Ficool

Chapter 13 - 13#

Capítulo – O Filho Adotivo de Kaido

Kaido nunca tinha ouvido palavras tão rebuscadas e emocionadas de um garoto.

Por um instante, o imperador das feras ficou boquiaberto, os olhos arregalados como se não reconhecesse mais o mundo à sua volta.

Mas, mesmo confuso, ele entendeu o essencial.

Aquele jovem dragão dourado — Rels D. Morpheus — estava dizendo que havia sofrido uma vida dura, sem família, sem destino… e agora, ao reconhecer Kaido como pai adotivo, finalmente encontrava um lar.

O coração do Yonkou tremeu.

Um sorriso feroz e orgulhoso se abriu em seu rosto.

"Meu filho… é até um homem de cultura!"

A gargalhada ecoou nos céus como um trovão.

"WORORORORORO~! De hoje em diante, você é meu filho!

Se alguém ousar encostar um dedo em você, basta mencionar o nome de seu pai!"

Kaido então, quase zombando, tentou imitar o tom de Rels.

"Vejo que meu filho tem grandes ambições… desde que esteja sob minha bandeira, tratarei você como sangue do meu sangue.

Ensinarei com minhas próprias mãos e o levarei a grandes conquistas!"

O tom teatral arrancou até de Yamato um sorriso verdadeiro.

A garota, que minutos antes estava dividida entre raiva e medo, agora brilhava de alegria.

Seu rosto floresceu como uma cerejeira em plena primavera.

O sorriso dela parecia capaz de afastar qualquer sombra do mundo.

"Rels, isso é maravilhoso!"

O Retorno a Wano

O sol se punha no horizonte, pintando o céu em tons de vermelho-alaranjado.

As nuvens ardiam como brasas no firmamento.

Sob esse cenário onírico, dois dragões divinos cortavam os céus lado a lado.

Um, colossal, azul, serpenteando com a força de um cataclismo: Kaido, o Seiryu.

O outro, menor e ainda imaturo, mas imponente em seu brilho dourado multicolorido: Rels, o Yinglong.

Kaido reduziu o ritmo, permitindo que o jovem dragão o acompanhasse sem esforço.

"Meu filho, mantenha-se firme. Logo estaremos de volta ao País de Wano."

Montanhas ondulavam abaixo deles como se fossem dragões adormecidos.

Rios sinuosos refletiam a luz do crepúsculo.

Bandos de aves, assustados pela aura esmagadora das duas feras, batiam asas desesperadas para fugir.

"Reis," — a voz grave de Kaido ecoou.

"Conte ao seu pai sobre o seu passado."

Rels hesitou apenas por um instante.

Então, decidiu: melhor inventar uma história de dor — quanto mais miserável, mais convincente.

"Pai adotivo… na verdade, sempre fui órfão."

A voz carregava tristeza calculada.

"Nunca tive família, nem um teto. Nas minhas primeiras lembranças, eu vagava esfarrapado pelas ruas, lutando com cães por restos de comida."

O jovem dragão suspirou.

"No inverno, escondia-me em becos abandonados, usando farrapos e palha para suportar o frio. Sempre sonhei com um abraço, com alguém que dissesse que tudo ficaria bem… mas nunca houve ninguém.

E mesmo assim, nunca desisti. Prometi a mim mesmo que um dia mudaria meu destino."

Ele ergueu os olhos para o titã azul ao seu lado.

"Foi só ao encontrar você que vi uma luz… um caminho.

Agora tenho um pai, agora tenho uma família."

Kaido fechou os olhos por um instante.

Um peso estranho tomou seu peito.

O Yonkou, que costumava desprezar fraqueza, sentiu orgulho do garoto.

"Rels… de hoje em diante, você tem uma família. Eu serei seu pilar, e o ensinarei a se erguer neste mundo cruel."

Yamato, tocada pelas palavras, se inclinou e segurou firme as escamas douradas de Rels.

"Rels, você não está mais sozinho. Nós somos sua família agora."

Lágrimas cintilantes brotaram nos olhos dracônicos do garoto.

"Mhm… vocês são minha família também."

Sobrevoando Wano

A noite caiu.

O céu negro era um vasto tecido de seda, bordado pela lua prateada.

As florestas escuras abaixo pareciam mantos pesados recobrindo as montanhas, enquanto rios refletiam o luar como lâminas brilhantes.

Kaido rugiu, e suas barbas de dragão ondularam ao vento.

"Estamos quase em Wano."

O coração de Rels disparou.

Ele bateu as asas com mais força, rompendo nuvens espessas que se desfizeram como névoa.

"Uau…"

A visão o deixou sem fôlego:

a costa recortada de Wano surgia abaixo, as praias douradas brilhando sob o luar.

As aldeias estavam iluminadas, lanternas tremeluzindo nas ruas bem alinhadas.

Os templos projetavam sombras elegantes, e os campos de arroz ondulavam suavemente sob a brisa noturna.

Naquele tempo, o País de Wano ainda não havia sido destruído pela tirania das feras.

O Banquete dos Piratas das Feras

"Pai adotivo, levarei Yamato para baixo primeiro!"

O Yinglong mergulhou, descendo em direção à fortaleza principal dos Piratas das Feras.

Naquela noite, um banquete agitava o quartel-general.

Fogueiras iluminavam a noite, carne assada chiava sobre espetos, e o cheiro de gordura e especiarias se espalhava no ar.

Barris de saquê eram abertos sem cerimônia, e a bebida jorrava em canecas e bocas abertas.

Piratas gargalhavam alto, alguns dançando, outros brigando amigavelmente no chão.

"Hahahaha! Mais uma rodada!"

De repente, um pirata bêbado levantou os olhos turvos e viu as duas silhuetas colossais descendo do céu.

Para ele, só havia uma explicação.

"É o Senhor Kaido que voltou!!!"

O grito arrastado, bêbado, ecoou.

Instantaneamente, todos os presentes pararam.

Olhares se ergueram em uníssono.

E junto deles, de um canto mais silencioso, um homem de asas negras e máscara de ferro ergueu a cabeça de seu barril de saquê.

Com um estalo, fechou o barril vazio e limpou a boca.

Era King, a Calamidade Selvagem.

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