Ficool

Chapter 6 - Capítulo 6 – O Templo do Eco Perdido

O templo surgia em meio à névoa da manhã como uma lembrança esquecida do mundo antigo. Colunas quebradas, vitrais despedaçados, raízes atravessando o mármore — como se a natureza tivesse vencido a arquitetura.

Rajime deu um passo à frente.

— Sinta a energia mágica. Está... pulsando.

— Eu só sinto um frio na espinha. — Mina apertou a capa em volta dos ombros. — Isso aqui não tem cara de lugar santo.

— Porque não é. — respondeu ele. — Esse templo foi selado pelos Deuses do Sul. Dizem que guardava algo... que nem eles sabiam controlar.

Mina engoliu em seco.

— E a gente vai entrar lá por quê, mesmo?

— Porque eu quero ver.

---

Interior do templo.

Cada sala era um desafio. Armadilhas mágicas escondidas, ilusões nos corredores, campos de força tentando aprisioná-los. Mina quase caiu num piso falso, mas Rajime ativou uma onda gravitacional sob ela, fazendo-a flutuar como uma pena até o chão.

— Você tá me acostumando mal com esse negócio de voar.

— Se depender só das suas pernas, não chegaríamos nem até a porta.

— Ei! Isso foi ofensivo.

— Mas real.

Eles chegaram até o salão central. No altar, flutuava um artefato coberto por correntes de luz roxa. Uma adaga negra, com um núcleo pulsante como um coração.

— Isso… não parece certo. — Mina disse.

Rajime se aproximou.

— É uma Adaga do Vazio. Uma arma ancestral. Capaz de cortar magia, tempo e espaço.

— E você quer isso… por quê?

Ele estendeu a mão.

— Porque eu posso usá-la.

Assim que tocou o cabo, as correntes se desfizeram — e uma explosão de energia percorreu o salão. O chão tremeu. Uma criatura emergiu da escuridão: enorme, com olhos sem pupilas, pele feita de pedra e fumaça. Uma Besta Guardiã.

— Rajime... isso era parte do plano?! — gritou Mina.

— Agora é.

---

Combate épico.

A criatura rugiu, disparando lanças de sombra. Rajime ergueu a mão. Um campo gravitacional colapsou o ataque no ar. Com um estalo de dedos, dezenas de espadas feitas de pura densidade surgiram ao redor dele.

Ele flutuou — os olhos frios, brilhando com energia púrpura.

— Vamos ver... o quanto você aguenta.

Com um gesto, as espadas dispararam em todas as direções. A Besta defendeu com braços de pedra, mas Rajime se moveu como um cometa, cortando o monstro com a Adaga do Vazio, rompendo a carne e a essência mágica ao mesmo tempo.

Mesmo assim, a Besta acertou um golpe no peito de Rajime, arremessando-o contra uma parede.

— Rajime!! — Mina correu até ele, ajoelhando-se. — Não se mexa, eu vou curar você agora!

Rajime cuspiu sangue, mas sorriu.

— Você... se preocupa demais.

— Cala a boca e fica quieto!

As mãos de Mina brilharam com aura dourada, selando feridas antes que o corpo dele desmoronasse. O calor da magia dela se espalhou por ele como um sopro de vida.

— Eu não deixo você morrer. Nunca. Entendeu?

— Você... é teimosa.

— E você é meu melhor amigo. Isso é o que importa.

Rajime se levantou com esforço, os olhos queimando como sóis.

— Hora de acabar com isso.

Ele ergueu a Adaga do Vazio. E, com um comando silencioso, absorveu toda a gravidade do ambiente em um ponto.

A Besta foi esmagada pelo próprio peso — implodindo como uma estrela morta.

Silêncio.

---

Depois da luta.

— Você tá bem? — Mina perguntou, sentando ao lado dele nos degraus do altar.

Rajime olhou para a adaga em suas mãos, agora silenciosa.

— Isso foi... divertido. — disse ele, como se fosse uma confissão.

Mina olhou surpresa.

— Você sorriu.

— Hm.

Ela encostou a cabeça no ombro dele, suavemente.

— Sabe... eu acho que tô começando a entender. Por que você é assim.

— Frio? Calculista?

— Solitário.

Ele não respondeu. Mas não se afastou.

E naquela noite, Mina sonhou com o toque da gravidade... e com o calor do ombro dele.

More Chapters