A consciência de Bryan não desapareceu completamente quando a transformação Asura se completou - foi submersa, afogada sob uma maré avassaladora de instintos primitivos e fome insaciável. Como um sonhador incapaz de acordar, ele permanecia vagamente ciente do que ocorria, mas incapaz de exercer controle sobre suas ações.
O que antes era Bryan Blake agora movia-se com graça predatória através da planície alienígena. A criatura exalava poder bruto - músculos definidos cobertos por uma pele que ocasionalmente mostrava manchas de textura escamosa em tons cinza-escuros, especialmente ao longo dos antebraços e coluna. Os chifres negros curvados para trás de sua cabeça captavam ocasionalmente o brilho das duas luas de Nimora, emitindo reflexos de uma tonalidade que parecia absorver a luz ao invés de refleti-la.
Olhos vermelhos escaneavam o horizonte, percebendo muito além do espectro visível normal. As íris haviam se expandido, reduzindo as escleróticas a finas linhas brancas, e adaptando-se instantaneamente às variações de luz. Suas presas proeminentes reluziam quando os lábios se retraiam em um rosnado baixo e contínuo.
[Forma Asura: Manifestação completa] [Interface de Sistema: Modo passivo ativado] [Registro de dados biométricos em andamento] [Aviso: Consciência racional suprimida (8% atividade residual)]
Estas notificações flutuavam em algum lugar na periferia da consciência submersa de Bryan, mas a criatura que controlava seu corpo não tinha interesse em palavras ou análises. Tinha apenas um propósito: caçar. Alimentar-se. Fortalecer-se.
O ar da Planície de Nimora era denso e carregado de aromas complexos - vegetação estranha com propriedades mágicas sutis, minerais desconhecidos que emanavam energias específicas, e, mais importante, o aroma distinto de criaturas vivas.
A forma Asura farejou profundamente, separando instintivamente os cheiros. As narinas dilataram-se enquanto classificava as opções disponíveis. Pequenas presas insignificantes nas proximidades - equivalentes a roedores ou pequenos herbívoros. Predadores de médio porte mais ao leste. E algo mais substancial para o norte, onde a planície encontrava uma área de floresta densa.
Sem hesitação, a criatura disparou na direção norte, movendo-se em uma velocidade que deixaria a maioria dos humanos como meros borrões em sua visão. Cada movimento era perfeitamente coordenado - não o resultado de treinamento ou técnica, mas pura eficiência predatória evoluída ao longo de incontáveis gerações de seres superiores.
[Velocidade máxima atingida: 73km/h] [Eficiência de movimento: 97%] [Alerta: Parâmetros de desempenho físico excedendo registros anteriores]
Na Academia Imperial, precisamente 23 minutos após a súbita partida de Bryan do refeitório, Hanna Velmira permanecia imóvel no corredor onde ele a havia deixado. Seu coração ainda batia acelerado, sua mente repleta de imagens perturbadoras - os olhos vermelhos de Bryan, as veias pulsando sob sua pele, as presas parcialmente visíveis quando falara, os chifres negros começando a irromper de sua testa.
"O que era aquilo?" murmurou para si mesma, finalmente recuperando mobilidade suficiente para se afastar da parede.
Sua primeira reação foi de medo, seguida rapidamente por preocupação genuína. Qualquer que fosse a condição que Bryan estava experimentando, claramente era algo perigoso - para ele e potencialmente para outros. Como nobre da Alvorada Arcana, sua educação incluía extenso conhecimento sobre manifestações mágicas irregulares e condições arcanas raras. O que vira não correspondia a nenhum caso documentado que pudesse lembrar.
Hanna sacou seu dispositivo de comunicação mágica, um pequeno cristal montado em um bracelete elegante. Hesitou brevemente antes de ativar a função de mensagem.
"Bryan? O que está acontecendo? Precisa de ajuda?"
A mensagem foi enviada, mas nenhuma confirmação de recebimento voltou. Incomum. Os dispositivos de comunicação normalmente confirmavam entrega mesmo quando o destinatário não estava disponível para responder.
Hanna franziu o cenho, preocupação aumentando. Enviou uma segunda mensagem:
"Estou realmente preocupada. Por favor, responda quando puder. Posso ajudar, qualquer que seja o problema."
Novamente, nenhuma confirmação de entrega. Isso significava que o dispositivo de Bryan estava fora de alcance da rede mágica da Academia - algo que só acontecia em áreas especificamente blindadas ou… fora do campus.
Uma sensação gelada percorreu sua espinha. Para onde ele poderia ter ido naquele estado?
A forma Asura de Bryan agachou-se nas sombras da vegetação densa que marcava a transição entre planície e floresta. Seus sentidos hipersensibilizados captavam cada movimento, cada respiração da criatura que havia localizado.
Era um predador nativo de Nimora - algo semelhante a um grande felino terrestre, mas com seis patas terminadas em garras serrilhadas e uma cauda bifurcada com espinhos venenosos. Sua pelagem tinha um padrão de camuflagem que emitia um leve brilho bioluminescente, adaptado para caçar nas horas mais escuras entre o duplo pôr-do-sol e nascimento das luas de Nimora.
[Criatura identificada: Predador de emboscada classe C-superior] [Ameaça estimada: Moderada] [Valor nutricional para necessidades Asura: 27%]
A besta, conhecida localmente como "Stalker Luminoso", movia-se com confiança territorial, claramente no topo de sua cadeia alimentar local. Não tinha ideia de que estava sendo observada por um predador significativamente mais perigoso.
A forma Asura de Bryan observou pacientemente, não por medo, mas analisando padrões de movimento, pontos fracos, hábitos. Era uma paciência predatória - a espera calculada que maximizava eficiência e minimizava esforço desnecessário.
Quando o Stalker parou para beber água de uma pequena poça, abaixando a guarda momentaneamente, a forma Asura atacou.
