Após colocar a pequena Shuang para dormir, Si Niang voltou para a cama, ambos dormiram juntos agarrados, eles não precisaram terminar o ato sexual, ambos não tinham pressa, sua tia, só queria o conforte de um homem ao seu lado, já Yue Yang apenas queria aproveitar para dormir com uma mulher linda e confortável.
Na manhã seguinte, a frieza de ser um carrasco assassino havia sido completamente lavada. Yue Yang era novamente 'Um Invocador normal', ou um irmão mais novo querido, e um sobrinho safado… sentado no pátio ensolarado sob o olhar amoroso de Si Niang. O contraste era tão absoluto que beirava o surreal.
Se ela soubesse que as mãos que agora acariciavam seus dedos, e a cabeça de sua irmã pequena Shuang haviam, horas antes, metodicamente despojado um cadáver e negociado a venda de seus pertences roubados... o que restaria de seu mundo?
Se Yue Bing estivesse treinando com ele, ela teria notado a mudança imediata. A Flor Espinhosa que ele invocou não era mais a planta grotesca do dia anterior. Ela havia crescido, seus caules agora grossos como pulsos humanos, seus espinhos mais longos e afiados como agulhas. Mas a mudança mais alarmante era a língua: um apêndice longo, vermelho-sangue e muscular que se projetava de sua "boca", balançando sinistramente no ar como uma serpente independente. Era a Flor Espinhosa Cuspidora de Língua Sangrenta, agora ela finalmente tinha alcançado o nível Bronze – uma besta alimentada por carne e medo humanos, evoluída através de um método que nenhum manual de invocação jamais aprovaria ou ensinaria.
Yue Yang a observou com um olhar de pura satisfação possessiva. Seu método estava funcionando. O caminho para a lenda – para a Rainha da Flor Espinhosa Dourada – estava aberto, pavimentado com ossos e regado com sangue. Ele não via monstros; via investimentos. E este estava se valorizando rapidamente.
"Sobrinho, sua prima mandou lembranças," a voz doce de Si Niang cortou seus pensamentos sombrios. Ela estava radiante, segurando uma carta. "Ela quer que você se matricule no segundo ano direto, pelos seus conhecimento não precisa perder tempo!"
Yue Yang guardou a besta sanguinária com um pensamento, seu rosto se transformando instantaneamente em uma máscara de interesse juvenil. "Ela se saiu bem no teste?"
"Muito bem! No ano que vem, ela pode entrar na quinta série avançada!" O orgulho de Si Niang era palpável. Era o orgulho de uma família normal, preocupada com notas e promoções, completamente alheia aos horrores que seu primo cultivava nas sombras.
Foi então que a expressão de Si Niang ficou sombria. "Há... outra coisa. Bing disse... que não voltará para casa pelos próximos três meses. Ela... quer ir para a Torre Tian. Para fazer um teste lá..."
A mudança em sua voz foi sutil, mas Yue Yang a pegou. Torre Tian? Seu próprio sorriso congelou por uma fração de segundo, seus olhos estreitando-se quase imperceptivelmente. O nome soava a desafio, a perigo... e a oportunidade.
O assassino e o irmão se fundiram por um momento, ambos interessados. "A Torre Tian?" ele repetiu, sua voz cuidadosamente neutra. "Que tipo de teste seria isso?"
De acordo com as informações infundidas em sua mente pelo Grimório de Cobre, a Torre Tian não era apenas uma construção comum; era um monumento cósmico, um eixo do mundo.
A lenda dizia que os deuses antigos, em uma era perdida nas brumas do tempo, a ergueram no coração do Continente do Dragão. Não era uma simples torre, mas uma escada celestial deixada para a humanidade, um desafio e uma promessa de ascensão. Sua altura era incognoscível, suas fundações enterradas nas profundezas da terra e seu pico perdido além das nuvens mais altas, envolto em mistérios e barreiras divinas que tornavam a escalada externa uma impossibilidade.
A única maneira de ascender era de dentro para fora, superando nível por nível, cada um um universo separado com suas próprias leis, perigos e recompensas.
