Ficool

Chapter 5 - Capítulo 5 – Caminho até o Templo: Segredos, Sorrisos e Gravidade

A floresta era viva.

O som das folhas, o cheiro da terra molhada, a luz filtrando pelas copas altas… tudo tinha uma aura de aventura, de mistério. Mina andava atrás de Rajime, tentando acompanhar seu ritmo — não que ele estivesse apressado. Ele simplesmente andava como quem sabia exatamente onde pisar, sem hesitação.

— Você sempre anda tão sério, sabia? — ela reclamou, empurrando um galho para o lado. — Nem parece que estamos numa aventura épica e mágica e cheia de perigos!

— Não estou aqui por diversão — respondeu ele, sem sequer olhar para trás.

— Mas podia tentar sorrir pelo menos uma vez por dia, não acha?

— Já sorri hoje.

— Mentiroso. Eu tô te olhando o dia todo. Espera... isso soou meio estranho, né?

Rajime parou por um instante e a encarou. Mina congelou.

Ele virou o rosto de novo e seguiu em frente.

— Você é insuportável às vezes.

— Mas é por isso que você me atura, né? Hein? Rajimeee?

Ele não respondeu, mas esticou a mão para o lado. Um galho enorme caiu do alto, direto onde Mina ia pisar. Antes de tocar o chão, ele colapsou a gravidade sob ele — o galho se esmagou contra si mesmo e virou pó.

— Uh… obrigada. — ela murmurou, piscando. — Você sempre salva minha vida sem nem olhar…

— Você fala demais.

— Mas você escuta tudo, não é? — ela sorriu de lado.

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Mais tarde, num campo aberto…

Rajime conjurou uma pequena estrutura flutuante — algo entre um teto de gravidade e um campo protetor invisível. Mina tirou os sapatos e deitou sobre a grama, observando as nuvens que se mexiam devagar.

— Ei, Rajime… — ela disse, encarando o céu. — Você nunca pensou em… sei lá… ter alguém ao seu lado?

Ele estava de costas, afiando uma das espadas gravitacionais com um gesto da mão.

— Não preciso disso.

— E eu? Eu sou alguém ao seu lado?

Silêncio.

— Você é… útil.

Mina se sentou num pulo, inflando as bochechas.

— "Útil"?! É só isso?! Cura é só isso pra você?!

— É essencial. — ele corrigiu, com calma.

Ela o encarou por alguns segundos… depois suspirou.

— Às vezes eu queria que você fosse burro. Só um pouquinho. Ia ser mais fácil gostar de você assim.

Ele se virou, encarando-a.

— …Você gosta de mim?

— Hã?! N-NÃO foi isso que eu disse! Foi só… uma suposição! Hipotética! Tipo "e se"! Coisa de menina!

Ela se enrolava tanto que tropeçou de verdade — e antes de cair, Rajime a segurou com uma plataforma de gravidade invisível, suave como uma almofada.

— Você deveria prestar mais atenção.

— E você deveria parar de me deixar com o coração acelerado toda hora! — ela gritou, ainda vermelha.

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Anoitecer.

Acamparam à beira de um lago. Mina estava deitada, observando o reflexo das estrelas na água. Rajime vigiava em silêncio, com as espadas flutuando em torno dele, girando como luas em órbita.

— Rajime… — ela murmurou. — Por que você me trouxe com você?

Ele olhou para ela.

— Porque você me entende… mesmo quando não falo.

Ela arregalou os olhos. Era a coisa mais emocional que ele dissera desde que chegaram naquele mundo.

— Isso foi… bonito.

— Foi só a verdade.

— Você é um desastre emocional. Mas sabe… — ela sorriu. — Eu gosto disso.

Rajime desviou o olhar, e pela primeira vez… Mina jurou que viu um pequeno sorriso se formar nos lábios dele.

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