Naquele instante, um navio colossal surgiu da névoa.
O coração de Nami disparou — era exatamente como o diário de Leon havia previsto.
Ela estava prestes a chamar o imediato de volta quando um clarão elétrico riscou o ar.
Num piscar de olhos, Leon surgiu ao lado de Robin, envolveu-a pelo braço e a trouxe para o convés.
Ele a colocou no chão com delicadeza, o sorriso suave estampado no rosto:
— Peço que a senhorita Robin permaneça em nosso navio por enquanto.
Se algo acontecesse com você, eu me sentiria culpado.
Os outros tripulantes se entreolharam, todos com as bocas tremendo.
— Olha só esse cara… sempre bancando o cavaleiro. — murmurou Usopp.
Quando Zoro havia se ferido, Leon apenas zombara dele por ser "fraco".
Que diferença gritante!
Zoro, no entanto, não desviava os olhos da embarcação inimiga.
O estandarte pirata tremulava com ferocidade, e apesar do casco despedaçado, o navio parecia uma fera prestes a avançar.
Leon esboçou um sorriso brincalhão.
— Vai começar o espetáculo.
Dentro do Baratie, Akin carregava o debilitado Don Krieg, pedindo comida aos berros.
Mas logo a algazarra tomou conta do salão: clientes em pânico corriam para fora, denunciando o caos.
Robin suspirou:
— Piratas nunca se lembram de favores.
Leon ergueu a taça, com um riso leve:
— Lembrar, eles lembram… só que a ganância fala mais alto.
— Vamos ver como o Luffy está. — disse Zoro, arrastando Usopp consigo.
Johnny e Yosaku também correram atrás.
Nami permaneceu imóvel, hesitando, enquanto Leon a observava de canto de olho.
[Como vou impedir a Nami de partir?]
[Ela anda tão irritada comigo esses dias…]
[Mas sei que, no fundo, ela já tem laços com este navio.]
Antes que Leon pudesse dizer algo, Nami se aproximou com firmeza.
— Depois que conseguirmos recrutar o cozinheiro… preciso que você me ajude a resolver o meu problema.
Se fizer isso, prometo oficialmente ser a navegadora do bando.
Os olhos de Leon se arregalaram.
[O quê? A trama mudou tanto assim?]
[Ela mesma está pedindo ajuda! Isso… simplifica muito as coisas.]
O imediato sorriu com ternura, pegando a mão dela.
— O problema de Nami… é meu problema também. Se posso ajudar, então será resolvido.
Ele inclinou o corpo, mais próximo.
— Segurar minha mão custa cem mil bellys. — rebateu Nami, fria, puxando de volta a seriedade.
— C-cem mil?! Mas eu só encostei! — Leon ficou boquiaberto.
— Tocar é tocar, não importa por quanto tempo. — retrucou ela, impassível.
— Nesse caso… — Leon a puxou para o peito, apertando-a contra si com um sorriso malandro.
— …não vou soltar o dia inteiro.
Nami piscou, incrédula.
— Você não tem vergonha, não? —
Robin pigarreou, salvando o clima.
— Sr. Leon, parece que alguém muito perigoso se aproxima.
Os olhos de Leon se estreitaram.
— Dracule Mihawk.
— O maior espadachim do mundo… — Robin sorriu de leve. — Se for ele, meu conselho é recuar.
— Não precisa. — Leon abanou a mão. — Para ele, lutar aqui é apenas passatempo. Não vai se incomodar conosco, um bando de "insetos".
Logo o mar tremeu.
Em seu minúsculo barco, Mihawk se ergueu, retirando a gigantesca espada negra de suas costas.
Um zunido cortou o vento.
— Zzzzzummm!
Três golpes invisíveis rasgaram o oceano.
A superfície antes calma explodiu em ondas colossais.
O casco do navio de Krieg rangeu como papel sendo rasgado.
Um estalo seco — e a embarcação se partiu em três.
O mar engoliu os destroços em segundos, enquanto gritos desesperados ecoavam.
O rosto de Krieg empalideceu.
— Ele… ele me seguiu até aqui?!
Do Baratie, clientes e cozinheiros assistiam em choque absoluto.
Naquele pequeno barco solitário, Mihawk sequer parecia ter feito esforço.
[Esse homem encarna a própria palavra "força".]
[Imagino a cara da tripulação de Krieg quando descobriu que Hawkeye estava, literalmente, remando a esmo de espada na mão.]
As mulheres que liam o diário franziram a testa.
— Espada… como remo? — murmuraram.
Era uma cena tão absurda que apenas Leon conseguiria descrevê-la com tamanha naturalidade.