Marineford – O Erro de Sengoku
Na sede da Marinha, Marineford, dentro do escritório do Marechal,
Sengoku repousava os olhos cansados sobre uma pilha de documentos.
Ele havia acabado de assinar uma ordem de deslocamento e massageava a testa.
A batalha contra os Piratas do Barba Branca ainda levaria algum tempo,
mas como a decisão já fora aprovada pelo Governo Mundial,
a Marinha precisava iniciar imediatamente a mobilização de tropas, recursos e estratégias.
Para Sengoku, eram reuniões sem fim:
planejamento de combate, inteligência, logística, deslocamento…
Seus dias estavam consumidos pela guerra iminente.
Ele se permitiu um instante de descanso, olhando pela janela para a movimentada Marineford.
O peso de ser Marechal já estava sobre seus ombros havia mais de duas décadas.
Sabia que, após essa guerra,
independentemente do resultado, pediria para se aposentar e passar ao segundo plano.
Foi então que a porta se abriu.
Um ajudante entrou, reverente:
"Marechal Sengoku, chegou nova informação sobre os Piratas do Barba Branca."
Sengoku franziu o cenho, mas estendeu a mão.
"Deixe-me ver."
Leu rapidamente o relatório.
Seus olhos endureceram por um instante.
"Uma mulher de cabelos vermelhos apareceu no Moby Dick?
Lutou contra Whitebeard e depois recuou?…"
Não havia detalhes.
Os agentes da Marinha infiltrados pouco conseguiam arrancar do território de Barba Branca.
Newgate jamais permitiria que espiões circulassem livremente.
Sengoku fechou o papel e o jogou numa gaveta abarrotada de relatórios.
"Provavelmente algum aliado que Barba Branca convocou… ou uma subordinada."
E não pensou mais no assunto.
Mas não sabia que esse detalhe ignorado…
seria justamente o ponto que mais abalaria os alicerces da Marinha.
Natalia e Karla – A Decisão
Longe dali, já fora do território de Barba Branca,
Natalia voava com seu Reiatsu nos pés, enquanto Karla, em forma de gata negra, a acompanhava.
"Irmã mais velha, voltaremos agora para a ilha da família?"
perguntou Karla, hesitante.
Natalia rangeu os dentes.
Sentia-se frustrada.
Ela, a primogênita da família Portgas,
não conseguira sequer fazer Ace abandonar os Piratas do Barba Branca.
Era uma derrota pessoal — e não queria encarar o pai de mãos vazias.
Então, recordou-se de um detalhe.
Durante sua missão, havia recebido informações sobre o destino de Ace:
"Karla, lembra-se do que ouvimos?
Ace perseguia um traidor dos Piratas do Barba Branca.
Foi derrotado e entregue à Marinha em troca de benefícios."
Os olhos vermelhos de Natalia brilharam friamente.
Karla engoliu seco e respondeu:
"Sim… o traidor se chama Marshall D. Teach.
Matou o comandante Thatch para roubar a Yami Yami no Mi.
Ace foi atrás dele e acabou derrotado.
Foi assim que Barba Negra o entregou ao Governo Mundial."
O olhar de Natalia ficou gélido.
"Então é esse o homem que ousou vender o meu tio…"
Karla, conhecendo a irmã, sentiu o estômago revirar.
"Irmã… não me diga que vai atrás dele agora?"
Natalia sorriu, fria:
"A família Portgas valoriza laços acima de tudo.
A primeira lei é nunca trair sangue.
Barba Negra quebrou isso.
Ele é um traidor que merece morrer."
"Não importa se derrotou Ace com as chamas da Mera Mera…
a escuridão pode engolir o fogo uma vez.
Mas vou mostrar-lhe o que acontece quando enfrenta as chamas de Ryūjin Jakka."
Karla suspirou, vencida.
Sua expressão felina era pura frustração.
"Está bem… desta vez vou me meter nessa confusão com você.
Mas se o pai nos repreender, vai ter que falar por mim."
Natalia suavizou o olhar e sorriu.
"Quando eu já te enganei, irmãzinha?
Vamos atrás de Teach.
Esse verme vai pagar por tocar na nossa família."
Enquanto o Reiatsu flamejante de Natalia iluminava o céu noturno,
Karla a seguia, resmungando baixinho:
"E pensar que ainda vamos ter de arrumar concubinas para o pai nas tripulações de Kaido ou Big Mom…
Só espero sobreviver para ver isso."
A gata estremeceu.
No fundo do coração, restavam apenas quatro palavras:
"Minha irmã é insana."