O movimento foi tão rápido que mesmo a besta, com reflexos evoluídos para caça noturna, mal teve tempo de registrar o perigo. Em um instante, a criatura estava bebendo tranquilamente; no próximo, garras Asura rasgavam sua garganta enquanto presas afundavam-se em seu pescoço, perfurando artérias vitais com precisão cirúrgica.
A luta foi breve e decisiva. O Stalker tentou utilizar sua cauda venenosa em um golpe desesperado, mas a forma Asura desviou com facilidade sobrenatural, mantendo seu aperto fatal. Em menos de vinte segundos, o predador local tornara-se presa, seus movimentos cessando enquanto a vida esvaía-se rapidamente de seu corpo.
[Alvo neutralizado] [Primeira fase da alimentação iniciada]
O que se seguiu foi um ritual primordial que transcendia simples alimentação. A forma Asura não apenas consumiu carne - devorou com propósito específico órgãos particulares: primeiro o coração ainda pulsante, depois o fígado rico em nutrientes, seguido por partes do sistema nervoso central. Este não era um comportamento aleatório, mas uma sequência instintiva para maximizar a absorção não apenas de nutrientes físicos, mas da essência vital da presa.
À medida que a forma Asura se alimentava, uma névoa escura e sutil emanava do corpo do Stalker, sendo absorvida através da pele e chifres de Bryan. Era um processo de transferência de essência - a energia vital da criatura não simplesmente destruída, mas canibalizada, incorporada, assimilada.
[Processamento de essência vital em andamento] [Absorção: 94% eficiente] [Propriedades aspiradas: Adaptação visual noturna, reflexos aprimorados] [Incorporação iniciada…]
Dentro da consciência submersa de Bryan, sensações estranhas manifestavam-se. Não eram pensamentos coerentes, mas impressões - memórias genéticas do Stalker sendo processadas e filtradas, fragmentos de instintos predatórios específicos sendo avaliados, rejeitados ou incorporados à sua própria natureza Asura.
Quando terminou sua refeição, a forma Asura ergueu-se. Algo havia mudado sutilmente. Seus olhos, já vermelhos, agora possuíam um padrão de íris ligeiramente diferente - anéis concêntricos que se expandiam e contraíam independentemente, otimizados para visão em baixa luminosidade. Sua postura apresentava fluidez adicional, movimentos ainda mais calculados e silenciosos.
[Assimilação completa] [Nova habilidade adquirida: "Visão de Predador Noturno"] [Atributos modificados: Agilidade +7, FOR +5, Percepção +6]
O sangue ainda pingava das presas e garras da criatura quando ela farejou novamente o ar. A primeira presa havia sido satisfatória, mas insuficiente. A fome persistia, talvez até mais intensa após esta breve amostra do que necessitava.
E agora, com sentidos ainda mais aguçados, podia detectar algo novo - uma presença mais substancial a aproximadamente três quilômetros a noroeste. Algo que emanava poder significativamente maior, uma aura que prometia nutrição mais adequada às suas necessidades.
Sem hesitação, a forma Asura avançou floresta adentro, movendo-se agora com ainda maior fluidez predatória, perfeitamente adaptado à navegação silenciosa através da densa vegetação.
Hanna caminhava rapidamente pelos corredores da Academia, dirigindo-se aos dormitórios das Lâminas do Crepúsculo. Não era comum estudantes de uma facção visitarem os dormitórios de outra, particularmente alguém da Alvorada entrando no território das Lâminas, mas sua preocupação superava convenções sociais neste momento.
Ao se aproximar da entrada principal do edifício dos dormitórios masculinos das Lâminas, foi recebida por olhares curiosos e alguns abertamente hostis. Ignorou-os, dirigindo-se diretamente ao estudante que parecia monitorar o acesso.
"Preciso verificar se Bryan Blake retornou ao seu dormitório," declarou sem rodeios.
O monitor, um estudante Tier A com cicatrizes de treinamento visíveis nos braços expostos, ergueu uma sobrancelha. O emblema de veterano do quinto ano brilhava discretamente em sua lapela.
"E você seria…?"
"Hanna Velmira, Alvorada Arcana," respondeu ela, mantendo a postura ereta característica de sua facção. "É um assunto urgente."
O nome Velmira claramente provocou reconhecimento - mesmo entre as Lâminas, as grandes famílias nobres comandavam um certo respeito. Após um momento de deliberação, o monitor assentiu.
"Blake não retornou após o jantar," informou. "Posso encaminhar uma mensagem quando ele voltar."
Hanna franziu o cenho. "Tem certeza? É importante que eu fale com ele o mais rápido possível."
"Absoluta certeza," respondeu o monitor. "Meu posto tem vista direta para o corredor do dormitório dele. Não o vi passando em nenhum momento nas últimas duas horas."
Esta confirmação apenas intensificou sua preocupação. Onde Bryan poderia ter ido naquele estado perturbador? Agradeceu ao estudante e afastou-se, enviando uma terceira mensagem pelo dispositivo mágico.
"Bryan, estive no dormitório das Lâminas. Ninguém sabe onde você está. Por favor, responda assim que possível. Estou realmente preocupada."
Novamente, nenhuma confirmação de entrega. Hanna mordeu o lábio, considerando suas opções. Deveria alertar algum professor? Mas isso poderia criar problemas para Bryan se ele estivesse simplesmente lidando com alguma condição privada.
Por outro lado, o que vira não era algo trivial - aquela transformação parecia perigosa, potencialmente proibida. E se ele estivesse em perigo real? Ou representasse perigo para outros?
"O que você está escondendo, Blake?" murmurou para si mesma, tomando uma decisão. Iria esperar mais uma hora. Se não tivesse notícias dele até então, procuraria ajuda.
Na Câmara de Monitoramento de Portais da Academia Imperial, um alerta silencioso piscava insistentemente em um dos painéis cristalinos. O técnico de serviço, um mago especializado em manutenção dimensional de meia-idade chamado Gareth, estudava os dados com crescente preocupação.
