— É melhor se preocupar com você mesmo. — Leon suspirou, olhando Zoro com seriedade. — Se for para a Grand Line desse jeito… provavelmente não sobreviverá.
Zoro ficou em silêncio. O orgulho queimava dentro dele, mas sabia que seu imediato tinha razão. Ali, no East Blue, já havia sido ferido dessa forma… e no mar mais perigoso do mundo? Se não fosse mais forte, só restaria a morte.
Ele também sabia que Leon não era um homem comum. Vira com os próprios olhos o poder que carregava — raios que despedaçavam o céu, uma força avassaladora. Ainda assim, ouvir dele que não passava de fraco foi como receber uma lâmina no coração.
— Esses três manuais… — Leon abriu a mochila e jogou alguns livros para Zoro. — Armamento, Soru e Geppō. Se aprender isso, não será derrotado por ninguém no início da Grand Line. Mas se continuar sonhando acordado, vai acabar enterrado no caminho.
Zoro agarrou um dos livros e o folheou rapidamente. Os olhos se arregalaram: técnicas que jamais seriam encontradas no East Blue.
— Zoro, o mundo não espera preguiçosos. — Leon colocou a mão firme no ombro dele. — Você disse que seria o maior espadachim. Então, lute como alguém que pode carregar esse título. A vontade precisa ser maior que o talento.
Zoro cerrou os dentes, o silêncio transformado em fogo nos olhos.
...…..
Enquanto isso, Nami e Kaya haviam se aproximado. A jovem herdeira ainda tinha as bochechas coradas, lembrando das palavras do diário.
[O corpo dela é suave como seda, perfeita para acordar todo dia ouvindo "bom dia, meu marido"… Kaya é o retrato de uma esposa ideal. É a candidata perfeita para ser minha esposa e mãe dos meus filhos.]
As mãos de Kaya tremeram ao ler. O coração disparava, o rosto queimava de vergonha e expectativa.
— M-meu marido… — murmurou baixo, quase sem perceber.
— Esse idiota escreve qualquer besteira! — Nami interrompeu com uma careta, puxando a amiga para longe. — Não leve a sério. Ele só fala isso para todas.
Mas Kaya balançou a cabeça, os olhos brilhando.
— Não, Nami. O senhor Leon não fala por mal… eu acredito nele. Se ele escreveu, é porque está em seu coração.
Nami suspirou, exasperada. Sabia muito bem como Leon era — uma língua afiada para doces palavras, um rosto bonito para encantar, e um coração que corria atrás de todas. Mas ver Kaya se perder tão rápido naquela ilusão a deixava inquieta.
...…..
No meio do combate, quando Luffy já preparava o golpe final, o céu se rasgou num clarão.
— Raio do Julgamento! — A voz de Leon ecoou.
Um trovão colossal desceu sobre Kuro.
A explosão iluminou toda a mansão, o chão rachou e poeira ergueu-se no ar. O corpo do ex-capitão dos Gatos Pretos caiu enegrecido, inconsciente.
— Ei! — Luffy piscou, confuso. — Esse era meu golpe!
Leon sorriu de lado.
— Esse homem pertence aos aldeões. Eles merecem a recompensa. E nós precisamos de um navio.
Luffy coçou a cabeça e deu de ombros.
...…..
Naquela noite, a mansão de Kaya estava iluminada. Havia vinho, comida quente e risadas, coisas que nenhum deles tinha aproveitado desde que saíram ao mar.
Kaya se aproximou de Leon, o rosto corado pela luz das velas.
— Obrigada, senhor Leon. — disse, a voz doce, mas firme. — Por salvar a mim… e a minha vila.
Leon se inclinou levemente, aproximando-se dela, e murmurou de forma que apenas ela pudesse ouvir:
— Não precisa agradecer, Kaya. — seus olhos se prenderam nos dela. — Enquanto eu respirar, nunca deixarei que nada aconteça a você.
O coração da jovem disparou.
Nami, ao lado, apertou o copo com força.