Ficool

Chapter 3 - Treino Estrangeiro

"John, eu ordenei a reconstrução da Souls e é isto que me entregam? Uma máquina inferior à anterior?", Eliote conversa, muito irritado, na frente da enorme máquina.

"Sim, senhor. Não conseguimos ajustar a base de ouro, está demasiado danificada, precisamos de voltar às florestas de Old Muniche para extrair mais rocha para fabricar a lã, precisamos de selar bem a máquina."

"Têm sete dias, uma semana e nada mais, para acabarem a manutenção!", Eliote volta-se, com a face neutra e com os seus olhos vermelhos, mais escuros que o normal.

"Chefe, correu bem, ele mostrou alguma da sua força, mas continua a negar os factos, pelo menos o que eu vi não se consegue só com força bruta, ele tem de usar a aura.", Ignis aparece e fala com Eliote, já noutra sala.

"Muito bem, continua o trabalho e atormenta-o, eu senti algo diferente nele, está a esconder qualquer coisa, tenho a certeza.", Eliote sorri.

"Ele utilizou uma técnica com o auxílio de palmas, conseguiu criar um fluxo rápido de ar e expulsou-me daquela área."

"Interessante, usou as mãos ao invés dos pés. Ele pode ser um candidato."

"Sim, sem dúvida."

"Muito bem, a Prison Blade tem se portado como o espectável?"

"Sim, senhor. Está melhor que nunca.", Ignis sorri e Eliote sai.

Já na academia, Lucas começou a treinar no tapete ao lado do de Zak, começou a socar o saco pesado que estava à sua frente, atingia secções específicas com as mãos. Zak fica curioso com a maneira de ele atacar essas zonas, ele soltava o punho e libertava os dedos que causavam danos precisos.

"Isso serve para causar mais dor?", Zak questiona.

"Sim", Lucas continua a chapar o saco e a formar deformações bem visíveis, "Usamos isto para não gastar tanta energia nas mãos, quando o punho atinge o adversário alimenta-se de muita energia para se manter firme, assim, libertas essa energia melhor."

"Nunca estudei esse movimento, aliás, não existe nos livros aqui da academia. Mas pelo que vejo isso pode dar problemas."

"Porquê?"

"Faz isso contra um adversário mais forte do que tu e vês o estado em que fica a tua mão. Que Zen é o teu?", Zak não ouvira Isabel a falar com Lucas antes de entrarem na sala.

"Não te preocupes comigo, não tenho Zen", Lucas conversa enquanto continua o seu treino.

"Interessante, não és o primeiro, mas a maioria desiste ou vai para um ginásio. Não estou a tentar desmotivar-te, mas a maioria que entrou, tal como tu, saiu por conta da força excessiva que nós usamos nos treinos, cansa demasiado.", Zak não parecia estar a desprezar a força de Lucas, mas o rapaz ficou um pouco ofendido.

"Acredito, mas há alguém como eu ainda cá?"

"Sim."

"Então? Não custa tentar." Lucas lança um olhar sério.

"Claro, és bem-vindo. No confronto vou dar o que for necessário, para não falar que a pessoa que ainda está cá e é como tu está num patamar muito acima, é especial."

"Muito bem."

Ambos voltaram ao treino, Lucas a usar mais as pernas com ataques giratórios e Zak com a sua materialização a cortar o saco inteiro, rodopiando rapidamente com as mãos apoiadas no chão.

Ele é forte, vê-se pela aura roxa, só não percebo a necessidade de desfazer um saco, ele podia simplesmente ir para o outro lado, porque é que está a treinar aqui?

Após o treino, Zak espera que Lucas saia primeiro do room para libertar a sua energia em grandes quantidades. Quando fica sozinho, num só ataque, rebenta completamente com o saco e o tapete usando cortes precisos e exatos, carregados de fúria.

Lucas vai espreitar o caminho da esquerda, e ouve, vindo da última porta, berros de luta, comuns em confrontos. Ele decide caminhar até à porta e observa Isabel a lutar com um outro mestre (observava-se pela marca preta na testa), ele estava completamente imobilizado e ela ataca com um soco forte, terminando a luta.

Uau… Ela é mesmo mestre… Qual é o Zen dela? Não vejo caos nesta sala, mas ele ficou completamente imobilizado.

Lucas tenta sair sorrateiramente, mas Isabel percebe que ele lá está, mesmo antes sequer de observar a luta.

"Entra espião.", Lucas sorri para si próprio e entra.

"Olá, fiquei curioso com a vossa luta, eu estava à espera de mais desordem, mas estavam numa luta bem física.", diz a verdade.

"Isso é porque não houve necessidade de destruir o room.", diz Isabel.

"Olá, Lucas, sou o Isak Ouroboros.", Lucas sentiu algo familiar no apelido, só não sabia o que era.

