A arena de Valhalla tremia, não mais com a fúria do combate, mas com as reverberações da intensidade do embate. O coliseu se tornara o palco de uma luta brutal entre a fúria descontrolada de Akuma No Kenji e a experiência milenar e a habilidade divina de Ares. A raiva era um vendaval de golpes implacáveis, enquanto a maestria da guerra era a âncora que, embora cambaleante, resistia à tempestade.
O Clímax da Batalha: A Semente da Dúvida
Ares, um mestre tático por excelência, percebeu que a força bruta de Kenji era alimentada por uma fonte inesgotável e emocional de raiva. Ele mudou sua tática, parando de apenas se defender e contra-atacar, e passou a provocar o mortal, buscando uma falha emocional na sua defesa.
"De onde vem essa raiva, mortal?" Ares bradou, desviando um construto de energia vermelha que passou por sua bochecha. "É apenas ódio cego ou há algo mais por trás dessa sua intensidade? A dor de um perdedor? A impotência de ver tudo o que você ama ser destruído?"
As palavras de Ares, calculadas com precisão, atingiram Kenji em cheio. Flashbacks vívidos e dolorosos de sua traição, da morte de seu clã e da destruição de seu mundo inundaram sua mente. A fúria, que antes era uma força, tornou-se uma prisão; a dor o cegou momentaneamente, tornando-o vulnerável. Ares aproveitou essa hesitação de uma fração de segundo, desferindo um golpe certeiro com sua lança que atravessou o ombro de Kenji.
A dor lancinante não deteve o Lanterna Vermelho. Em vez disso, pareceu atiçar ainda mais sua raiva. Com um rugido bestial, Kenji agarrou a lança de Ares com a mão livre, ignorando o sangue carmesim que escorria profusamente e pingava na arena. Ele lançou um ataque devastador com um construto de energia vermelha em forma de maça, atingindo o deus da guerra no peito com uma força que o fez cambalear.
O impacto foi brutal e decisivo. A armadura divina de Ares rachou, e ele cambaleou para trás, chocado pela força repentina do mortal que parecia ter transcendido a dor. Kenji não deu tempo para recuperação. Alimentado por sua dor física e sua raiva incontrolável, ele desferiu uma série de golpes implacáveis, cada um imbuído de mais poder destrutivo que o anterior.
Finalmente, com um último grito de fúria que parecia rasgar o céu, Kenji concentrou toda a energia do Anel Vermelho em um único ataque final: um raio carmesim puro e pulsante que tomou a forma de um punho gigante, atingindo Ares em cheio e o fazendo cair, derrotado e exausto.
O Silêncio e a Vitória: O Custo da Fúria
Um silêncio ensurdecedor tomou conta da arena. Os deuses, atônitos e chocados, olhavam em descrença para a queda de Ares, um dos deuses mais experientes em combate. Os humanos, por sua vez, explodiram em um rugido de alegria e incredulidade. A oitava rodada havia sido vencida pela humanidade, graças ao poder misterioso e à fúria implacável de Akuma No Kenji.
A Reação dos Lanternas Primais: O Peso da Vitória
Os Lanternas Primais refletiram sobre a batalha, cada um com sua própria perspectiva sobre o poder da raiva e seu papel no conflito.
Naruto (Força de Vontade): Sentia um misto de alívio pela vitória e uma profunda preocupação pelo estado de Kenji. "A vitória foi nossa," ele pensou, "mas a que custo? A raiva dele é poderosa, mas se ele não a controlar, ela o destruirá por dentro."
Ash (Vida): Correu para a borda da arena, sua mão sobre o peito em preocupação. "Tanta dor, tanta raiva… Não posso curar a dor da alma, mas posso tentar ajudar o corpo." Seu Anel Branco brilhava com uma energia curativa contida, ansiando por aliviar o sofrimento de Kenji.
Aoi Hikari no Sōsha (Esperança): Via a esperança reacender nos olhos dos humanos, mas também percebia a escuridão que ainda envolvia a alma de Kenji. "A esperança pode nascer até mesmo da raiva, mas é frágil. A vitória deve ser um motivo para alegria, não para mais dor."
Konjiki no Kaihōsha (Compaixão): Sentia a dor e a humilhação de Ares, mesmo sendo um deus, e a angústia persistente de Kenji. "A compaixão não escolhe lados. A dor é universal. Espero que ambos encontrem paz, o vencedor e o perdedor."
Murasaki no Kizuna (Amor): Questionava-se se aquela vitória, impulsionada pelo ódio, realmente fortalecia os laços entre a humanidade. "A união dos humanos é mais forte que o ódio? Será que esta vitória os unirá, ou a fúria cega de um homem os dividirá?"
Os outros Lanternas também refletiam sobre a batalha, cada um com sua própria perspectiva, um coro mental de emoções em conflito.
As Consequências e a Reflexão de Kenji: O Vislumbre da Dúvida
Vencido pela exaustão e pela dor, Akuma No Kenji cambaleou para fora da arena, amparado por Brunhilde, que o olhava com uma mistura de admiração e cautela. A armadura orgânica e carmesim do anel se desintegrou em partículas de luz, revelando feridas profundas e sangrentas em seu corpo, um reflexo do preço que ele havia pago. A exaustão física e emocional o atingiu com força. Pela primeira vez desde que o Anel Vermelho o escolhera, um vislumbre de dúvida surgiu em seus olhos. A vitória havia sido alcançada, sim, mas a que custo? A fúria que o impulsionara também o havia ferido profundamente.
Em seus momentos de descanso, em um canto isolado, a voz de Zestial ecoou em sua mente, não em tom de repreensão, mas com uma ponderação cósmica e uma sabedoria milenar.
"A Ira é uma força poderosa, Kenji," a voz suave e imponente ressoou. "Mas como toda força, precisa ser direcionada com propósito, não apenas liberada sem controle. Reflita sobre sua vitória e sobre o preço que você pagou por ela. Sua raiva foi a causa da vitória, mas também a causa de suas feridas. Não se torne a própria coisa que você mais odeia."
As palavras do deus cósmico, em vez de uma repreensão, plantaram uma semente de reflexão na mente do Lanterna Vermelho. Sua vingança contra seu passado ainda não havia sido totalmente saciada, mas a batalha contra Ares o havia confrontado com a natureza destrutiva e auto-infligida de sua própria raiva.
A Reação dos Deuses: O Jogo Muda
A derrota de Ares abalou profundamente o panteão divino. A arrogância inicial deu lugar à preocupação e à raiva. Zeus observava Kenji com um olhar sombrio e calculista, percebendo que a humanidade possuía recursos inesperados e perigosos. Odin, por sua vez, intensificou ainda mais sua investigação sobre a origem do poder dos "viajantes", sentindo que eles eram a chave para entender as recentes reviravoltas. Loki sorria enigmaticamente, seus olhos brilhando com um divertimento caótico, vendo o caos crescente como um entretenimento bem-vindo, um espetáculo que ele não via a hora de manipular. O jogo do Ragnarok havia mudado, e a intervenção dos Lanternas Primais agora era uma força inegável e perigosa no tabuleiro.