"Portal A-3, Planície de Nimora," murmurou, verificando os registros. "Ativação não autorizada às 19:47. Nenhum retorno registrado."
Ele verificou a lista de expedições autorizadas para aquela noite - nenhuma estava programada para o Portal A-3. Isto significava uma violação séria do protocolo de segurança.
Mais preocupante ainda eram as leituras energéticas associadas à ativação. O portal havia registrado anomalias significativas no padrão mágico do usuário - flutuações que não correspondiam aos perfis padronizados de estudantes ou funcionários.
Gareth ativou o cristal de comunicação conectado ao escritório de segurança.
"Mestre Thornwick?" chamou, referindo-se ao chefe de segurança da Academia. "Temos uma situação com o Portal A-3. Ativação não autorizada, assinatura mágica anômala, nenhum retorno registrado. As leituras são… preocupantes."
A resposta veio quase imediatamente. "Nível de ameaça estimado?"
Gareth analisou os dados novamente antes de responder. "Incerto. A assinatura tem componentes que não consigo classificar nos parâmetros conhecidos. Recomendo protocolo Amber-3 no mínimo."
"Entendido. Mantenha monitoramento contínuo. Estou enviando uma equipe de resposta para avaliar a situação. Relatório completo em meu terminal em cinco minutos."
A comunicação encerrou-se, e Gareth voltou à análise dos dados. Havia algo profundamente perturbador nas leituras energéticas do portal - como se o que quer que tivesse atravessado não fosse inteiramente… humano.
A floresta de Nimora tornava-se progressivamente mais densa e antiga à medida que a forma Asura de Bryan avançava em direção à presença poderosa que havia detectado. A vegetação aqui era diferente - árvores colossais com troncos iridescentes e folhagem que ocasionalmente emitia pulsos suaves de luz biológica. Fungos luminosos cresciam nas superfícies sombreadas, criando um cenário onírico de sombras dançantes e clarões azulados.
Mas a beleza alienígena do ambiente era irrelevante para o predador que se movia através dele. Seu foco permanecia singular - rastrear, caçar, consumir.
Os sentidos aprimorados da forma Asura, ainda mais potentes após a assimilação do Stalker Luminoso, captaram sinais de uma segunda presa potencial antes mesmo de avistá-la. Vibrações sutis no solo, o aroma distinto de uma criatura de sangue frio, o som quase imperceptível de escamas deslizando sobre folhas caídas.
[Potencial presa detectada: Aproximadamente 400 metros à frente] [Assinatura bioenergética: Classe B-inferior] [Recomendação: Cautela aumentada. Criatura apresenta energia defensiva significativa]
A forma Asura reduziu sua velocidade, adotando um modo de aproximação ainda mais furtivo. Movia-se agora em perfeita sincronia com as sombras dançantes da floresta, tornando-se quase invisível mesmo para observadores atentos.
Quando finalmente avistou sua presa, reconheceu um adversário formidável. Era uma serpente colossal - pelo menos doze metros de comprimento e com diâmetro suficiente para engolir um humano adulto inteiro. Mas não era uma serpente comum. Sua pele era composta por escamas cristalinas em tons de safira e esmeralda que ocasionalmente emitiam pulsos de energia arcana. Uma crista feita de protuberâncias semelhantes a cristais corria ao longo de sua espinha dorsal, e seus olhos facetados como joias giravam em órbitas independentes, mantendo vigilância constante.
[Criatura identificada: Serpente Cristalina de Nimora] [Classificação: Predador Apex regional / Classe B] [Capacidades notáveis: Armadura cristalina natural, secreção de veneno paralisante, manipulação básica de energia arcana] [Valor nutricional para necessidades Asura: 58%]
Esta não seria uma presa fácil. A Serpente Cristalina era conhecida por caçadores experientes da Academia como um adversário que exigia equipes coordenadas para subjugar com segurança. Era rápida apesar de seu tamanho, imprevisível em seus ataques, e capaz de disparar cristais venenosos a distâncias consideráveis.
A forma Asura observou pacientemente, estudando os padrões de movimento da serpente enquanto esta caçava pequenas criaturas semelhantes a roedores que habitavam o solo da floresta. A besta era meticulosa e calculista - um predador eficiente que claramente dominava seu território.
Após vários minutos de observação, a forma Asura identificou potenciais vulnerabilidades. A serpente apresentava um ponto cego no ângulo morto logo atrás de sua cabeça, e seus movimentos seguiam um padrão rítmico previsível após cada ataque bem-sucedido.
O plano de ataque formou-se instintivamente, não através de raciocínio consciente, mas de cálculo predatório inato. A forma Asura circulou silenciosamente, posicionando-se estrategicamente em uma árvore acima do caminho de caça da serpente.
Quando a Serpente Cristalina passou exatamente sob seu ponto de emboscada, a forma Asura lançou-se em um ataque vertical perfeitamente cronometrado. Suas garras agora reforçadas visavam especificamente as junções entre as grandes escamas cristalinas, enquanto seus chifres negros - agora reconhecidos como armas naturais - apontavam para o ponto vulnerável logo atrás da cabeça da criatura.
O impacto foi devastador. O peso e força do ataque surpresa forçaram a serpente contra o solo da floresta, enquanto as garras da forma Asura penetravam entre as escamas protetoras. Os chifres negros, mais duros que aço e imbuídos com energia Asura, perfuraram tecidos vitais no ponto vulnerável que havia identificado.
Mas a Serpente Cristalina não era uma presa que sucumbiria facilmente.
Com um rugido sibilante que reverberou pela floresta, a criatura reagiu violentamente. Seu imenso corpo contorceu-se com força explosiva, arremessando a forma Asura contra o tronco de uma árvore próxima. Antes que pudesse recuperar-se completamente, a serpente disparou uma rajada de cristais venenosos de sua crista dorsal, forçando a forma Asura a uma evasão desesperada.