"Isak, queres ser o mentor do Lucas? Não tenho ninguém para ele de momento, exceto tu."

"Claro, mas que Zen é que tens?"

"Nenhum.", Lucas diz com assertividade.

"Isabel, eu não tenho tempo para ensinar as técnicas.", acenou negativamente com a cabeça.

"Lucas, ele vai treinar-te durante duas semanas, se sentires que é demais, desistes.", Lucas olha e acena que sim.

"Aceito o desafio.", diz Lucas.

"Muito bem, mas são só duas semanas, ninguém sem Zen consegue aguentar mais do que uma semana.", Isak alerta.

"Ele vai conseguir!", Isabel acredita.

"Nunca a vi tão confiante, deves ser especial Lucas.", Isak olha curioso para o rapaz.

"Não, mas gosto de desafios."

Carlota entra com o João, vinham os dois agarrados um ao outro, Lucas levanta a mão e acena.

"Estão por cá?"

"Lucas?!", Carlota fica surpreendida com o amigo estar onde jurou não pôr os pés.

"Olá, Carlota."

"Como é que, do nada, decidiste vir? E porquê neste lado?", João fica confuso.

"Como sabes não tenho Zen, portanto, não estou neste lado, mas sim no outro lado. Isak, estou ansioso pelos treinos, amanhã começamos.", Lucas despacha a conversa.

"Claro que sim. Prepara-te!", diz Isak.

"Tenho de ir, até logo, malta.", Lucas sai.

A Carlota ficou muito feliz de ver o amigo, João entendeu que nem tudo estava perfeito e que ele planeava algo. Isabel já parecia saber algo sobre o rapaz, mas não o revela, Isak ficou confuso com o treino especial, mas avançou.

Isabel recompõe-se do combate e vai até à room dos alunos ver o treino um contra um.

"Zak, não te contenhas, vai com tudo para cima dele.", Isabel conversa em privado com Zak.

"Combinado, mestre.", Zak afirma sem dúvida.

Quando os alunos se posicionaram nos seus postos, Isabel contou até três e começou o combate.

"Primeira mudança: Navalhas!", Lucas não sabe o que fazer, dá um passo para trás e repara que as suas pernas começaram a sangrar aos poucos, cortes que se iam abrindo.

Lucas olha diretamente para Zak, concentra o seu foco nas pernas para evitar danos maiores e impulsiona-se em direção a ele muito rápido, serra o seu punho, transporta o foco para ele e acerta um soco poderoso, num piscar de olhos, como se Zak estivesse parado no tempo, na sua zona abdominal. O rapaz é projectado para trás, mas não se deixa cair, lança-se e tenta uma abordagem mais física com combinações pequenas de aura.

Zak serra os dois punhos, salta de um lado para o outro e vai lançando socos ao Lucas, este vai se desviando de todos, mas a luta estava renhida.

"Segunda Mudança: Laminas absolutas!", Lucas salta e tenta, com as pernas agarrar a cabeça do adversário, desequilibrá-lo.

Depois de Lucas se desviar e atacar Zak, este deixa-se cair, solta-se do adversário e utiliza a mesma habilidade, duas laminas, materializadas, são lançadas contra Lucas. Elas eram tão rápidas que ele não se desviou a tempo e teve o seu braço cortado gravemente.

"Lutas bem, mas usas demasiado as pernas para te impulsionares, não estás cansado?", diz Lucas, tentando recuperar o folgo.

"Não, eu tenho treinos suficientes para não estar."

"Muito bem, vamos terminar isto.", Lucas prepara os punhos e foca a sua energia apenas nos braços e na zona abdominal.

Zak desvia-se do soco vindo da sua esquerda, depois da direita, salta para não ser derrubado. Lucas ataca uma das pernas com um soco forte vindo do seu braço intacto. Zak cai e sente imensa dor e enche a sua aura de raiva, começa a observar-se um vermelho mais forte vindo dele.

"Como é que tens tanta força?!", Zak prepara-se para um ataque final.

"Treino para a ter.", diz Lucas sereno e sério.

"Laminas Absolutas", Lucas é atingido por um corte muito forte nos seus dois braços, mais forte que o anterior, invisível.

O rapaz repara que alguns nervos foram atingidos no corte, ficou imobilizado e com algum medo. Ele sentiu algo diferente, uma luta real, não era treino, era um combate contra alguém com um estilo diferente.

"Chega, a luta terminou. Eu curo-te Lucas.", Isabel cura os nervos atingidos e trata as feridas de ambos.

Não esperei sentir tanta dor. Já no primeiro ataque, aquelas navalhas causaram-me muitas dificuldades para andar. Isto é a realidade, não me posso desleixar… Este último corte foi muito mais poderoso. Não consegui usar as técnicas do mestre para me safar, aqui tinha utilizado o Círculo para causar mais dano com os meus socos.

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