[Sistema Ativo]
Nome: Rob V.Level: 67Força: 201 | Agilidade: 198 | Resistência: 199 | Inteligência: 299 | Magia: 380
[Habilidades]SS | Haki do Armamento – IntermediárioSS | Haki da Observação – IntermediárioSSS | Haki do Rei – Iniciante+A | Grande Liberação de Fogo – Mestre+B | Liberação de Terra – Mestre→ Armadura de terra→ Enterrar-se como toupeira→ Manipulação em áreaEX | Liberação de Lava – Iniciante→ Soco emaranhado→ Armadura de Lava
— Vocês, loucos de pedra, eu já tô indo pro meu território. A essa hora, pelo menos metade da Noitosfera já tá sabendo da batalha pelo trono — disse Hanson, com os braços cruzados, como quem espera uma tempestade e sente gosto de sangue no vento. A luz alaranjada dos cristais demoníacos tremeluzia sobre seu rosto, ressaltando o brilho de seus olhos inumanos.
Rob e Blade trocaram olhares como dois estudantes ouvindo o sinal do recreio acabar. Uma troca muda de ironia e resignação.
— É, né... valeu pela pressão, — respondeu Rob, tentando esconder a secura na garganta. O gosto metálico da ansiedade já começava a surgir sob a língua.
As cartas estavam — ou quase estavam — sobre a mesa. E, como peças num tabuleiro encantado, os três se separaram.
Blade, com sua postura sempre tensa como um arqueiro prestes a soltar a flecha, alçou voo montado em Noctheron. O rugido do dragão cortou o céu como um trovão de promessas.Hanson desapareceu por entre as dunas sangrentas do Deserto de Sal, seus passos sendo engolidos pelo próprio calor das areias.E Rob...
Rob caminhava sozinho, o cajado cruzado nas costas como uma cruz de sacrifício. O sistema piscava em sua mente como uma constelação inquieta, atualizando, processando, sussurrando estatísticas e previsões com uma frieza quase cruel.
Três dias depois...
Os contornos das Montanhas de Ossos surgiram como cicatrizes negras no horizonte púrpura. Eram picos deformados, altos como torres e retorcidos como mãos de cadáveres. O céu ali era sempre roxo — não um roxo bonito, mas um tom sujo, espesso, carregado, como se mil almas estivessem presas atrás das nuvens, gritando por libertação.
Rob parou à beira de um penhasco. O vento ali tinha cheiro de enxofre e ossos partidos.
Suspirou, e o sistema se abriu. Um painel invisível flutuou à sua frente, lançando brilhos sutis nos olhos atentos.
— Vamos lá, senhores... vocês realmente acham que eu escolhi a área mais turbulenta da Noitosfera só porque achei o nome "legal"?
Silêncio. Só o som do vento chicoteando pedras antigas.
— Tá bom, talvez eu tenha achado o nome legal sim. “Montanhas de Ossos”? Pff, parece até nome de dungeon de MMORPG de terror trash. Mas vejam só... olha esses status!
Apontou para o ar, onde apenas ele via a interface.
— É disso que eu tô falando! — disse, como se se apresentasse a uma plateia invisível. — O sistema me premia quando eu quase morro. Tipo, literalmente! É quase como se dissesse: “Vai lá, Rob, bate num capiroto com o dobro do seu nível, e talvez eu te dê 3 pontinhos de magia!”
Ele riu sozinho. Era uma risada seca, mas viva.
Olhou para o desfiladeiro abaixo.
— E bem... se tem um lugar onde quase morrer é um esporte, é aqui. Um monte de demônio doido, pedras que cospem lava e uns malucos que apostam alma em vez de moeda... Cara, se eu não upar aqui, eu mereço voltar pra casa sendo chamado de “Rob, o Fracasso”.
Seguiu pela trilha, cada passo ecoando como preces de condenação.À distância, um castelo projetava sua silhueta contra o céu púrpura — uma construção grotesca, feita de vértebras gigantescas e colunas de espinha dorsal. Era como se o próprio mundo tivesse se contorcido para parir aquela estrutura.
— E se eu não sobreviver... bom, pelo menos morro tentando. Só espero que Blade não esteja ouvindo isso agora, senão vai fazer piada pro resto da eternidade.
Ao alcançar o portão, uma voz ecoou das sombras:
— Chega reclamando da casa nova, pirralho?
A fala arrastada tinha um tom cerimonioso, mas sem reverência.
Rob estreitou os olhos.
Diante dele, um demônio alto e magro, de pele acinzentada e cabelos presos num coque alto, inclinava-se como um velho servo no salão de um shōgun.