[Dano mínimo sustentado] [Toxinas detectadas: Veneno cristalino paralisante] [Sistema imunológico Asura processando e neutralizando toxinas]
O predador interior de Bryan não demonstrou medo - apenas excitação intensificada diante de uma presa que oferecia resistência digna. Seus olhos vermelhos brilhavam com intensidade renovada enquanto seus músculos tensionavam-se para um segundo ataque.
A Serpente Cristalina ergueu-se em postura defensiva, sua cabeça elevando-se quatro metros acima do solo enquanto ondas de energia arcana pulsavam através de suas escamas. Os cristais ao longo de sua espinha brilhavam intensamente, preparando-se para um ataque mais concentrado.
A forma Asura moveu-se primeiro, utilizando seu "Passo Deslizante" aprimorado para circular a serpente em velocidade vertiginosa, criando múltiplos pontos de ataque que confundiam os sentidos da criatura. Era uma técnica de caça avançada - não apenas velocidade bruta, mas movimento estratégico para sobrecarregar os sistemas sensoriais da presa.
A serpente disparou nova rajada de cristais, mas estes encontraram apenas o vazio onde a forma Asura estivera uma fração de segundo antes. Aproveitando a janela de recuperação após o ataque da serpente, o predator lançou-se em um ataque lateral, focando novamente nas junções vulneráveis entre as escamas cristalinas.
Desta vez, as garras da forma Asura aprofundaram-se significativamente, rasgando músculos sob a armadura natural da serpente. O corpo massivo da criatura contorceu-se em dor, mas antes que pudesse contra-atacar efetivamente, a forma Asura já havia recuado para uma posição segura.
Esta dança mortal continuou por vários minutos - a forma Asura atacando em explosões precisas de velocidade e ferocidade, recuando antes que a serpente pudesse responder efetivamente. Era uma estratégia de desgaste calculada, enfraquecendo progressivamente a formidável criatura.
Eventualmente, o padrão de movimentos da Serpente Cristalina começou a mostrar sinais de fadiga. Seus ataques tornaram-se mais lentos, menos coordenados. Os cristais em sua espinha pulsavam com menor intensidade.
[Presa em estado de exaustão] [Momento ideal para ataque final identificado] [Recomendação: Golpe terminal direcionado ao nexo nervoso central]
Quando a serpente preparava-se para uma última tentativa desesperada de contra-ataque, a forma Asura executou uma manobra impressionante. Utilizando uma combinação de "Passo Deslizante" e "Impulso Sombrio" - uma nova capacidade aparentemente desenvolvida após absorver a essência do Stalker - ela praticamente desapareceu da vista, reaparecendo instantaneamente acima da serpente.
O golpe final foi preciso e devastador. As garras da forma Asura penetraram profundamente na base do crânio da serpente, encontrando e destruindo o nexo nervoso central. Simultaneamente, seus chifres negros perfuraram grandes vasos sanguíneos, acelerando o fim da formidável criatura.
A Serpente Cristalina convulsionou violentamente antes de colapsar, seus olhos facetados perdendo gradualmente o brilho vital enquanto seu corpo massivo desabava pesadamente sobre o solo da floresta.
[Presa neutralizada] [Ritual de consumo disponível] [Potencial de absorção significativo detectado]
O ritual de consumo que se seguiu foi mais elaborado que o anterior. A forma Asura iniciou novamente com órgãos vitais específicos, mas desta vez demonstrava interesse particular nos tecidos nervosos centrais da serpente e nas glândulas que produziam suas secreções venenosas.
À medida que se alimentava, a névoa de essência vital que emanava do corpo da serpente era muito mais densa e complexa que a do Stalker. A energia absorvida fazia os chifres negros da forma Asura brilharem com intensidade aumentada, enquanto veias de energia escura pulsavam visivelmente sob sua pele.
[Absorção de essência em progresso] [Capacidades assimiladas: Resistência a toxinas, produção limitada de secreções paralisantes] [Atributos aprimorados: Resistência +12, Força +8, Adaptabilidade +10] [Nova habilidade em formação: "Toque Paralisante"]
Quando terminou sua refeição, a forma Asura ergueu-se novamente, agora com alterações mais significativas. Pequenas escamas cristalinas haviam começado a formar-se nos antebraços e ao longo da coluna vertebral, reforçando a proteção natural. As garras exibiam um leve brilho esverdeado, agora capazes de secretar uma versão diluída da toxina paralisante da serpente.
A fome havia diminuído consideravelmente, mas ainda não estava completamente satisfeita. E agora, com sentidos ainda mais amplificados, a forma Asura detectava algo verdadeiramente significativo - uma presença massiva a uma distância considerável, emanando poder que fazia as duas presas anteriores parecerem insignificantes.
Hanna havia retornado ao seu próprio dormitório, mas encontrava-se incapaz de concentrar-se em qualquer coisa. Haviam se passado quase duas horas desde o estranho encontro com Bryan, e suas mensagens continuavam sem confirmação de entrega.
Seu dispositivo mágico descansava sobre sua mesa de estudos enquanto ela andava nervosamente pelo quarto. O relógio na parede marcava 21:42 - dezoito minutos antes do toque de recolher oficial da Academia.
"Suficiente," murmurou finalmente, tomando uma decisão.
Activou seu dispositivo novamente, mas desta vez não para enviar outra mensagem a Bryan. Em vez disso, conectou-se com um contato diferente.
"Professora Moonsong? Peço desculpas pelo horário, mas preciso reportar uma situação preocupante sobre um estudante."
Na Câmara de Monitoramento de Portais, a atividade havia intensificado-se significativamente. Gareth agora estava acompanhado por três especialistas adicionais e pelo próprio Mestre Thornwick, um homem austero de meia-idade com um tapa-olho mágico que ocasionalmente emitia pulsos de energia sensorial.
