A noite caía como um véu escuro sobre a cidade de Orlando. O céu, carregado de nuvens negras, parecia segurar a respiração. Uma tempestade se aproximava. Mas para Jaden Parker, de apenas 6 anos, o verdadeiro caos não viria do céu.
A casa dos Parker era simples, acolhedora. As luzes da sala piscavam com a oscilação da energia elétrica. Do lado de fora, trovões rugiam como bestas famintas.
— "Jaden, venha aqui!" — gritava a mãe, preocupada, enquanto fechava todas as janelas.
Jaden correu até ela, agarrando sua pelúcia favorita, um coelho velho chamado Rocket. O pai, Thomas Parker, tentava sintonizar o rádio para escutar qualquer alerta da defesa civil. A TV já estava fora do ar.
Foi nesse momento que o primeiro raio caiu com força brutal, apagando toda a cidade.
Blackout.
Silêncio.
E depois... o grito.
Um estrondo ecoou do lado de fora. A janela explodiu em mil pedaços. Algo atingira a casa — mas não era só o vento.
A mãe protegeu o garoto com o próprio corpo, enquanto o pai corria até a porta. Um clarão tomou conta da casa. Tudo ficou branco. E então, silêncio de novo... mas dessa vez, eterno.
Quando Jaden acordou, ele estava no chão. A casa estava destruída. Seu coelho Rocket ao lado, encharcado. No lugar onde os pais estavam...
...não havia nada. Apenas sangue.
E chuva.
Cinco anos depois
Um orfanato qualquer. Uma noite comum. Ou quase.
Jaden, agora com 11 anos, era chamado de "esquisito" pelos outros garotos. Sempre calado. Sempre com um olhar vazio. E sempre acordando no meio da noite com pesadelos que pareciam reais demais.
Mas naquela noite, ele não acordou.
Porque eles chegaram.
Homens de preto. Máscaras. Passos silenciosos. Um deles segurava uma seringa com líquido azul. Outro carregava um pequeno computador com dados sobre... Jaden Parker.
As outras crianças foram adormecidas com gás. Um deles sussurrou:
— "É ele. Código R-713. Pegue e vá."
Jaden não resistiu. Não gritou. Apenas... olhou.
Com olhos calmos. Frios. Como se já esperasse isso.
Enquanto a van preta desaparecia na chuva, só uma coisa ficou na mente de Jaden:
"Eu só queria... uma vida calma e pacífica."
Mas calma... é algo que não existe no mundo onde o sangue é a única linguagem que importa