— Me chamavam de Kurozō. Fui o kanrisha, o guardião de ritos e logística do antigo Senhor deste castelo. Mas ele virou pó. E o sangue no chão... pertence agora ao novo daimyo.
— Daimyo? O quê? Quando foi que eu deixei a Noitosfera e vim parar no Japão feudal?
— Líder de clã. Senhor de guerra. Herdeiro de sofrimento. — Os olhos de Kurozō brilharam com um vermelho doentio. — Rob-sama, se me permite dizer... está atrasado para começar o ritual de imposição.
Rob franziu o cenho.
— Que tipo de ritual?
Kurozō virou-se, suas vestes negras flutuando como fumaça.Sem resposta.
Rob o seguiu, atravessando corredores sinuosos cheios de ossos presos às paredes como quadros de um museu macabro. Finalmente, chegaram ao salão central: vasto, circular, e inteiramente feito de ossos fossilizados. No centro, um trono esculpido em marfim antigo. Ao redor, três fileiras de demônios agachados, olhos vendados com faixas de sangue coagulado.
Tambores tocavam sozinhos, vibrando como corações arrancados ainda vivos.
— São os Sanketsu, os Três Sangues, — explicou Kurozō. — Eles juraram lealdade ao último senhor. Agora aguardam para ver se o novo merece ser servido.
— E se eu não for digno?
— Eles devoram o novo pretendente e alimentam a terra com sua vergonha.
Rob passou a língua pelos lábios secos, como quem provava o medo. Depois, sorriu com uma bravura quase inconsequente.
— Que comece o ritual então. Estou curioso pra saber o gosto que meu sangue tem.
Parte II – O Peso do Nome
Ao se aproximar do trono, o chão sob seus pés pulsou — não como um terremoto, mas como um coração acordado. Uma cicatriz no teto se abriu, deixando cair um facho de luz púrpura que o envolveu. Era como estar no centro de um julgamento ancestral.
— Recite seu gosei, seu juramento de domínio, — ordenou Kurozō, com a voz baixa, mas poderosa.
Rob hesitou por um instante... então o sistema interveio. Um brilho sutil cobriu seus olhos.
[Nova Função Ativada: Discurso de Conquista]
“Eu sou Rob V. Não tenho linhagem, nem bênção. Só sobrevivi — e lutei por este trono.Não estou aqui pra ser adorado.Só quero que saibam: quem quiser me tirar daqui… vai ter que cavar fundo.Porque até os ossos dessas montanhas sabem: eu não desisto fácil.”
Silêncio. Os Sanketsu não se moveram.
Então, o do meio ergueu a cabeça. As tatuagens em sua pele contavam histórias que nem os deuses ousariam reler.Ele avançou, ajoelhou-se e encostou a testa nos pés de Rob.
— Aceito o novo senhor.
Os outros dois repetiram o gesto, como ecos de um pacto eterno.
O salão explodiu. Gritos tribais, tambores ensandecidos, tochas se acendendo com estalos. Demônios de guerra urravam, bestas batiam garras nas paredes, magos degenerados gargalhavam entre lágrimas.
Kurozō ergueu a voz acima da cacofonia:
— Parabéns, Rob-sama. A Montanha da Presa Negra tem um novo nome. Um novo guerreiro. Um novo lorde.
Rob caminhou até o trono e sentou-se. A estrutura gemeu sob seu peso, não por fraqueza, mas como um relicário reconhecendo seu novo dono.
Do lado de fora, os céus se abriram. Um raio cortou o topo da torre como uma assinatura divina.
[Região Reclamada: Yama no Kuroi Kiba][Nova Função: Edifício da Vontade – Fortaleza Upgradável][Desbloqueado: Lista de Missões Regionais]
Rob sorriu, um sorriso sujo de conquista.
— Então era isso que o Olho Negro escondia... essa era a recompensa real.
Mas toda recompensa carrega um fardo.
Dos subterrâneos, portões selados se abriram, rangendo como ossos velhos.
Do fundo, um guerreiro ergueu-se: corpo feito de ossos negros e névoa rubra, olhos costurados, espada feita de memórias partidas.
Kurozō curvou-se com pesar solene.
— O Guardião Desonrado... o último teste.
Rob se ergueu devagar, o Orbe latejando em sua mão como um coração faminto.
— Que venham os fantasmas do passado. Eu não me importo em matar mortos.
E a batalha, mais uma vez, começou — não por sobrevivência, mas para provar que ele era mais que um conquistador.
Era, enfim, o novo senhor da guerra.