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shattered dimensions

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Synopsis
Em Neo-Tóquio, 2147, uma megacidade cyberpunk sufocada por chuva ácida e neon opressivo, as megacorporações como NeuroTech e Synthara ditam o destino da humanidade através de implantes neurais e controle digital absoluto. Kira Voss, uma ex-agente traída pela Synthara e caçada como fugitiva S-Class, une forças com o mercenário Taka Nimura para uma missão suicida: infiltrar a fortaleza da NeuroTech e acionar o projeto secreto "Shattered Dimensions", um portal multiversal instável, visando usá-lo para destruir a corp e saltar para um mundo sem corpes. Vingança, caos quântico e liberdade entrelaçados em um hack fatal, onde um glitch pode fragmentar realidades inteiras.
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Chapter 1 - Capítulo 1: Upload do Caos

A megacidade pulsava como um coração mecânico sobrecarregado, um ritmo febril sob a chuva ácida de Neo-Tóquio, ano 2147, cujo gosto metálico e corrosivo grudava na língua de Kira a cada respiração.

Suas torres de neon rasgavam o céu envenenado como agulhas, injetando luz holográfica nas veias da noite. Propagandas das megacorps como NeuroLink e Synthara piscavam promessas de imortalidade digital para os que podiam pagar, enquanto o ozônio queimado dos anúncios flutuantes irritava as narinas.

Acima da poluição sufocante, os ricassos flutuavam em plataformas aéreas blindadas, seus corpos esculpidos por cirurgias genéticas e nanitos, rindo em festas onde drones serviam êxtase sintético em vapores nebulosos, dançando com IAs nuas em realidades virtuais que borravam linhas entre carne e código.

Nas ruas lamacentas abaixo, violência era o pulso diário: gangues ciborgues Yakuza explodiam rivalidades com granadas EMP. Membros decepados chiam faíscas enquanto sobreviventes gritavam: "Isso é pelo território, garoto-cromo!", o cheiro de carne queimada misturando-se ao vapor quente das poças.

Pessoas viciadas se arrastavam pelas calçadas, implantes neurais conectados a circuitos piratas de realidade aumentada, murmurando delírios: "Mais um hit, só mais um... eu vejo deuses no código!", caindo inertes em poças tóxicas, ignoradas pela multidão. O fedor de overdoses químicas pairava como névoa.

Policiais corporativos patrulhavam com exoesqueletos pesados, esmagando protestos com bastões de choque neural: "Disperse ou seja resetado!", deixando vítimas convulsionando, dados pessoais sugados para bancos corporativos, o zumbido elétrico ecoando com um formigamento no ar carregado.

Mercados negros pulsavam em túneis subterrâneos, cheios de traficantes vendendo órgãos hackeados e vírus personalizados. O ar estava carregado de sussurros e o toque úmido de paredes condensadas: "Compre agora, antes que os drones cheguem."

Mas nas sombras dessa Cybercity infernal, emergia Kira Voss, uma silhueta encapuzada cortando a névoa, implantes oculares piscando em azul gélido enquanto desviava de scanners. A chuva sibilava ao atingir seu casaco impermeável com um ardor químico na pele exposta.

Procurada pela polícia e pelas corpes, seu holograma de fugitiva flutuava em telas por toda a cidade: "Kira Voss: Traidora Classe S. Recompensa: 15 milhões de créditos. Neutralizar e extrair memória."

Ela pausou em um beco, ativando um jammer portátil que chiava contra os scanners — e então a memória a atingiu como um vírus antigo: fora uma agente de elite da rival Synthara Corporation, uma "trilha-rede" tecendo espionagem neural em missões secretas.

"Você é nossa melhor ferramenta, Voss", ecoou a voz sintética de seu manipulador em seu implante, de anos atrás: "Apague esses dissidentes da NeuroTech e ganhe aprimoramentos eternos", ordenara ele, enquanto ela subia ranks com hacks precisos, extraindo memórias de rivais e plantando backdoors em cérebros inimigos, leal ao crédito e ao poder.

Mas a traição veio como um glitch fatal: Synthara a usara como isca em uma guerra corporativa, apagando sua equipe para encobrir experimentos ilegais em humanos — testes roubados da NeuroTech que transformavam agentes em drones sem alma.

