Leon sorriu discretamente e assentiu para Nami. Do lado de fora, a batalha já estava perto do fim. O bando de Buggy estava completamente disperso.
Zoro lidava com os capangas, enquanto Luffy focava apenas em Buggy. Para Zoro, aquilo era rotina. Já Luffy, mesmo contra a Bara Bara no Mi, conseguia explorar todas as falhas do palhaço. Juntos, derrubaram o grupo inteiro sem dificuldade. Buggy acabou arremessado longe, como já estava escrito em seu destino.
Luffy olhou para o chapéu de palha com três cortes no topo e fez uma careta.
— Esse cara era mesmo amigo do Shanks? Até furou meu chapéu…
Leon analisou o dano.
— Nada grave. É só costurar um pouco.
— É mesmo? Que alívio! — Luffy voltou a sorrir.
Nami surgiu carregando um baú. Dentro, havia cartas de navegação e alguns tesouros. Os olhos dela brilhavam, mas agora não estava sozinha: todos ajudaram a esvaziar o porão de Buggy. Não sobrou nada, nem comida nem bebida. Tudo foi parar no navio dela.
O barco de Buggy, parecido com um circo, não agradou ninguém.
— Eh… só temos um navio agora? — Luffy coçou a cabeça, confuso.
— Culpa sua, idiota. Foi você quem deixou o pássaro levar nosso barco — Zoro gritou.
— Espera… não é aquele ali o nosso? — Leon apontou para o mar.
Três piratas remavam com dificuldade. Eram os mesmos que Nami havia enganado antes. Ela arregalou os olhos: estavam vivos e, por sorte, tinham recuperado o barco. Zoro apenas riu e tomou a embarcação de volta, amarrando os três barcos juntos.
Partiram em direção ao próximo destino.
[ O próximo será o Usopp, com aquela irmã frágil e doente. Esse tipo de fraqueza é até fofo, transmite pureza. Uma garota assim precisa de proteção. ]
[ Antes disso, precisamos acabar com Kuro, ex-capitão dos Piratas do Gato Preto. Ele matou os pais de Kaya e se infiltrou como mordomo só para tomar a fortuna dela. Estava apenas esperando o momento certo para destruir a pequena. ]
[ Usopp parece um mentiroso covarde, mas carrega um talento raro. É filho de Yasopp, o atirador dos Piratas do Ruivo. Herdou a mira certeira do pai. ]
[ O problema é que Yasopp é um lixo de homem, abandonou esposa e filho pelo mar. Nunca voltou para ver o garoto. Um verdadeiro canalha. ]
[ Por isso, fica o aviso a todas as belas mulheres do mar: cuidado ao escolher um homem. Escolham alguém confiável, como eu. ]
[ Mas, de volta ao Usopp: ele tem grande potencial. No vento a favor, seguimos Zoro. Contra o vento, seguimos Luffy. E, no desespero, é Usopp quem brilha. Esse garoto sempre surpreende. ]
[ Assim encerro o segundo diário, o dos Piratas do Buggy. Talvez devesse registrar a história e as três Armas Ancestrais para não esquecer… mas com a Robin ao meu lado no futuro, não preciso me preocupar. Amanhã eu penso nisso. ]
[ Se eu puder dormir abraçado à Nami e à Robin, não vou ter arrependimentos na vida. ]
Leon fechou o diário e se deitou. Enquanto Luffy e Zoro dividiam o mesmo barco pequeno, ele se esparramava sozinho no seu, com um sorriso satisfeito. Nami também ficava sozinha, mas não conseguia dormir. Sentada no canto, o rosto ardendo em vermelho, pensava nas loucuras que ele escrevia. Esse idiota queria mesmo coisas tão bonitas?
Ela cerrava os punhos, com vontade de socá-lo até ele acordar para a realidade. Mas ainda não podia expor o diário. Guardaria tudo em silêncio e anotaria essa dívida contra Leon.
Do outro lado, quem lia o diário ficou chocado.
— Armas Ancestrais… — murmuraram em uníssono.
Ninguém esperava que Leon tivesse conhecimento sobre elas.
Robin, especialmente, arregalou os olhos. Só alguém que escapou de Ohara poderia compreender os Poneglyphs. E, se Leon falava disso, é porque sabia muito mais do que parecia.
Gion, da Marinha, mal conseguia respirar. Se ele realmente sabia o paradeiro das três armas, era informação que poderia abalar o mundo inteiro.
Ela mordeu os lábios. Se relatasse isso, chegaria às mãos do Governo Mundial. E Gion conhecia muito bem a escuridão deles. Talvez fosse melhor guardar silêncio.