Nos dias seguintes, mergulhei no estudo do tomoe amarelo, o relâmpago vivo em meus olhos. Diferente da Terra, sólida e confiável, ou da Luz, precisa e veloz, o Raio era instável, selvagem — difícil de conter.
No primeiro treino, imaginei um arco de energia. O resultado foi desastroso: a descarga elétrica escapou antes de eu moldar a corda, ricocheteando nas paredes do Campo de Adaptação. O cheiro de ozônio queimado encheu o ar, e minhas mãos tremeram por minutos, dormente. Só no terceiro dia consegui estabilizar a forma. Assim nasceu o Arco-Íris Elétrico.
Cada flecha respondia a uma cor:
Vermelha — queimava ao impacto, incendiando tudo ao redor.
Azul — paralisava, como se os nervos se desligassem.
Verde — pulsava contra os sistemas internos, gerando dor difusa.
Amarela — pura e destrutiva, o raio em sua essência.
Roxa — um campo magnético que desarmava alvos artificiais simulados.
Branca — um clarão cegante, acompanhado de descarga elétrica.
Preta — absorvia energia, deixando o alvo sem forças.
"Versatilidade ofensiva elevada. Consumo de energia proporcional à cor escolhida, especialmente o preto", registrou Alpha X após as análises.
No quinto dia, dei vida à técnica mais instintiva até então. A energia negra crepitou em torno de mim, moldando-se em músculos felinos: a Pantera Negra. Ela correu pelo campo em um estalo, rápida como um trovão. Seus olhos brilhavam, e cada toque de suas garras liberava descargas paralisantes. Com esforço, consegui expandir sua aura, derrubando múltiplos alvos em uma única onda.
"Velocidade altíssima. Raio de imobilização: quinze metros. Risco de sobrecarga muscular para o usuário: elevado."
Eu já sentia esse risco. Meu corpo inteiro latejava após o treino, como se tivesse levado choques reais. O Raio não era apenas poder — era agressivo, exigente, consumia tanto o corpo quanto a mente.
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Naquela noite, Alpha X trouxe notícias externas:
— "Reunião extraordinária do conselho de Konoha detectada. Tema central: relatos de luzes estranhas, trovões sem chuva e pressentimentos entre os batedores."
Fechei os olhos, tentando visualizar a cena. Homens e mulheres de confiança do Hokage discutindo em voz baixa, alguns sugerindo espionagem inimiga, outros apontando para fenômenos naturais. Minato, provavelmente, mantendo a calma, mas atento.
Meu treino não passava despercebido. As ondas de energia ecoavam além do Campo de Adaptação. Konoha sentia.
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Enquanto repousava, a ideia amadureceu em minha mente: cada elemento refletia não só um aspecto do mundo, mas também de mim. Terra era solidez. Luz, precisão. Raio era velocidade, mas também instabilidade. Para dominá-lo de verdade, eu teria de aprender a não só controlá-lo, mas suportar sua fúria dentro de mim.
E os dias seguiam, um a um, aproximando a noite em que tudo mudaria.