Ficool

Chapter 25 - 25#

O julgamento dos Piratas do Gato Preto

— "Zan… Capitão Jango, nós somos velhos conhecidos."

Carina forçou um sorriso embaraçado, a voz trêmula.

— "Não precisa dizer coisas tão assustadoras, não é?"

Naquele instante, ela se arrependeu mais do que nunca de ter fugido do lado de Victor.

— Se eu tivesse ficado, pelo menos não estaria agora diante de um barril prestes a virar meu túmulo no fundo do mar…

Jango ergueu o anel hipnótico diante do rosto dela, os olhos semicerrados.

— Velhos conhecidos? Sim, de fato. Mas não velhos conhecidos de amizade.

— Você nos traiu, Carina. E o destino de quem trai piratas… você já sabe qual é.

Carina sentiu o estômago se revirar. Ela conhecia a fama de Jango, seu hipnotismo era implacável — se caísse sob ele, morreria sem sequer perceber.

— "Espere! Capitão Jango, me dê mais uma chance!" — Carina implorou, desesperada.

Mas Jango apenas balançou o anel, contando friamente:

— Três… dois…

Os homens ao lado dela encostaram as lâminas em seu pescoço, forçando-a a manter os olhos abertos. O suor frio escorria por sua pele.

— Acabou. É o fim…

O desespero já dominava seu olhar, quando uma voz ecoou na noite:

— "Precisa de ajuda, Carina?"

Foi como um trovão partindo os céus. O som que antes temia tornou-se, para Carina, música divina.

No instante seguinte, o pirata que mantinha a lâmina em seu pescoço foi lançado como um projétil contra o casco do navio. O impacto abriu um buraco na madeira, e vários tripulantes caíram gritando no mar.

— "Vi… Victor?!" — Carina arregalou os olhos, lágrimas brotando.

Victor desceu do mastro com calma, a silhueta recortada pela lua. Um leve sorriso se desenhou em seus lábios.

— Isso mesmo. Sou eu. Precisa de ajuda? Esses piratas não parecem muito amigáveis.

Carina desabou, agarrando-se à perna dele com força.

— Sim! Victor, por favor, me salve! Eu… eu nunca mais vou fugir!

Victor suspirou, passando a mão pela cabeça dela.

— Você está toda molhada de lágrimas e saliva, garota. Vamos conversar sobre isso depois. Agora, preciso lidar com eles.

Os olhos de Jango e dos demais brilharam de ódio. Buchi, o grandalhão mascarado de gato, rugiu e saltou contra Victor.

— Você cometeu o maior erro da sua vida!

Victor nem pestanejou. Um clarão frio cortou o ar — sua lâmina saiu da bainha com velocidade impossível.

O corpo de Buchi congelou no ar por um instante… antes de se partir ao meio em pleno salto. O sangue espirrou sobre os piratas próximos, que recuaram horrorizados.

Carina tapou a boca, assustada. Mesmo sabendo da força de Victor, ver Buchi — que momentos antes a arrastara como uma boneca de pano — ser derrotado com apenas um golpe a deixou em choque.

— E eu fugi de um homem desses…? — pensou, o coração apertado. — Quando isso acabar, será que ele vai me castigar… como nos livros que ele desenhou?

O diário brilhou diante dela. Novas linhas surgiam na cópia em suas mãos. Ao ver as palavras e a foto registrada de sua própria situação, Carina sentiu o peito apertar e um sorriso amargo escapar.

— Ele sabia desde o começo… eu nunca consegui escapar de verdade.

Seus lábios tremeram. E então, corando, pensou:

— Talvez, se eu o acalmar como no livro… ele me perdoe.

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