"Resumo da situação," solicitou Thornwick, estudando os dados nos painéis cristalinos.
"Portal A-3 ativado sem autorização às 19:47," explicou Gareth, projetando uma imagem tridimensional das leituras energéticas. "Assinatura mágica não corresponde a nenhum perfil registrado, embora haja fragmentos que sugerem uma emulação parcial da assinatura do Professor Blackwood - provavelmente residual de seu uso durante a aula da tarde."
Thornwick franziu o cenho. "Emulação de assinatura? Isso requer conhecimento avançado de manipulação arcana."
"Precisamente o que nos preocupa," continuou Gareth. "Mas mais perturbador são estas anomalias na leitura básica." Ele ampliou uma seção específica da imagem holográfica. "Estas frequências… não são típicas de magia humana padrão. Apresentam características que normalmente associaríamos com entidades de Classe-D ou superior."
Thornwick estudou os dados por um momento, seu olho mágico pulsando rapidamente enquanto processava informações em níveis que escapavam à percepção normal.
"Iniciem protocolo Amber-2," ordenou finalmente. "Ativem monitoramento intensificado do Portal A-3, preparação da equipe de resposta rápida, e notifiquem a Arquimaga Vex. Quero saber exatamente o que atravessou aquele portal e por quê."
Os técnicos moveram-se imediatamente para executar as ordens. Painéis de controle adicionais ativaram-se ao redor da câmara, enquanto cristais de comunicação estabeleciam links com várias divisões de segurança da Academia.
"Senhor," chamou uma das técnicas de monitoramento, "estamos captando leituras energéticas intensas do outro lado do portal. Seja lá o que estiver em Nimora, parece estar… evoluindo."
Thornwick voltou sua atenção para o novo conjunto de dados. "Procurem nos registros de estudantes por qualquer um com potencial para esta forma de manipulação arcana avançada. Concentrem-se em transferências recentes, personalidades isoladas, comportamentos atípicos."
"Senhor," interrompeu Gareth hesitantemente, "há outra possibilidade que devemos considerar. E se… não for um estudante?"
O silêncio pesado que seguiu refletia uma preocupação compartilhada por todos na sala. A Academia Imperial havia enfrentado tentativas de infiltração antes - algumas por entidades que dificilmente poderiam ser classificadas como humanas.
"Dobrem a segurança em todos os portais ativos," ordenou Thornwick após um momento. "Se algo não autorizado tentar retornar, quero estar preparado."
A forma Asura de Bryan movia-se agora com propósito renovado através da floresta de Nimora, dirigindo-se para o sudeste, onde havia detectado a presença massiva. A cada passo, seu corpo parecia mais otimizado - mais forte, mais rápido, mais adaptado ao ambiente alienígena e às demandas da caça.
[Estado físico Asura: 87% de potencial atual] [Consciência racional: 11% atividade residual e aumentando] [Previsão: Estabilização completa após consumo final]
A floresta começou a dar lugar a um cenário diferente - uma região pantanosa com árvores gigantescas que cresciam diretamente da água turva. Vapores multicoloridos emanavam da superfície em alguns pontos, criando uma névoa sobrenatural que difundia a luz das luas gêmeas.
A forma Asura pausou brevemente na transição entre ecossistemas, seus sentidos processando o novo ambiente. O ar estava carregado com energias arcanas naturais mais intensas aqui - como se este pântano fosse um reservatório natural de força mágica primordial.
E no centro deste ambiente saturado de energia, aproximadamente um quilômetro adiante, residia a presença que havia detectado.
[Alerta: Assinatura bioenergética de magnitude superior detectada] [Classificação preliminar: Criatura Alfa / Classe A] [Aviso: Risco significativo mesmo com capacidades Asura aprimoradas]
Mesmo em seu estado predominantemente instintivo, a forma Asura demonstrou cautela calculista. Esta não seria uma caçada simples. A criatura que sentia adiante era um verdadeiro ápice predatório - algo que dominava seu território não por acaso, mas por poder genuíno e provado.
Movendo-se com sigilo absoluto, a forma Asura adentrou o ambiente pantanoso. Utilizava cada cobertura disponível, navegando pelas sombras das árvores gigantescas e ocasionalmente submergindo parcialmente para mascarar seu aroma predatório.
À medida que se aproximava do centro do pântano, os sinais da presença alfa tornavam-se mais evidentes. Árvores com troncos grossos como torres haviam sido arranhadas a alturas impossíveis para criaturas normais. Ossadas parcialmente decompostas de presas substanciais decoravam as margens de uma ilha central.
E então, finalmente, avistou sua presa final.
Era uma criatura que desafiava classificações simples. Com proporções que lembravam vagamente um primata, mas coberto por placas quitinosas em tons de obsidiana e âmbar que se sobrepunham como uma armadura natural. Sua cabeça ostentava uma coroa de protuberâncias ósseas que pulsavam com energia arcana bruta. Os membros eram desproporcionalmente longos, terminando em garras compostas por algum material cristalino negro que refletia a luz das luas de maneira antinatural.
O mais impressionante, porém, eram as duas estruturas semelhantes a asas vestigiais que emergiam de suas costas - não funcionais para voo, mas constantemente emanando ondas visíveis de energia arcana que pareciam dobrar ligeiramente o espaço ao seu redor.
[Criatura identificada: Monarca do Pântano Dimensional] [Classificação: Predador Alfa / Classe A-superior] [Capacidades notáveis: Manipulação espacial limitada, força física extraordinária, armadura natural resiliente, regeneração acelerada] [Valor nutricional para necessidades Asura: 95%]
A forma Asura observou o Monarca movendo-se pelo centro de seu território. A criatura parecia estar realizando algum tipo de ritual territorial - marcando certas árvores com secreções específicas e ocasionalmente emitindo vibrações de baixa frequência que reverberavam através do pântano.
