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Chapter 1 - Capítulo 1 – "A Queda do Destino"

A manhã na cidade de Seul estava cinza, abafada e apressada — como sempre. Os carros buzinavam nas avenidas lotadas, os pedestres atravessavam as ruas sem tirar os olhos do celular, e o som de passos rápidos ecoava pelas calçadas. Entre essa multidão apressada, Aerin, de 22 anos, carregava uma mochila surrada nas costas e um currículo amarrotado nas mãos suadas. Ele estava desesperado por um emprego.

Já era a quarta entrevista da semana, e todas tinham sido um desastre. A última empresa disse que ele "não tinha o perfil". A penúltima, que ele era "bom demais pra função" — o que na prática só significava que não queriam contratá-lo. Mas mesmo cansado e frustrado, Aerin seguiu andando, determinado a chegar a tempo da entrevista no arranha-céu de vidro que dominava o quarteirão: a sede da Kang Corp, uma empresa tão poderosa que todo mundo sabia o nome, mesmo sem saber o que eles faziam exatamente.

Ao entrar no prédio, ele sentiu o ar-condicionado gelado cortar sua pele suada como se fosse uma chicotada. O saguão era enorme, de mármore branco polido, com um silêncio tão rígido que ele teve medo até de tossir. Aerin engoliu seco, ajeitou a gola da camisa e foi em direção à recepção.

— Entrevista para vaga de assistente administrativo — ele disse, com um sorriso nervoso.

A recepcionista olhou pra ele de cima a baixo. Ela parecia prestes a dizer algo, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, um barulho alto de passos apressados interrompeu tudo.

Kang Jihan estava furioso. O CEO da empresa, conhecido por sua frieza e perfeccionismo extremo, andava pelos corredores como se fosse dono do mundo. E, na real, ele era. Alto, ombros largos, cabelo preto bem penteado pra trás, terno de grife ajustado ao corpo como se tivesse sido costurado diretamente em sua pele, e olhos escuros tão afiados que pareciam cortar o ar. A presença dele era tão intensa que até o segurança engoliu seco quando ele passou.

Jihan nem olhou pro lado. Só caminhava decidido, os olhos no celular, lendo um relatório que o deixava cada vez mais irritado. Quando virou a esquina do saguão…

BAM!

O destino — ou talvez a ironia do universo — decidiu entrar em cena. Ele esbarrou com tudo em alguém.

E esse alguém era Aerin.

Na colisão, os dois caíram no chão. O currículo voou como folhas ao vento. A mochila de Aerin foi arremessada longe. Mas o detalhe mais impactante: Jihan caiu em cima de Aerin. Corpo contra corpo. Rosto contra rosto. Uma respiração tão próxima que os olhos dos dois se encontraram a poucos centímetros de distância.

O tempo pareceu parar.

O saguão ficou em silêncio.

A recepcionista arregalou os olhos.

Aerin sentiu o coração errar o ritmo.

— Ai… meu… Deus — sussurrou Aerin, sem conseguir se mexer.

Kang Jihan franziu o cenho, claramente irritado. Ele empurrou Aerin com frieza e se levantou sem oferecer ajuda. Ajustou o terno, limpou a poeira imaginária do ombro e olhou para o garoto caído no chão como se ele fosse uma pedra no sapato caríssimo dele.

— Cuidado por onde anda — resmungou ele, com a voz grave e firme.

Aerin piscou, ainda deitado no chão, sem acreditar que isso estava acontecendo. O homem mais poderoso daquele prédio — e talvez de toda Seul — tinha literalmente caído em cima dele.

— V-você também não estava olhando! — rebateu Aerin, tentando se levantar. — O que custa pedir desculpa?

O saguão inteiro parou.

A recepcionista arregalou os olhos.

Os funcionários que passavam fingiram que não ouviram.

E Jihan? Jihan deu um sorriso de lado. Um sorriso sarcástico, quase perigoso.

— Você é engraçado — disse ele. — Qual o seu nome?

— Aerin.

— Você tem coragem, Aerin.

Antes que o garoto pudesse dizer mais alguma coisa, Jihan virou as costas e foi embora, deixando um clima estranho no ar.

Mas Aerin nem sabia que, naquele exato momento, seu nome tinha sido gravado na mente do CEO.

E que, dali a alguns dias…

ele seria chamado para um "contrato especial".

Um contrato que não envolvia trabalho.

Mas sim… um casamento falso.

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