North Blue – Quartel-General de Germa 66
A batalha havia terminado. As tropas clonadas voltavam em silêncio, marchando como sombras sem vida.
Reiju, sentada de pernas cruzadas, observava o diário em suas mãos. O sorriso suave em seu rosto contrastava com a fama de "Veneno Cor-de-Rosa" que aterrorizava o North Blue. Ali, diante das páginas, parecia apenas uma mulher sonhadora.
— Será que esse homem realmente me conhece? — murmurou, brincando com uma mecha do cabelo rosado enquanto os olhos brilhavam.
Ao ver o nome de Sanji escrito, seu coração estremeceu. Seu irmão… no East Blue, em um simples restaurante no mar.
Desde pequeno ele já gostava de cozinhar, mesmo que a comida fosse intragável. A mãe sempre sorria para ele, e Reiju nunca esqueceu a cena.
Sanji havia encontrado o seu próprio caminho.
Reiju fechou o diário com delicadeza. — Mais cedo ou mais tarde, nossos destinos vão se cruzar… E quando acontecer, quero ver com meus próprios olhos quem é esse Leon de quem ele fala.
Determinada, levantou-se e caminhou até o laboratório de Judge. Os soldados-clone pararam para saudá-la, mas ela apenas acenou friamente, avançando até o cofre principal.
Ali, guardado em um cilindro metálico, estava o Raid Suit de Sanji — nunca usado, nunca desperto.
Reiju passou os dedos pelo recipiente e mordeu o lábio. — Então você realmente não conseguiu jogar fora… pai.
O som de passos ecoou pelo laboratório. Judge surgiu da penumbra, a sombra do capacete refletindo a luz fria.
— Reiju. — sua voz carregava desconfiança. — Por que está com esse Raid Suit?
Ela ergueu o rosto, mantendo o sorriso sereno. — Recebi informações de que Sanji está vivo… no East Blue. Quero trazê-lo de volta.
Os olhos de Judge cintilaram, surpresos. — Então aquele fracasso ainda respira? — murmurou, antes de recuperar a frieza. — Não perca seu tempo. Se ele quiser viver como um verme, que morra como um verme.
Reiju respirou fundo e, pela primeira vez, enfrentou o olhar dele. — Se os outros souberem que Sanji sobreviveu, isso pode manchar o nome da Germa. Deixe-me trazê-lo.
Houve um silêncio pesado. Então Judge virou-se, abrindo a porta com indiferença.
— Traga-o. Mas se ele se recusar… a Marinha ou o Governo Mundial darão um fim nisso.
Ele saiu sem mais uma palavra. Para ele, Sanji e Reiju eram apenas defeitos descartáveis.
Reiju soltou o ar preso nos pulmões e, finalmente sozinha, sorriu ao segurar o cilindro metálico.
— Sanji… ainda há potencial adormecido em você. Só precisa ser despertado.
...….
Diário – Recompensas Ativas
[Recompensa 1: +1% de aumento de força]
[Listagem: Kaya]
[Recompensa 2: Nome citado mais de dez vezes → Habilidade aleatória adquirida]
[Listagem: Kaya → Físico além do comum]
[Recompensa 3: Nome mais citado → Recompensa especial]
[Listagem: Kaya → Recompensa bloqueada pelo vencedor]
...….
Nami olhou para o diário em suas mãos, frustrada. Ontem à noite caíra no sono de tão exausta e, por isso, quase não fora mencionada. Não recebera nada.
Do outro lado do quarto, Kaya tremia. O corpo frágil, antes doente, agora pulsava com um calor desconhecido. Seus olhos brilharam em vermelho por um instante, como os de um dragão. O ar ao redor pareceu se tornar mais pesado.
Nami arregalou os olhos. — Kaya… o que aconteceu com você?
Kaya respirou fundo e sorriu, os lábios corados de vida como nunca antes. — Recebi… o Coração do Dragão Vermelho. Minha saúde foi restaurada. Meu corpo agora é mais forte, e… eu posso até cuspir fogo.
Girou sobre si mesma, rindo como uma criança. Pela primeira vez desde a infância, sentia-se livre. Sem dores, sem limitações, sem a sombra da morte a cada tosse.
Nami observou em silêncio, com um misto de surpresa e inveja. Kaya, a doce herdeira de Syrup Village, agora tinha a força de uma guerreira.
— Isso é incrível… — Nami sussurrou, mas seu peito se apertou. Se Leon continuasse a escrever o nome de Kaya com tanta frequência… ela poderia se tornar imbatível.