Cada andar abrigava um portal para um reino de cultivo único, um domínio de bolso onde guerreiros podiam treinar, lutar e buscar iluminação. A moeda de passagem? Um token único conquistado no nível anterior. Era um sistema de progressão meticuloso, uma espiral de desafios que separava os fracos dos verdadeiramente poderosos.
"Sua prima está apenas indo para o segundo nível," Si Niang tentou se acalmar, seus dedos nervosamente retorcendo a agulha de bordar. "Os professores da escola os acompanharão em grupo. Não deveria haver perigo..." Mas a preocupação nítida em seus olhos traía suas palavras.
Ela conhecia a filha: uma flor solitária e teimosa, que preferia a sombra ao sol, incapaz de forjar os laços sociais que muitas vezes significavam a diferença entre a vida e a morte em um lugar como aquele. Se algo acontecesse, quem a ajudaria? Quem a protegeria?
A angústia de Si Niang era palpável, um véu fino sobre seus olhos normalmente serenos. Ela não precisava dizer nada; a tensão em seus ombros, a maneira como seus dedos trêmulos ainda seguravam a agulha de bordar esquecida, falavam mais alto que palavras.
Yue Yang viu a sombra que cruzou seu rosto. Suas palavras de conforto, "Nada vai acontecer, por favor, fique tranquila. Ela é a mulher mais resiliente do que pensamos," foram ditas com uma suavidade que ele reservava apenas para ela. Mas sua mente analítica já processava probabilidades e planos de contingência.
Foi então que ele não apenas falou, mas agiu. Ele se levantou e fechou a distância entre eles. Sem cerimônia, mas com uma ternura que fez seus olhos se arregalarem por um instante, ele envolveu-a em um abraço. Não foi um gesto hesitante ou casual, mas um abraço firme, envolvente, que a puxou contra seu peito como se quisesse protegê-la de todos os males do mundo. Seu corpo era quente e sólido, um porto seguro inesperado em meio à sua tempestade interior.
Si Niang ficou rígida por um microssegundo, surpresa pelo contato súbito. Mas então, a tensão em seu corpo pareceu se dissolver. Ela deixou escapar um suspiro trêmulo, um som que era metade alívio e metade rendição, e enterrou o rosto no ombro dele, suas mãos encontrando naturalmente as costas dele e se agarrando ao tecido de sua roupa como uma âncora.
Era um quadro de cumplicidade silenciosa, de duas almas que entendiam as cicatrizes uma da outra sem precisar de palavras.
Foi quando um terceiro par de braços, pequenos e cheios de energia, envolveu-os ambos pela cintura.
A pequena Shuang, atraída pelo calor do abraço, espremeu-se entre eles com um risinho alegre. "Abraço em grupo! Abraço em grupo!", ela gritou, sua voz um contraponto inocente e solar à sombra que pairara sobre eles. Ela esfregou o rosto primeiro na barriga de Yue Yang e depois no vestido de Si Niang, completando o círculo familiar.
O abraço, que havia começado como um gesto de consolo entre dois adultos carregando o peso do mundo, transformou-se instantaneamente em algo mais leve, mais doce. A presença radiante e despreocupada de Shuang quebrou a seriedade do momento, injectando-o com uma dose de pura alegria.
Yue Yang riu, um som genuíno e despreocupado que reverberou em seu peito. Ele soltou uma das mãos de Si Niang para envolver a irmãzinha, puxando-a ainda mais para perto. Si Niang, com os olhos ainda um pouco úmidos, não pôde evitar um sorriso pequeno e real que iluminou seu rosto. Ela afrouxou o abraço em Yue Yang o suficiente para acariciar o cabelo de Shuang.
Por um longo momento, eles ficaram ali entrelaçados – o irmão protetor, a tia se acalmando e a irmãzinha que era o seu elo de alegria. O mundo exterior, com suas torres ameaçadoras, suas listas de vingança e suas expectativas cruéis, pareceu recuar, mantido à distância pelo simples e poderoso círculo do seu abraço.
