Capítulo – A Tentação de Kaido
O vento rugia alto nas nuvens. Dois dragões colossais pairavam sobre os céus, fazendo o mar abaixo tremer só pela pressão de suas presenças.
De repente, a voz de Kaido ecoou, carregada de arrogância e promessa:
"Pirralho… você provavelmente ainda não sabe quem eu sou."
A cabeça gigantesca do Dragão Azul ergueu-se, refletindo a luz do sol em suas escamas cintilantes.
"Hoje, eu te digo! Eu sou Kaido, o Governador-Geral dos Piratas das Feras!"
As palavras reverberaram como trovões.
O rugido de sua voz parecia esmagar as próprias nuvens, enquanto trovões lampejavam ao redor de seu corpo.
Kaido então soltou uma proposta tão inesperada que até o ar pareceu parar.
"Se você aceitar se juntar aos meus Piratas das Feras…"
A boca dracônica se abriu num sorriso brutal.
"…eu te reconhecerei como meu filho adotivo!"
Um silêncio pesado caiu.
Mas Kaido não parou.
"Abaixo de um homem… mas acima de dez mil!"
A voz era tentadora, carregada de majestade.
E então, o golpe final:
"E prometo mais… se Yamato quiser… quando crescer… eu deixarei ela se casar com você!"
O mundo congelou.
Yamato arregalou os olhos.
"..."
As delicadas mãos dela tremeram. Entrelaçou os dedos nervosamente, tentando esconder o turbilhão em seu coração.
O rubor subiu-lhe ao rosto, tingindo as bochechas de um vermelho intenso que se espalhou até as orelhas.
Era como uma pétala de pêssego em plena primavera, vibrante e irresistível.
Ela desviou o olhar, mordendo levemente o lábio inferior.
A cada segundo, era mais difícil esconder o sorriso bobo que insistia em surgir.
"Hmph~ Eu… eu ainda não concordei…" — murmurou, a voz leve como um pássaro canoro, mas repleta de timidez.
Em seguida, cobriu o rosto com as mãos, mas seus ombros tremiam — era a tentativa fracassada de conter a felicidade que transbordava.
Por fim, Yamato não aguentou.
Abaixou-se sobre o enorme pescoço do dragão Yinglong de Rels D. Morpheus, acariciando suas escamas douradas com carinho.
"Rels… por que não paramos de fugir?"
A voz dela estava quase num sussurro, doce e hesitante.
"Meu pai é muito poderoso. Se você aceitá-lo… nós poderemos ficar juntos todos os dias daqui em diante…"
As últimas palavras saíram baixas, como se fossem apenas para ela mesma.
Mas, antes que Rels pudesse responder, o sistema soou em sua mente:
[Ding! Kaido lhe ofereceu um lugar nos Piratas das Feras, como filho adotivo. Faça sua escolha!]
Recusar com desprezo! — "Eu nunca serei filho de ninguém! Prefiro morrer!"
Recompensa: Uma espada famosa.
Zombar de Kaido! — "Você não é digno de ser meu pai. Eu sou quem dominará este mundo!"
Recompensa: Um sopro do fogo dracônico de Kaido.
Aceitar estrategicamente. — "Um homem sábio não sofre perdas desnecessárias. Concorde por enquanto."
Recompensa: Haki da Observação (nível básico).
Rels não hesitou muito.
As duas primeiras escolhas eram suicidas.
Ele não era idiota — conhecia bem sua missão: dominar o mundo dos piratas.
E para isso… precisava de base, força, aliados.
E os Piratas das Feras eram uma fundação poderosa.
"Eu escolho a três."
[Ding~! Parabéns ao hospedeiro! Você obteve Haki da Observação (nível básico)!]
Rels respirou fundo.
Fez uma expressão de luta interior, como se fosse difícil tomar a decisão.
Mas, ao final, abriu a boca e proferiu palavras dramáticas, que até mesmo fariam um ator chorar.
"Rels D. Morpheus… vagou por metade da vida.
Como uma erva daninha levada pelas marés, sem raízes, sem lar.
Sofreu provações, enfrentou tempestades, sentiu na pele a frieza e a ingratidão do mundo."
"Mas agora, diante de Sua Excelência Kaido, vejo um farol no escuro, um sol que aquece o frio.
Meu coração se comove… minha alma treme…"
"Portanto, aceito! Reconheço Kaido das Cem Feras como meu pai adotivo!
De hoje em diante, servirei de corpo e alma, mesmo que custe minha vida!"
Lágrimas falsas brilharam em seus olhos de dragão.
A atuação era tão convincente que até Yamato ficou boquiaberta.
Kaido, por um instante, ficou em silêncio.
Seus olhos semicerrados refletiam dúvida, surpresa… e, finalmente, satisfação.
"Worororororo! Excelente! Você é mesmo um pirralho interessante!"
Mas, em seus pensamentos, algo ressoou como um alarme:
"Droga… acabei de deixar um lobo entrar na minha própria toca."
O vento cessou.
As nuvens pairavam imóveis, como se até o céu aguardasse o próximo passo dessa aliança improvável.
O Yinglong dourado agora era "filho" do Dragão Azul.
Mas ambos sabiam, no fundo…
Esse vínculo não era de sangue.
Era uma corda bamba entre dominação e traição.