Esta seria, sem dúvida, a caçada mais desafiadora possível em Nimora. O Monarca representava o topo absoluto da cadeia alimentar local - uma criatura que provavelmente havia eliminado qualquer competição séria há gerações.
A abordagem direta seria suicida mesmo com as capacidades aprimoradas que havia adquirido. Esta presa exigiria estratégia, paciência e execução perfeita.
[Análise de confronto iniciada] [Probabilidade de vitória em confronto direto: 32%] [Recomendação: Abordagem estratégica multifásica]
Por quase uma hora, a forma Asura estudou sua presa. Observou meticulosamente cada padrão de movimento, cada reflexo, cada comportamento repetitivo. Identificou que o Monarca preferia certos caminhos específicos em suas rondas territoriais. Notou que após emitir suas vibrações territoriais, havia um breve período onde a criatura parecia mais vulnerável - como se o esforço de projeção energética causasse uma diminuição momentânea em suas defesas.
Finalmente, formulou um plano de ataque.
A execução começou não com um ataque direto, mas com uma série de distrações estratégicas. A forma Asura utilizou suas novas habilidades adquiridas para criar perturbações em pontos específicos do território - deslocando objetos, agitando a vegetação, emitindo odores que provocariam resposta territorial.
O Monarca reagiu como esperado, investigando cada perturbação com crescente agitação. Sua rotina metódica foi interrompida conforme respondia às aparentes invasões múltiplas de seu território.
Quando a criatura finalmente emitiu uma vibração territorial particularmente intensa - uma demonstração de domínio destinada a intimidar qualquer invasor - a forma Asura executou seu ataque principal.
Surgindo de uma posição elevada perfeitamente calculada, lançou-se em um ataque vertical com toda sua força amplificada. Seus chifres negros, agora cercados por uma aura de energia escura visível, visavam uma junção específica entre as placas quitinosas na nuca do Monarca - um ponto que havia identificado como potencialmente vulnerável durante sua observação.
O impacto foi tremendo. A força combinada da queda estratégica e o impulso amplificado permitiram que os chifres penetrassem parcialmente a armadura natural do Monarca. Simultaneamente, as garras da forma Asura, agora reforçadas com elementos cristalinos e secretando veneno paralisante, rasgaram lateralmente, buscando articulações e pontos de menor resistência.
O rugido do Monarca ecoou pelo pântano com força suficiente para agitar a água em ondas concêntricas. A dor e surpresa transformaram-se instantaneamente em fúria retaliadora.
Com uma explosão de força que desafiava compreensão, o Monarca sacudiu-se violentamente, arremessando a forma Asura através do ar como se não pesasse nada. Antes que pudesse recuperar-se completamente, o Alfa já estava em movimento, cobrindo a distância entre eles com velocidade surpreendente para sua massa.
O golpe que seguiu teria matado instantaneamente qualquer humano comum. Mesmo com as adaptações e aprimoramentos adquiridos, a forma Asura foi arremessada violentamente contra o tronco de uma árvore gigante, o impacto quebrando parcialmente a madeira maciça.
[Dano significativo sustentado] [Integridade estrutural: 74%] [Reparo regenerativo iniciado] [Aviso: Oponente excede parâmetros previstos]
A forma Asura recuperou-se rapidamente, esquivando-se por milímetros de um segundo ataque devastador. O Monarca movia-se agora com propósito singular - eliminar a ameaça que ousara atacá-lo em seu próprio território.
O que se seguiu foi uma batalha de intensidade quase incompreensível. A forma Asura utilizava cada habilidade e adaptação adquirida - a visão aprimorada do Stalker para antecipar movimentos, a resistência e veneno da Serpente Cristalina para ataques estratégicos. Seu "Passo Deslizante" e "Impulso Sombrio" permitiam movimentos praticamente impossíveis de acompanhar, enquanto suas garras e chifres buscavam constantemente pontos vulneráveis na impressionante armadura do Monarca.
O Alfa respondia com força bruta avassaladora e controle surpreendente do ambiente. As estruturas semelhantes a asas em suas costas pulsavam com energia arcana, ocasionalmente distorcendo o espaço ao seu redor para antecipar-se aos movimentos da forma Asura ou alterar a trajetória de seus próprios ataques.
Por vários minutos, a batalha permaneceu indecisa. A velocidade e adaptabilidade da forma Asura compensavam parcialmente a força superior e domínio territorial do Monarca. O pântano ao redor tornava-se cada vez mais devastado conforme a luta se intensificava - árvores derrubadas, água agitada em ondas violentas, energia arcana saturando o ar em densas correntes visíveis.
[Energia restante: 58%] [Ferimentos acumulados comprometendo eficiência] [Nova estratégia necessária]
A forma Asura recuou momentaneamente para uma posição defensiva, avaliando sua situação. O Monarca era indubitavelmente o adversário mais poderoso que havia enfrentado - uma criatura perfeitamente adaptada a seu ambiente e no auge de seu poder.
Foi neste momento crítico que algo inesperado ocorreu dentro da consciência submersa de Bryan.
[Consciência racional aumentando: 23%] [Integração cognitiva-instintiva iniciada] [Novo paradigma de combate disponível]
Uma clareza parcial emergiu através da névoa de instintos primordiais. Não era o retorno completo da personalidade consciente de Bryan, mas um estado híbrido - a precisão analítica de sua mente consciente combinando-se com o poder bruto da forma Asura.
Este novo estado híbrido percebeu algo que o instinto puro não havia identificado completamente - o verdadeiro padrão por trás das manipulações espaciais do Monarca.
As distorções não eram aleatórias ou puramente instintivas; seguiam um padrão arcano específico, uma sequência que poderia ser antecipada. Mais importante, cada manipulação espacial significativa era precedida por um pulso específico de energia através das estruturas semelhantes a asas.
Com esta compreensão, formou-se uma nova estratégia.