Eles hackearam sua mente, implantando memórias falsas de culpa, e a caçaram para silenciar o que ela descobrira, deixando-a como bode expiatório em um banho de sangue digital.

Agora fugitiva de ambas as corpes, Kira carregava o código de vingança em seu núcleo neural, sussurrando para o comunicador oculto enquanto acessava um mapa holográfico: "Synthara me criou, NeuroTech me quer morta. Ambos caem hoje. Iniciando o upload do caos."

Seus passos aceleraram rumo à zona restrita, jammer zumbindo, coração híbrido batendo em sincronia com o caos da cidade: "Pela equipe que queimaram, e pelo sistema que os devora." O chão escorregadio de lama tóxica chapinhava sob suas botas.

Kira mergulhou mais fundo no beco escuro, o jammer ainda ativo, até um painel enferrujado deslizar, revelando uma porta oculta em um esconderijo subterrâneo. O ar úmido e fétido de esgoto infiltrava-se em suas narinas.

Lá dentro, o ar cheirava a pólvora sintética e óleo de armas, com um toque acre de ozônio de circuitos sobrecarregados. Luzes LED vermelhas iluminavam caixas de munição empilhadas e telas de monitoramento piscando feeds piratas.

Seu colega e aliado, Taka Nimura, aguardava encostado em uma mesa de trabalho, um mercenário robusto com braços biônicos cromados e cicatrizes digitais dançando em sua pele tatuada. O calor metálico de suas próteses irradiava no espaço confinado.

Ele era especialista em contrabando de armas de fogo modificadas — rifles plasma roubados de linhas de produção corporativas e pistolas EMP que fritavam implantes a distância —, o músculo essencial para missões suicidas. Sua paixão vinha de um ódio antigo: Taka Nimura nasceu nas favelas subterrâneas de Neo-Tóquio, filho de um ferreiro Yakuza tradicional que fundia balas analógicas em forjas escondidas, em uma era onde armas de fogo eram relíquias banidas pelas megacorps em favor de energia plasma controlada.

Aos 15, viu sua família massacrada em uma raid corporativa da NeuroTech, que visava eliminar contrabandistas de munição real — balas que perfuravam escudos energéticos e não podiam ser rastreadas por redes neurais. Sobreviveu com um braço esmagado, fugindo e se augmentando no mercado negro com próteses biônicas roubadas para manejar armas pesadas, jurando vingança contra o sistema que devorava os fracos.

Tornou-se mercenário lendário, contrabandeando rifles Gauss que aceleravam projéteis a velocidades hipersônicas e pistolas com munição EMP embutida, fornecendo para gangues e rebeldes que desafiavam o monopólio das corpes. Cruzou caminhos com Kira anos atrás, durante uma operação da Synthara onde ela o contratou para um assalto, salvando-a de uma emboscada ao explodir um esquadrão inimigo com granadas caseiras, ganhando sua confiança.

"Armas de verdade não mentem como códigos", dizia Taka com sua voz grave, cicatrizes de batalhas antigas brilhando sob luz neon: "Elas matam limpo, sem backdoors". Sua lealdade era ao crédito e à liberdade, mas a traição de Kira à Synthara ressoou com sua própria perda, transformando-o em aliado fiel: "Essas corpes nos mastigam. Hora de cuspir chumbo nelas." Ele grunhiu com um sorriso torto, mastigando um cigarro eletrônico que exalava vapor azul, enquanto polia uma katana laser com precisão mecânica: "Chegou atrasada, Voss."

"Tráfego de drones, como sempre", respondeu Kira, removendo o capuz e conectando seu implante neural a um terminal dele, transferindo dados da missão em um flash silencioso. O formigamento elétrico corria por sua espinha neural.

Taka assentiu, olhos augmentados escaneando os blueprints da NeuroTech, olhos vermelhos piscando táticas: "Synthara te traiu, agora NeuroTech é o alvo. Eu forneço o fogo — granadas de pulso, drones de assalto. Você cuida do hack. Pela família que perdi, e pela que vamos vingar. NeuroTech sente o gosto de pólvora hoje."

"Exato. Entramos pelo esgoto nível 7, explodimos os guardas ciborgues, e eu injeto o vírus no núcleo", disse ela, voz fria enquanto ele lhe entregava uma pistola oculta em seu coldre. O metal frio pressionava contra sua palma.

