Nos dias que se seguiram ao domínio inicial do Bedrock, continuei testando variações ofensivas. O peso da Terra me lembrava solidez, mas também podia ser afiada como lâmina.
No primeiro treino, tentei moldar fragmentos de Bedrock em forma de shurikens. A densidade absurda fazia com que fossem pesadas demais, caindo no chão antes de chegar ao alvo. Ajustei o tamanho e a proporção de chakra, até encontrar um equilíbrio entre peso e velocidade. No terceiro dia, finalmente acertei o ponto: as Bedrock Shurikens cortaram o ar como projéteis de guerra, impactando os alvos com força demolidora. O som seco das crateras abertas no chão me fez sorrir em silêncio.
"Alpha X, análise."
"As Bedrock Shurikens apresentam penetração superior contra barreiras médias e resistência notável. No entanto, consumo elevado de chakra por fragmento."
Ou seja: devastadoras, mas não algo para ser usado de forma descuidada.
No quarto dia voltei minha atenção ao tomoe branco radiante. O Estilo Luz sempre me intrigara: veloz, etéreo, quase oposto à firmeza da Terra. A primeira manifestação foi um clarão explosivo — um flashbang tão forte que eu mesmo precisei cobrir os olhos. Os alvos virtuais ficaram imóveis, sistemas de rastreamento desorientados. Perfeito para criar brechas.
No dia seguinte concentrei a energia de forma mais precisa, condensando-a em um ponto. Um feixe fino e incandescente atravessou o espaço em linha reta. O laser cortou uma barreira como se fosse manteiga. Alpha X registrou:
"Velocidade quase instantânea. Risco de sobrecarga ocular elevado."
A ardência nos meus olhos confirmava a advertência.
Animado, tentei experimentar variações cromáticas. Cada cor parecia alterar não só a aparência, mas a própria essência da luz:
Azul celeste: vibrou como uma onda de choque, lançando os alvos para trás.
Verde vibrante: envolveu alvos danificados, acelerando a regeneração simulada. Um eco distante do Flame Green Heal.
Vermelho flamejante: queimava, o calor irradiando até mesmo na pele.
Roxo do vazio: não destruiu, mas fez os alvos se moverem lentos, confusos, como se o tempo ao redor deles se arrastasse.
As cores tinham alma própria. E cada uma exigia um preço diferente de chakra e concentração.
Naquela noite, Alpha X relatou algo inesperado: patrulheiros de Konoha haviam comentado sobre clarões vistos além das muralhas, como se relâmpagos silenciosos iluminassem o horizonte. Nada foi encontrado, mas a tensão aumentava. Minato reforçou rondas discretamente, sem alarde. Sorri de leve — era o reflexo do meu treino, mas também um lembrete de que cada passo meu precisava ser calculado.
Refleti, exausto, deitado após os treinos: Terra e Luz. Peso e velocidade. Defesa absoluta e ataque que corta antes mesmo de ser percebido. Se Bedrock era a muralha, a Luz era a abertura que revelava caminhos ocultos. Duas faces que, juntas, poderiam ser o escudo e a lâmina de tudo o que eu queria proteger.