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Arinne Hown entre Mitos

Shélida_Tedesco
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Synopsis
Arinne era apenas uma garota solitária que vivia nas periferias desde muito nova. Mas algo aconteceu enquanto vasculha lixos dos bairros ricos com um sem teto desconhecido, sem saber que esse homem, que cheirava a suor, lixo e outros cheiros não muito agradáveis, avisasse de um perigo que mudaria sua vida. Uma história que se entrelaça entre a mitologias.
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Chapter 1 - Onde tudo desandou

Imagine você viver em uma cidade pobre, quase abandonada, sozinho, onde seus vizinhos são pessoas sem-teto, cachorros de rua e germes por toda parte. Todos lutam pelo pão que o diabo amassou, por ser o único alimento que moscava em uma sacolinha jogada na rua. Não era uma vida de invejar — passava bem longe disso, mas era a realidade de muitas pessoas. Nem sempre fora assim, eu morava com minha mãe em uma cidade até bem estruturada, nossa casa não era grande, havia dois pequenos quartos que cabiam apenas uma cama de solteiro e um pequeno guarda-roupa, o banheiro minúsculo e a sala e cozinha juntos, por mas que não tínhamos uma Tv. Vivi feliz naquele cubículo que chamava de lar. Tenho boas lembranças lá: minha mãe arrumando meu cabelo que na época era longo, me ajudando a escolher minha roupa quando iríamos sair... Entre outras coisas que mãe e filha fazem. Eu faria tudo para voltar para aquela vida.

Quando completei dez anos, minha mãe me levara para a escola. Meu cabelo amarrado em um rabo de cavalo marrom escuro, o uniforme limpo e minha mochila carregando meus materiais. Despedi da minha mãe, que me deu um beijinho na cabeça, me olhou com aqueles olhos âmbar tão acolhedores e falou, sua voz tão doce e gentil ao falar comigo:

— Se cuide, querida. Mamãe te ama.

Então entrei. Até então foi um dia normal, aulas chatas e lentas (para alguém que tinha imperatividade era difícil ficar quieto), quando deu o horário da saída fui empolgada até a frente da escola, segurando as alças da mochila em expectativa enquanto esperara minha mãe. O tempo foi passando, e passando, e nada dela. Como qualquer criança, comecei a ficar desconfortável e chateada, tentando ao máximo me entreter com algo, até que fui em uma funcionária de lá e pedi para chamar minha mãe. Mal sabia que aquela frase simples se tornaria as últimas palavras que escutara

dela, pois minha mãe havia falecido de parada cardíaca em casa enquanto fazia tarefas domésticas.

Ninguém me contara a notícia, seria muita informação para uma criança de dez anos, então fui informada que ela havia ficado muito doente e ligariam para algum parente que me buscaria e cuidaria de mim por um tempo. Bem, não tinha uma única unidade de parente próximo ou simplesmente vivo. Veja bem, minha avó era viúva, pariu apenas uma filha, e morreu de velhice quando completei dois anos. E acompanhada dela, meus dois tios-avós também não estavam vivos. E sobre meu pai? minha mãe nunca contou nada sobre a localização dele; apenas que ele fora um homem gentil e de coração grande. Bem, acho que não tão grande assim, já que abandonou uma mulher que carregara seu filho. Bem, resumidamente para você, fui encaminhada para uma assistente social, acabei escutando a tragédia notícia de minha mãe e, quando uma noite antes de me encaminharem para um abrigo de crianças, fugi. Estava muito abalada e claramente desamparada, correndo para o nada sem rumo algum, apenas sei que fui muito longe durante aquela longa noite tristonha.