Ficool

Chapter 16 - 16#

O bando dos Piratas do Gato Preto, que navegava em direção à Vila Syrup, estremeceu.

Um arrepio gelado percorreu a espinha de todos, embora não soubessem de onde vinha.

Jango não deu muita atenção. Ainda tinham ordens do capitão Kuro para cumprir.

Era urgente chegar à vila para encontrar o "mordomo" e receber as instruções finais.

Mas… por que o clima parecia tão sufocante de repente?

"Será que o senhor Leon já está aqui?"

Os olhos de Kaya brilharam. Antes tão abatida na cama, ela se levantou de repente.

Mas Leon não tinha vindo direto — enviara dois companheiros primeiro para sondar a situação.

"Senhorita Kaya, é hora do seu remédio."

Klahadore entrou, óculos brilhando com um reflexo cortante.

A raiva faiscou no olhar da jovem.

Aquele homem, assassino de seus pais, ainda fingia ser um fiel mordomo. E agora, tramava contra ela com o mesmo rosto frio e servil.

"Obrigada… pode sair. Quero ficar um pouco sozinha."

Kaya respondeu com serenidade, sem trair qualquer anormalidade.

"Como desejar."

Kuro inclinou a cabeça, pousou a bandeja aos pés da cama e saiu do quarto. Mas assim que fechou a porta, deixou escapar o ódio em seus olhos.

"Maldita pirralha. Mal posso esperar para acabar com você."

Ele já havia esperado tempo demais. Seu plano estava pronto, e a impaciência o corroía.

O disfarce de anos como mordomo quase chegava ao fim. Mais dois dias e herdaria toda a fortuna. Mas aquela garota ousava desafiá-lo?

Kuro ajustou os óculos, liberando a fúria que guardava.

Sacou um Den Den Mushi e ligou.

"Jango, quando chegam?"

A voz fria de Kuro atravessou o casco do navio, fazendo os piratas se arrepiarem. Todos se lembraram do massacre que o capitão causara, sozinho, contra uma fragata inteira da Marinha. Quando chegaram ao convés naquela ocasião, só restava sangue e corpos.

"Capitão Kuro, já estamos quase lá." — respondeu Jango, apavorado.

"Ótimo. Assim que chegarem, hipnotizem Kaya. Depois… façam o que quiserem."

"Entendido!"

Jango apressou os homens, acelerando o ritmo.

Kuro desligou e finalmente sorriu.

Faltava pouco para que não precisasse mais servir aquela "senhorita".

"Senhor Klahadore! Um grupo de homens chegou aos portões dizendo ser piratas!"

Era Merry, mordomo leal à família, que entrou aflito.

"Piratas?" Kuro pensou em Jango. Mas acabara de falar com ele — ainda não tinha chegado. Então quem eram?

"O que querem?"

"Disseram que vieram comprar um navio!"

Merry parecia sem graça. Não acreditava que piratas viessem negociar como clientes.

"Expulse-os. Não vendemos navios a piratas. A senhorita Kaya não deve se encontrar com esse tipo de gente. Acaba de se recuperar, não pode ser perturbada."

Kuro empurrou os óculos, os olhos faiscando de frieza.

Um imprevisto havia surgido, mas não lhe parecia grande coisa. Que mal poderia causar um grupo de piratas sem barco?

"Sim, senhor."

Merry concordou, embora pensasse em consultar Kaya. Mas acabou achando que Kuro estava certo. A jovem precisava de repouso.

Pouco depois, o som de vozes agitadas ecoou no pátio. Kuro não esperava por aquilo: Usopp tinha trazido os piratas até a mansão.

O olhar de Kuro se encheu de desprezo e fúria. Não devia ter deixado aquele mentiroso perambular.

"Capitão, tem certeza de que deve se encontrar sozinho com Lorde Kuro?"

Um dos piratas perguntou a Jango.

"Sem problema. Quando eu der o sinal, vocês atacam. Eu vou de bote até ele."

Jango não confiava nos idiotas do navio. Serviam para cumprir ordens simples. Mas, em algo delicado, poderiam estragar tudo.

"Plano simplório."

Uma voz diferente ecoou no convés.

Jango franziu o cenho, olhos semicerrados.

"Quem disse isso?"

Os homens olharam ao redor. Então notaram um espaço vazio no meio da tripulação. Leon estava ali, sorrindo com ironia.

"Quem é esse cara?"

"Foi recrutado agora?"

"Impossível, não trouxemos ninguém novo!"

"Então como apareceu aqui?!"

As armas foram sacadas, a tripulação cercou Leon, furiosa.

[Consegui me infiltrar nos Piratas do Gato Preto. Mas são ainda mais idiotas do que pensei. Precisaram de meia hora para perceber que não sou um deles. Os piratas estão ficando burros ou é esse bando em particular?]

Leon registrava no diário, divertido.

De repente, o céu limpo foi rasgado por um trovão ensurdecedor.

Um raio desceu com fúria sobre o navio dos Piratas do Gato Preto. As ondas se ergueram, e a embarcação explodiu em chamas e estilhaços. Em segundos, não restava nada.

Da varanda, Kaya ergueu os olhos, o coração acelerado. Já sabia de quem era aquele poder.

"Preciso ir até a costa, Klahadore!"

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