Diferente dos outros, Leon estava em silêncio, pensando.
[O enredo está prestes a começar. Logo será a vez do Sanji mostrar o que é amor.]
[Mas nunca imaginei que ele fosse alimentar um lobo ingrato… para, quatro dias depois, trazer gente para atacar este restaurante.]
[Não importa. O importante será quando o Mihawk aparecer. Só preciso me preocupar em proteger Nami e Robin durante essa batalha.]
[Mas algo está errado. Na história original, Nami deveria fugir com o Going Merry no meio da confusão.]
[Ela partiria sozinha, para não envolver os Chapéus de Palha… carregando todo o dinheiro que juntou.]
[Nami estava a poucos milhões de berries de completar os cem milhões para libertar sua vila.]
[Mas ela não sabe que já está sendo vigiada por Arlong.]
[Ele sabe exatamente quanto ela juntou. E, mesmo assim, o que realmente o interessa é o talento de Nami como navegadora.]
[Um talento tão raro que até o Leão Dourado a elogiou.]
[Isso mostra que, entre todos os navegadores do mar, Nami é um gênio absoluto.]
[No fim, não são os inimigos mais fortes que assustam no mar… mas os desastres naturais. E só Nami consegue evitá-los com instinto, melhor que qualquer instrumento.]
As mãos de Nami tremiam. O coração, antes frio, aquecia um pouco ao ler.
Ele… elogiava tanto assim o talento dela?
No fundo, era isso que ela mais queria ouvir — reconhecimento.
— Tsc… só fala bobagem — murmurou, corando, mas sem conseguir esconder o brilho nos olhos.
Robin a observou com um sorriso sereno.
— Uma navegadora assim… fico aliviada de tê-la no mesmo navio.
Mas, por dentro, Robin estava surpresa. Até o Leão Dourado a elogiou? Como Nami o conheceu? Que grupo de piratas é esse, afinal…
O diário continuou.
[Arlong nunca se importou com o dinheiro. Ele sempre quis o talento de Nami para controlar os mares.]
[Quando soube do tesouro, chamou o Coronel Rato, que roubou os cem milhões de berries que ela levou anos para juntar.]
[O riso dele ecoou… e Nami desabou em desespero.]
[Mas desta vez não. Porque agora ela não está sozinha. Desta vez, eu estarei lá. Mesmo que seja Arlong… até um Shichibukai terá de recuar diante de nós.]
[O mais importante é dar segurança à minha Nami. E, embora eu tenha encontrado Robin, só poderei me aproximar dela de verdade em Alabasta… ainda vai demorar.]
As lágrimas quase caíram dos olhos de Nami. Pela primeira vez, acreditou de verdade que não teria de enfrentar Arlong sozinha.
— Nami. Robin. — disse Leon, com um sorriso que poderia derreter qualquer coração. — Fiquem atrás de mim se algo acontecer.
Robin apenas assentiu, elegante.
— Claro. Eu ficarei atrás de você.
Nami, mordendo os lábios, fingiu frieza. Mas ao colocar mais comida no prato dele, seus olhos entregavam a confiança recém-nascida.
Enquanto isso, Luffy já insistia em recrutar Sanji. Soltou gargalhadas e quase foi chutado para fora da cozinha.
Sanji, sempre exagerado, trouxe uma rosa e a ofereceu com charme às duas mulheres. Mas antes que pudesse concluir, Leon arrancou a flor de sua mão.
— Obrigado, mas proteger minhas companheiras já é meu dever.
Sanji ficou estático, os olhos semicerrados. Um trovão brilhou na palma da mão de Leon, fazendo o loiro ranger os dentes.
— Hahahaha! — riu Luffy, orgulhoso. — Esse é o meu imediato!
De longe, Zeff estreitou os olhos. Um usuário de Akuma no Mi… poderoso. Esse garoto não é qualquer um.
O ar entre Sanji e Leon ficou carregado, mas em vez de briga, Leon se aproximou e pousou uma mão firme em seu ombro.
— Sanji… eu realmente acredito em você. Você não é só um cozinheiro. A sua comida pode dar felicidade verdadeira, algo que poucos no mundo conseguem fazer.
As palavras cortaram o orgulho do loiro como uma lâmina. Sanji corou, desviando o olhar, sem conseguir responder.