Os testes dos primeiros níveis da Torre eram notoriamente seguros, projetados mais para avaliação do que um perigo real. O verdadeiro desafio começava apenas no terceiro nível. Acidentes, é claro, eram uma possibilidade estatística – como o infame caso do jovem herdeiro da família Feng, devorado por uma Besta-Rei Dourada errante no segundo nível há um século. Mas eram anomalias, tragédias tão raras que se tornavam lendas.
Distraída, Si Niang espetou o dedo com a agulha mais uma vez. Uma gota de sangue escarlate brotou na ponta de seu dedo, e ela a levou instintivamente à boca.
Foi aquele pequeno ponto de sangue que fez uma conexão disparar na mente de Yue Yang como um relâmpago.
Sangue.
Seus olhos foram para o Colar de Jade Negro.
Ele sempre o sentira como uma presença dormente, um enigma silencioso pendurado em seu pescoço. Comum e modesto à luz do dia, ele resistira a todas as suas tentativas de discernir seu propósito. E se a chave não fosse mana ou força de vontade, mas algo mais primal? Algo como... uma assinatura de sangue?
Assim que a casa ficou em silêncio, Yue Yang arrancou o colar. Com a ponta afiada de uma agulha, perfurou a polpa de seu próprio dedo e, com um gesto deliberado, pressionou a gota de sangue que surgiu contra a superfície fria e lisa do jade.
Por um longo momento, nada aconteceu.
"Tudo bem, eu admito. Li muitas novels de fantasia," ele resmungou para si mesmo, uma onda de decepção amarga lavando sobre ele. Ele havia imaginado um brilho dourado, uma conexão espiritual, o despertar de uma arma divina que evoluiria com ele... a fantasia completa.
Mas então, justamente quando ele se preparava para recolocar o colar, um ponto minúsculo e mais escuro que a escuridão absoluta apareceu no centro do jade. Não era uma cor, era uma ausência. Um vazio que sugava a luz e a esperança. Em um piscar de olhos, esse ponto expandiu-se violentamente, transformando-se em um portal de pura escuridão, um buraco negro em miniatura com uma força gravitacional aterradora.
Yue Yang não teve tempo de gritar. A força era irresistível. Ele foi arremessado para a frente, seu corpo esticado e distorcido de uma maneira que desafiasse a física, cada célula gritando de agonia como se estivesse sendo desmontada em nível molecular. Foi uma sensação de aniquilação total, de desintegração dolorosa em pó atômico. Sua consciência começou a se desfazer nas bordas, mergulhando no nada.
E então, do mais profundo de seu ser, de um lugar que nem mesmo seu poder [Inato] conseguia alcançar, inúmeras centelhas de vida – remanescentes da energia do pingente, da herança da Deusa da Espada, do próprio vigor de sua alma transmigrada – incendiaram-se violentamente. Não foi um renascimento suave, mas uma recalibração brutal e dolorosa. Sua consciência foi arrancada do abismo e lançada de volta à existência.
Ele estava... em lugar nenhum. Um vácuo silencioso e absoluto, sem luz, sem som, sem temperatura. Era a antítese de toda a existência.
O que foi que eu fiz? Seu pensamento ecoou no vazio de sua própria mente. Como eu saio daqui?
"Opa? Você ainda não morreu? Que humano peculiar. E... [Inato]? Existe um ser humano com habilidade [Inato] tão jovem?"
A voz veio de todos os lugares e de lugar nenhum, um som gracioso e melodioso que carregava uma centelha de pura surpresa e curiosidade intelectual.
Antes que Yue Yang pudesse processar as palavras, uma força invisível o ergueu, envolvendo-o como se fosse um brinquedo. Então, algo suave, incrivelmente macio e inexplicavelmente quente pressionou-se contra seus lábios.
Um beijo? foi seu primeiro pensamento absurdo, um surto de euforia juvenil antes que o instinto de sobrevivência assumisse o controle.
Mas não era um beijo de afeto. Era uma sucção. Uma sucção voraz e implacável que não buscava saliva, mas a própria essência de seu ser. Ele podia sentir sua energia [Inato], o Qi da Espada Invisível que havia cultivado tão diligentemente, sendo drenado de seus meridianos, fluindo de seu dantian e sendo sugado através daquele contato labial por uma força que era ao mesmo vez delicada e devastadoramente eficiente. Em segundos, um mês de trabalho árduo foi obliterado. Se aqueles lábios não se soltassem, ele se tornaria nada mais que uma casca ressecada.
