East Blue.
No navio pirata dos Piratas do Tigre Gigante.
— Ei, você está bem?
Depois de registrar mentalmente sua batalha, Victor caminhou até a única mulher restante no navio.
— N-não… não me mate!
— Eu não sou dos Piratas do Tigre Gigante.
— Fui capturada à força! — a jovem colocou as mãos diante do corpo, assustada.
— Não se preocupe, não tenho intenção de matá-la.
— Vi a situação antes, quando iam atacá-la.
— Aliás, qual é o seu nome? — perguntou Victor.
— E-eu… meu nome é Carina.
— Hã? Carina?
— N-não está errado… tem algo errado com meu nome?
— Nada, pelo contrário. Seu nome é muito bonito.
— É mesmo? — Carina mordeu os lábios, observando o olhar de Victor que a examinava da cabeça aos pés.
Imediatamente, concluiu que ele era mais um homem ávido por seu corpo.
Hmph, tudo bem.
Posso usar esse sujeito para sair desta área do mar.
Pelos meus cálculos, os caçadores de tesouro do Mad Treasure devem chegar aqui em breve.
Após pensar, Carina se jogou de propósito nos braços de Victor.
— Benfeitor, obrigada por me salvar.
— Embora seja vergonhoso dizer isso… poderia me ajudar mais uma vez? — disse ela, olhando-o diretamente nos olhos.
— O que você quer que eu faça por você?
— Quero que me tire deste mar. Estou sendo perseguida!
— É mesmo? Seriam parceiros desses piratas derrotados?
— Não, são pessoas ainda mais cruéis que eles.
— Entendi. Você os ofendeu de alguma forma?
— Não os ofendi! São traficantes de pessoas, querem me vender para nobres como cantora.
— Tráfico de pessoas… Se eu disser que sou forte o bastante para derrotá-los, acreditaria?
— Isso é arriscado demais! Há um barco aqui, vamos só partir, por favor.
— Certo, já que você pediu. Aliás, o que você faz da vida?
— Eu? Apenas uma cantora em uma estalagem.
— Sério?
— Sério!
— Então como foi parar no navio dos Piratas do Tigre Gigante?
— Fugi dos traficantes, mas logo encontrei esses piratas.
— Entendi… Muito bem, prometo levá-la daqui. Mas, em troca, quero que cante uma música para mim.
— Sem problema, benfeitor.
Carina assentiu, ajeitou a postura e começou a cantar suavemente.
O sorriso de Victor surgiu no canto dos lábios. Enquanto observava, usou a função de câmera do sistema para capturar uma foto perfeita dela cantando.
[Foto: Carina cantando!]
[Engraçado encontrá-la aqui.]
[De início, nem a reconheci.]
[Isso também se deve ao visual atual dela, um pouco diferente do que aparece nos quadrinhos e animações.]
[Mas não importa, Carina continua linda no mundo real.]
[Inesperado: a primeira heroína que encontro neste mundo é justamente ela.]
[E ela até me disse que é apenas uma cantora comum!]
[Haha, ela nunca vai saber que sou um viajante do tempo e que conheço bem os detalhes dela.]
[Uma ladra que percorre o East Blue ao lado de Nami, uma mulher que vive no mar usando sua astúcia… como poderia ser apenas uma cantora?]
[Tenho que admitir, porém, sua voz é realmente poderosa.]
[Não é de se estranhar que no futuro se torne a cantora principal do Imperador Dourado.]
[Uma pena: mesmo sendo uma grande ladra, quase sempre foge de Nami. Como candidata a esposa, sua posição não é das primeiras.]
Victor apoiou o queixo na mão e registrou suas anotações no diário, enquanto limpava o navio sob o canto de Carina.
Ao mesmo tempo, Gion lia a nova entrada e refletia:
— Então ele nem reconheceu essa garota, Carina, de imediato?
— Nesse caso, se eu mudar minha aparência… talvez Victor também não me reconheça.
Ela murmurou, já maquinando outro plano para se aproximar dele.
Nami, por sua vez, franziu o cenho ao encarar o conteúdo em sua cópia.
— Esse homem, Victor… ele sabe que eu já fiz parceria com a Carina.
— Então ele realmente conhece o passado e o futuro?!
— E a Carina… será que voltou a cruzar com aqueles caçadores de tesouro?
— Esses caras não desistem nunca.
Ela respirou fundo.
— Não, não posso me preocupar agora com os caçadores.
— Carina foi reconhecida por Victor.
Nami fechou os olhos, esperançosa:
— Só espero que ele não a machuque…