A forma Asura, agora operando com esta inteligência híbrida aumentada, reengajou o combate com abordagem radicalmente diferente. Em vez de tentar simplesmente esquivar-se das distorções espaciais, começou a antecipar-se a elas, posicionando-se estrategicamente para explorar os breves momentos de vulnerabilidade após cada manipulação.
O Monarca parecia momentaneamente confuso com esta mudança de táticas. Sua superioridade territorial estava sendo desafiada não apenas por força bruta, mas por adaptação inteligente.
O ponto decisivo veio após uma sequência particularmente intensa de distorções espaciais. Como previsto pelo estado híbrido, o Monarca necessitou de um momento ligeiramente mais longo para recuperar-se após este esforço concentrado.
Foi toda a abertura necessária.
A forma Asura lançou-se em um ataque perfeitamente cronometrado, utilizando "Impulso Sombrio" para um avanço praticamente instantâneo. Suas garras, agora reforçadas por energia Asura concentrada, atingiram precisamente a base das estruturas semelhantes a asas - o nexo energético que permitia as manipulações espaciais.
Simultaneamente, seus chifres negros, canalizando energia densa e concentrada, perfuraram uma junção crítica na armadura do pescoço do Monarca, atingindo diretamente um nódulo nervoso vital.
O rugido que se seguiu não foi de raiva, mas de genuína agonia. A criatura alfa contorceu-se violentamente, suas manipulações espaciais tornando-se caóticas e descontroladas enquanto tentava livrar-se do atacante que havia violado suas defesas mais críticas.
A forma Asura manteve-se firme, aprofundando seu ataque com determinação implacável. As garras injetavam agora quantidades massivas de toxina paralisante diretamente no sistema nervoso do Monarca, enquanto os chifres continuavam canalizando energia desestabilizadora para o nódulo vital.
A batalha atingiu um clímax violento quando o Monarca, em um último esforço desesperado, concentrou toda sua energia remanescente em uma explosão arcana massiva. A onda de choque varreu o pântano, destruindo vegetação em um raio de cinquenta metros e lançando a forma Asura para longe.
Mas o dano já estava feito.
Quando a energia dissipou-se, o Monarca permaneceu de pé apenas por mais alguns momentos antes de colapsar pesadamente. Seus sistemas nervosos haviam sido comprometidos irreparavelmente, suas fontes de energia arcana desestabilizadas além da capacidade de recuperação.
[Presa Alfa neutralizada] [Vitória confirmada] [Estado físico Asura: Danos significativos, mas estáveis] [Ritual de consumo primal disponível]
A forma Asura aproximou-se cautelosamente do Monarca caído. A criatura ainda respirava, mas seus movimentos eram fracos e descoordenados. Os olhos anteriormente brilhantes estavam opacos agora, reconhecendo intuitivamente sua derrota frente a um predador superior.
O ritual de consumo que se seguiu foi profundamente diferente dos anteriores. A forma Asura não simplesmente devorou partes selecionadas; estabeleceu uma conexão mais profunda e primitiva.
Seus chifres negros perfuraram pontos específicos do Monarca, criando um circuito direto de transferência de essência. A energia arcana bruta fluía visivelmente do Alfa derrotado para seu conquistador, criando um espetáculo sobrenatural de luz e sombra entrelaçadas.
[Ritual de Consumo Primal em progresso] [Absorção de essência: 99.7% eficiente] [Capacidades assimiladas: Manipulação espacial limitada, regeneração aprimorada, armadura natural parcial] [Atributos amplificados: +17 em todos os parâmetros físicos] [Alerta: Transformação secundária iniciando…]
À medida que a essência do Monarca era completamente absorvida, a forma física da criatura Asura começava a mudar novamente. Placas quitinosas semelhantes às do Alfa apareceram ao longo de seu torso e membros, oferecendo proteção natural significativamente aprimorada. Seus chifres negros cresceram mais alguns centímetros, desenvolvendo sulcos complexos que pulsavam com energia escura concentrada.
O mais notável, porém, foi o desenvolvimento de pequenas estruturas semelhantes a asas vestigiais emergindo de suas costas - não idênticas às do Monarca, mas claramente inspiradas nelas, já emanando ondas sutis de energia que distorciam ligeiramente o espaço imediato.
[Transformação secundária completa] [Estado Asura: 97% do potencial atual] [Alerta: Consciência racional retornando rapidamente] [Fome primordial: Satisfeita temporariamente]
Com o último suspiro do Monarca, algo fundamental mudou na criatura que antes fora Bryan Blake. A névoa instintiva que havia dominado completamente sua consciência começou a dissipar-se. O equilíbrio entre homem e besta primordial recalibrou-se.
E então, como acordando de um sonho intenso, Bryan retornou à consciência.
"Onde… o que aconteceu?"
A voz saiu áspera e estranha através de uma boca ainda parcialmente transformada. Bryan piscou várias vezes, sua visão ajustando-se enquanto a consciência racional reassumia controle.
Memórias fragmentadas inundaram sua mente - a fome devastadora no refeitório, o confronto com Hanna, sua fuga desesperada para o Complexo de Portais. Depois disso, apenas impressões indistintas de caça, sangue, poder.
[Bem-vindo de volta, Usuário] [Interface de Sistema retornando ao modo ativo] [Relatório completo de estado disponível]
Bryan tentou mover-se e imediatamente percebeu as profundas mudanças em seu corpo. Ainda mantinha aspectos evidentes da forma Asura - as garras, os chifres, as placas protetoras parciais, as estruturas semelhantes a asas vestigiais. Mas sua mente estava clara agora, o controle completamente seu novamente.
"Sistema, relatório de estado," solicitou, sua voz gradualmente retornando ao normal à medida que as transformações mais extremas começavam a regredir.