Para a sua sorte, eles se soltaram.
"Ahhh... Dez mil anos, e é a primeira vez que me sinto tão... revigorada!" a voz suspirou, agora carregada de uma satisfação profunda e sensual que ecoou no vácuo. "A quantidade é um tanto escassa, mas a pureza... excepcional. Muito, muito bom."
"Porra..." Yue Yang caiu de joelhos, seu corpo tremendo violentamente. Suas pernas pareciam feitas de gelatina, sua cabeça estava leve e girando. A sensação era horrivelmente familiar – a exaustão profunda e debilitante após um grande esforço... ou de se entregar a excessos solitários.
"Não era dessa maneira que eu imaginava que seria chupado." Brincou o garoto se lembrando de ontem a noite, uma das suas melhores características e que mesmo mediante a uma possível morte, o humor sempre seria uma opção.
Quando sua visão se ajustou, ele descobriu que podia ver. Não havia fonte de luz, mas seus olhos agora penetravam a escuridão absoluta como se fosse crepúsculo. E a primeira coisa que ele viu foi que estava completamente nu, cada centímetro de sua pele exposta ao vácuo frio.
A segunda coisa que ele viu fez seu coração parar.
Diante dele estava uma mulher. Ou algo que se assemelhava a uma mulher. Ela tinha facilmente mais de dois metros de altura, uma estrutura majestosa e impositiva. Sua pele tinha um brilho pálido que parecia emitir uma luz própria, um contraste chocante com a escuridão ao redor. Seus olhos... seus olhos não eram olhos, mas profundas safiras cintilantes, cheias de uma inteligência antiga e uma curiosidade inquieta que o estudava como um espécime raro. Uma juba exuberante de cabelos dourados, tão brilhante quanto fio de ouro puro, caía em cascata sobre seus ombros e seios, escondendo-os parcialmente, mas não completamente.
Yue Yang conseguiu vislumbrar a curva perfeita de seios que lembravam puro mármore nevado, os mamilos eretos pressionando-se contra a cortina dourada. Sua cintura era absurdamente estreita, uma maravilha da anatomia que se curvava para quadris que prometiam uma poderosa feminilidade.
A beleza dela era de cair o queixo, uma perfeição sobrenatural que fazia o coração doer.
"Agora é a minha vez de te sugar" Riu o garoto sem nem ter forças para se levantar. Impulsionado por um impulso primal que superava até o medo e a exaustão, seu olhar desceu, querendo ver a totalidade dessa divindade ou demônio.
E então, ele viu.
Onde ele esperava encontrar pernas, havia... uma cauda. Uma cauda poderosa, escamosa e longa, serpenteando no vazio atrás dela. As escamas eram de um verde profundo iridescente, cintilando com um brilho fraco mesmo na escuridão.
"MEU DEUS!" ele gritou, o choque superando temporariamente toda a cautela. "Você... por que suas pernas são como uma cauda de cobra?"
A beleza loira riu. O som foi como sinos de cristal tocando nas profundezas do espaço, uma melodia que era ao mesmo tempo linda e aterradora. Seu sorriso era tão deslumbrante que Yue Yang sentiu sua alma tentando deixar seu corpo fraco, uma onda de êxtase puro lavando sobre ele apenas por ser o destinatário daquele sorriso.
Foi então que ele notou os braços. Seis braços, tão pálidos e perfeitos quanto os dois dianteiros, surgiram de suas costas, movendo-se com uma graça hipnótica, como se dançassem em uma brisa invisível.
Uma de suas mãos alvas como a neve ergueu-se e pegou seu queixo gentilmente, mas com uma força inquestionável. As safiras que eram seus olhos brilharam de divertimento.
"Menino humano bonitinho," ela sussurrou, sua voz um mel sedutor. "Isso não é estranho. Eu sou uma Imperatriz Serpente. É claro que minha forma é diferente da sua. Mas diga-me..." Sua voz baixou para um tom conspiratório e convidativo. "... você não acha que minha cauda também é... linda?"