As habilidades de Sanji eram inegáveis — ele era um chef de primeira linha.
Suas receitas já haviam encantado até Charlotte Linlin, a própria Big Mom.
Um talento desses, se estivesse ao lado dela, seria tratado como um dos ministros mais importantes.
Mas agora, ainda parecia "verde demais" para tal.
— Oh… obrigado. — Sanji coçou a cabeça, confuso. O homem que momentos atrás o provocava, agora o elogiava.
Esse cara… quem diabos era? O jeito que o olhava não parecia um rival, mas alguém mais velho, como um irmão mais experiente.
O coração do cozinheiro ficou embaralhado.
— Sua culinária é ótima, mas muito limitada.
Tenho aqui duas receitas: uma de pratos chineses e outra da cozinha de Lu.
Com elas, você vai expandir muito sua visão de mundo. São pratos que você nunca viu.
Leon tirou dois cadernos de dentro do casaco e entregou a Sanji.
Os olhos do loiro brilharam ao folhear as primeiras páginas. As mãos tremiam.
— I-isso… isso é incrível!
Mas ao virar para a terceira página, sua expressão congelou.
Era uma folha em branco.
— E… o resto? — perguntou, franzindo o cenho.
Leon pigarreou.
— Ahn… não escrevi ainda. Mas prometo que entrego depois.
Sanji fechou o livro com força, tentando esconder a excitação.
— Então é isso… quer me recrutar? Esquece. Nunca vou abandonar este restaurante.
Leon ergueu a mão, tranquilo.
— Não é isso. O cozinheiro quem precisa é o capitão, não eu.
Só quero ser seu amigo. Você tem potencial. E esses cadernos… são presentes de amigo.
O loiro hesitou. Era difícil desconfiar de quem entregava um tesouro desses sem pedir nada em troca.
[Primeiro conquisto a confiança de Sanji. Depois, quando encontrar minha futura cunhada, Reiju, poderei avançar também.]
[Ela não escapa do meu destino. Não posso assustá-la logo de cara, preciso agir devagar.]
[Quanto a você, cunhado… não se preocupe. Não vou deixar que vá parar na Ilha dos Okamas. Com minha ajuda, você será bem recompensado.]
[Quando chegar a Ilha dos Homens-Peixe, poderá escolher entre todas as belas sereias — menos a Shirahoshi, claro.]
Nami, ao ler, quase quebrou o garfo de tanta raiva.
— Desgraçado…! — murmurou entre dentes, com uma veia pulsando na testa.
Mal tinha prometido protegê-las, e já estava de olho na irmã do cozinheiro?
Robin apenas sorriu discretamente. Já tinha visto homens poderosos se afogarem em arrogância.
Leon, ao menos, não escondia sua fraqueza: falava de mulheres como quem fala de sonhos, sem hipocrisia.
— Irmão… vou te reconhecer como tal pelo resto da vida! — disse Sanji de repente, rindo. — Mas não se meta com as mulheres. Isso é território meu.
Leon sorriu, retribuindo o aperto de mão.
— Livre escolha, então. Só não se esqueça: no fim, sempre escolhem a mim. Afinal, sou tão bonito.
Nami rolou os olhos, exasperada. Robin riu baixo.
Quando voltaram à mesa, Luffy perguntou:
— leon, ele vai pro mar com a gente?
— Ainda não. — respondeu o imediato, dando de ombros. — Isso é coisa sua, capitão.
Três dias se passaram. Durante esse tempo, Ron e Robin praticamente não se desgrudaram dentro do restaurante, bebendo e conversando. Nami precisou arrastá-lo de volta ao navio todas as noites.
Usopp suspirava, entediado, enquanto Zoro não parava de treinar.
— Esse navio é maluco… — murmurou.
Foi então que Nami estreitou os olhos, olhando para o horizonte.
Através da neblina, um vulto enorme avançava em direção ao Baratie.
— Uma nau de guerra… — murmurou ela. — Deve ser aquilo que o Leon previu. O ataque está para começar.