"Por velhos times e novos começos", brindou Taka, batendo o punho biônico no dela, o som metálico ecoando no covil: "Vamos queimar esses bastardos corporativos."

Com armas checadas e planos sincronizados via link neural, os dois saíram para a noite chuvosa, carregando um arsenal em mochilas magnéticas, seus passos ecoando sincronizados enquanto Kira hackeava portas à frente. Uma dupla forjada no fogo do submundo cibernético, a chuva ácida sibilando novamente em suas peles augmentadas.

No esconderijo subterrâneo, Kira puxou do bolso interno do casaco um chip de dados iridescente, pequeno como uma unha, pulsando com luz azulada — um artefato roubado de um cofre neural da Synthara, contendo os arquivos ultrassecretos da NeuroTech.

"Toma, Taka. Isso é o coração da missão", disse ela, entregando o chip diretamente na palma biônica dele, que o escaneou instantaneamente com um leitor embutido no dedo. Holografias projetavam esquemas complexos no ar úmido, o zumbido quântico vibrando em seus ouvidos.

O projeto "Dimensões Despedaçadas" (Shattered Dimensions) era o pesadelo corporativo: um protocolo quântico para rasgar fronteiras do multiverso, acessando dimensões paralelas para extrair recursos infinitos — energia limpa, matéria exótica, até versões alternativas de tecnologias que fariam NeuroTech deuses absolutos.

Mas o dispositivo central, escondido no núcleo da torre, era instável: sobrecarregado, poderia colapsar realidades locais, criando um buraco negro digital que engoliria servidores, dados e toda a infraestrutura da corp em um glitch cataclísmico.

Kira queria usar isso como arma final — hackear o sistema, forçar a abertura forçada e redirecionar o colapso para destruir a NeuroTech de dentro, apagando seus líderes e firewalls em um evento apocalíptico. Sua única faísca de humanidade brilhava na visão de um salto para além do caos.

"E de brinde, Taka, se o portal se estabilizar por um segundo... eu saio dessa cidade maldita", sussurrou ela, olhos brilhando com esperança rara e desesperada: "Pulo para o outro lado, um mundo sem neon tóxico, sem corpes. O outro lado... Taka, você imagina? Um céu de verdade."

Taka guardou o chip em um slot seguro no braço, assentindo com um grunhido: "Arriscado pra caralho, mas se explode eles e te manda embora, eu cubro a retaguarda. Vamos estilhaçar essas dimensões e essa merda toda."

Com o chip sincronizado em seus implantes compartilhados, eles ativaram disfarces holográficos — uniformes falsos de manutenção —, saindo para a infiltração. O ar estava carregado de possibilidade multiversais e o cheiro persistente de ozônio queimado.

Kira sentiu o peso: vingança, destruição e escape entrelaçados no código. "Se falhar, morremos aqui. Se der certo, adeus Neo-Tóquio", murmurou, enquanto drones inimigos zumbiam ao longe. O ronco ecoava como um aviso tátil no peito.

A dupla mergulhou na rede de esgotos, armas prontas, rumo ao coração da torre onde o Dimensões Despedaçadas aguardava seu gatilho fatal. O lodo viscoso e fétido chapinhava sob seus pés, misturando-se ao gosto amargo de adrenalina.

Kira, a silhueta digital de linhas neurais piscantes, estendeu a mão para um portão de acesso selado. Seus dedos dançaram em padrões invisíveis enquanto hackeava o firewall com pulsos mentais, o código fluindo como sombras em sua visão augmentada.

"Porta aberta", sibilou ela pelo link neural, o mecanismo rangendo com um chiado hidráulico, revelando um corredor patrulhado por drones sentinelas.

Taka, o bloco de cromo analógico com músculos biônicos reluzindo sob a luz fraca, avançou primeiro. Rifle Gauss engatilhado — o som seco de aço real em movimento, não energia plasma rastreável —, cobrindo-a com um ombro largo enquanto atirava uma granada de pulso que fritou os sensores inimigos em faíscas silenciosas.

Ela deslizou atrás dele, dependente de seu fogo bruto para mascarar seus hacks sutis, enquanto ele contava com seus glitches digitais para abrir caminhos. Juntos, mente etérea e força tangível, avançavam pelo esgoto fedorento. O contraste de balas sólidas e códigos fantasmas unia-os contra a torre que se erguia como uma ameaça acima.