[Estado atual: Forma Híbrida estabilizada] [Fome Primordial: Temporariamente satisfeita (estimativa: 7 dias até próxima fase crítica)] [Aquisições biológicas: Três presas significativas consumidas e assimiladas] [Novos atributos permanentes adquiridos] [Novas habilidades permanentes adquiridas] [Recomendação: Completar processo de reverter forma externa antes de retornar à Academia]
Bryan levantou as mãos, observando as garras que agora começavam lentamente a retrair-se até mais próximo de unhas humanas normais. O processo de reversão aparentemente seria gradual.
"Sistema, posso acelerar a reversão para forma humana? Preciso retornar à Academia o mais rápido possível."
[Aceleração possível através de Canalização Inversa de Aura] [Aviso: Processo consumirá energia significativa e temporariamente desativará algumas habilidades recém-adquiridas] [Proceder?]
"Sim, proceder imediatamente."
Bryan sentou-se em posição meditativa no centro do campo de batalha devastado, concentrando-se na técnica sugerida pelo Sistema. Sentia a energia Asura fluindo através de seu corpo, agora respondendo ao seu controle consciente em vez de dominar sua vontade.
Lentamente, as transformações físicas mais evidentes começaram a regredir. As placas quitinosas foram as primeiras a desaparecer, seguidas pelas estruturas semelhantes a asas. Suas garras retraíram-se completamente, e os dentes voltaram ao normal. Por último, os chifres negros diminuíram progressivamente até desaparecerem, deixando apenas pequenas protuberâncias quase imperceptíveis sob a pele da testa - como se estivessem agora adormecidos em vez de completamente ausentes.
[Reversão física externa completa: 96%] [Aparência humana restaurada com variações mínimas] [Capacidades internas preservadas]
Bryan levantou-se, sentindo-se simultaneamente exausto e revigorado. Seu corpo havia passado por um processo de evolução acelerada, consumindo energia massiva, mas também absorvendo poder substancial das presas consumidas.
"Sistema, detalhes sobre novas capacidades adquiridas," solicitou enquanto começava a orientar-se para o caminho de volta ao portal.
[Capacidades permanentemente adquiridas:]
[1. Visão de Predador Noturno] [Capacidade de perceber espectro ampliado de luz, incluindo excelente visão noturna] [Adaptação automática a condições variáveis de iluminação] [Detecção aprimorada de movimento]
[2. Toque Paralisante] [Capacidade de secretar toxina paralisante leve através das mãos] [Ativação controlada consciente] [Pode induzir dormência temporária a entorpecimento completo dependendo da dosagem]
[3. Deslize Dimensional] [Manipulação espacial limitada derivada do Monarca] [Permite pequenos "saltos" através do espaço em distâncias curtas] [Capacidade de dobrar ligeiramente o espaço local para evasão defensiva]
[4. Regeneração Acelera] [Velocidade de recuperação de ferimentos significativamente aumentada] [Particularmente eficaz para danos ao tecido muscular e nervoso] [Capacidade de redirecionar fluxo de cura para áreas específicas]
[5. Sentido Predatório Aprimorado] [Capacidade de detectar e classificar instintivamente ameaças potenciais] [Análise automática de padrões de movimento e comportamento] [Mapeamento territorial subconsciente aprimorado]
[Atributos permanentemente aprimorados:] [Força: +32%] [Velocidade: +41%] [Durabilidade: +37%] [Percepção: +45%] [Adaptabilidade: +38%] [Regeneração: +43%]
Bryan assimilou estas informações enquanto caminhava rapidamente pela floresta, agora retornando ao portal. O processo havia sido incrivelmente eficiente - em algumas horas de caça, havia adquirido capacidades que normalmente exigiriam meses ou anos de treinamento intensivo.
Mas também compreendia as implicações preocupantes. Sua natureza Asura exigia alimentação regular proporcional ao seu poder crescente. Esta caçada havia satisfeito temporariamente essa necessidade, mas eventualmente precisaria enfrentar novamente a fome primordial.
E havia algo mais perturbador: o prazer instintivo que sentira durante a caça. Mesmo agora, com sua consciência racional plenamente restaurada, não podia negar uma satisfação profunda ao recordar fragmentos da experiência predatória.
"Sistema, precisamos desenvolver um plano sustentável para gerenciar a fome Asura no longo prazo," comentou enquanto navegava habilmente pela floresta em direção ao portal. "Não posso arriscar perder o controle dentro da Academia novamente."
[Análise de estratégias em andamento] [Recomendação preliminar: Acesso regular e programado aos portais para caça controlada] [Possível solução secundária: Desenvolvimento de técnicas de canalização para converter outras fontes de energia em nutrição Asura] [Prazo estimado para próxima crise de fome: 7 dias, 8 horas]
Bryan assentiu pensativamente. Uma semana daria tempo para planejar adequadamente. Especialmente considerando seu plano já existente para participar das raids oficiais de portais com a equipe que estava montando.
À medida que se aproximava do local do portal, seus pensamentos voltaram-se para as consequências imediatas de suas ações. A violação não-autorizada de um portal de Classe A certamente teria ativado sistemas de segurança. Precisaria de uma explicação plausível para seu desaparecimento.
E havia Hanna… O que ela pensara de seu comportamento errático? Quanto havia realmente visto? Precisaria abordar essa situação com extremo cuidado.
Quando finalmente chegou ao ponto de entrada onde o portal para a Academia deveria estar, Bryan hesitou momentaneamente. Enfrentar as consequências de suas ações seria desafiador, mas necessário.
[Portal localizado: Estado ativo] [Aviso: Sistemas de segurança da Academia ativos no lado oposto] [Detecção de monitoramento intensificado]
"Sem alternativa," murmurou para si mesmo.
Com um suspiro profundo, Bryan ajustou suas roupas rasgadas o melhor possível, verificou uma última vez se sua aparência estava suficientemente humana, e atravessou o portal, retornando à Academia Imperial.
A caçada havia terminado. Agora começava um jogo totalmente diferente.