aliados temporários e sobrevivência.

Lucius então assentiu, as palavras de Caius não eram novidade de alguma forma, ele compreendeu essa verdade como se fosse um conhecimento gravado em sua alma, e não apenas em sua memória.

Enquanto seguia Quintus pelo corredor, uma conclusão veio em sua mente:

"Nesse mundo de lobos, vou me tornar o Predador supremo, usarei cada pessoa, situação ou recurso disponível ao meu favor, a morte chega a todos, mas antes dela vou forjar meu próprio caminho."

O sol forte e intenso o cegou de forma momentânea quando Lucius estreitou seus olhos, tentando se adaptar a claridade do ambiente enquanto observava um espaço cercado por muros altos, o chão coberto de areia, manchado com alguns resquícios de sangue seco em alguns pontos, cercados por homens de várias idades e constituições físicas treinavam em diferentes grupos, sob o olhar atento do lanista.

Quintus Então veio ao lado de Lucius e disse:

—Bem-vindo ao seu primeiro dia da sua curta vida.

Lucius não respondeu, apenas observava e planejava em sua mente, o jogo havia acabado de começar e ele não tinha intenção de perder.