Além disso, a habilidade da Fruta da Neve-Neve não era tão poderosa quanto a Fruta do Gelo-Gelo.
Claro… o ponto de partida das Akuma no Mi nunca era o mesmo.
Nada era absoluto.
Tudo dependia do desenvolvimento que o usuário dava ao poder.
Algumas frutas eram consideradas ruins.
Mas, com criatividade e esforço, até mesmo elas podiam revelar um potencial inesperado.
Por outro lado, algumas frutas eram realmente inúteis.
Por exemplo:
se uma pessoa comum comesse uma Fruta Humano-Humana, do tipo Zoan comum — não um Mythical Zoan, nem algo especial — isso praticamente equivaleria a nada.
Seria só ganhar a maldição do mar em troca de… nada de útil.
Ainda assim, nada era definitivo.
Talvez, em raros casos, alguém de imaginação única conseguisse transformar até uma fruta dessas em algo surpreendente.
Mas pessoas assim eram uma em dez mil.
Você poderia garantir que seria uma dessas exceções?
Por isso, uma boa fruta continuava sendo essencial.
Como alguém sem nenhuma arma sairia da "vila do iniciante" para enfrentar um inimigo que já carregava um "equipamento lendário"?
Enquanto se divertiam, a noite caiu…
A luz da lua, clara como água, derramava-se sobre a terra.
O mundo inteiro parecia coberto por um véu prateado.
Os cinco encontraram um pedaço limpo de grama e se deitaram.
Rels D. Morpheus esticou o corpo na grama, como se quisesse se fundir com a terra.
Com as mãos atrás da cabeça, olhava para o céu profundo e silencioso.
O som dos insetos enchia os ouvidos:
"Piar, piar, piar~"
Era como uma sinfonia da natureza.
À sua esquerda, Yamato se deitou de lado, apoiando a cabeça com uma das mãos.
O brilho da lua delineava sua silhueta graciosa, e seus olhos, suaves como água, caíam sobre o perfil de Rels.
Iluminado pela prata da lua, o rosto dele parecia esculpido.
As sobrancelhas firmes, os cílios longos projetando sombras leves, os olhos profundos como um mar noturno.
A linha do nariz erguia-se como uma montanha, e cada detalhe transmitia força e magnetismo.
Yamato sentiu o coração se agitar.
Nunca o havia observado tão de perto, mas agora… não conseguia desviar o olhar.
Não era apenas a aparência de Rels que a atraía, mas a aura única que ele carregava.
Do outro lado, Maria estava deitada olhando para o céu, mãos pousadas sobre o abdômen.
Um leve sorriso brincava em seus lábios, e alguns fios de cabelo, balançando ao vento, roçavam o braço de Rels suavemente, como uma pluma.
Ulti, mais acima, estava com as pernas cruzadas, olhando para as estrelas e cantarolando uma musiquinha sem sentido.
Já Page One corria alegremente pelo campo, perseguindo vaga-lumes.
"Insetos, não fujam!" — gritava ele.
"Entrem nas mãos do irmãozinho Page One! Quero ver por que vocês brilham, hehehe!"
Os vaga-lumes, assustados, tremeluziam tentando escapar.
Rels riu baixinho ao observar a cena.
"Olhem só! Eu peguei um monte deles!" — Page One voltou correndo, mostrando as mãos em concha cheias de vaga-lumes reluzentes.
Seu rostinho brilhava de orgulho, iluminado pela luz dourada dos insetos.
Era como se ele segurasse um pedacinho de céu estrelado entre as mãos.
"Peqeno Page é incrível", elogiou Rels com um sorriso.
Mas Page One não esmagou os vaga-lumes por diversão.
Ao contrário, se agachou devagar e, com gestos suaves, abriu as mãos.
Os insetos hesitaram por um instante e logo voaram, espalhando luzes no escuro como pequenas lanternas vivas.
Ulti afagou a cabeça do irmãozinho e disse, com ternura:
"Você fez bem, Page One. Eles pertencem ao mundo lá fora, não nas suas mãos."
Page One sorriu inocente:
"Eu não quero machucá-los. Eles são tão lindos… devem ser livres."
Rels ficou surpreso.
Esse era mesmo o Page One que ele lembrava do futuro?
Na memória de Rels, Ulti e Page One eram turbulentos, brutais, quase sempre arrumando confusão.
Mas ali, crianças, revelavam outro lado: pureza e inocência.
Logo Page One voltou correndo para perto deles e se deitou ao lado de Rels.
"As estrelas são tão bonitas…"
O vento noturno soprava fresco, trazendo o perfume da grama molhada.
Rels respirou fundo, relaxando.
De repente, ele se levantou um pouco e disse:
"Já que estamos sem nada para fazer… que tal eu contar uma história?"
Os olhos de todos brilharam.
"Sim, sim!", Page One bateu palmas, animado.
"Eu adoro ouvir histórias!"
Maria, Yamato e até Ulti olharam para ele com expectativa:
"Conte logo, Rels!"
Ele pigarreou, ajeitou a postura e começou:
"Então prestem atenção… essa é uma história de amor… sobre salvar todos os seres vivos do mundo!"