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Chapter 10 - Capítulo 10 – Ursinhos, Parque e Risadas Inesquecíveis

O céu estava limpo, o sol brilhava suave e o vento bagunçava os cabelos de Aerin enquanto ele olhava os gêmeos correndo à sua frente no parque de diversões. Um segurava um balão vermelho, o outro um algodão-doce quase maior que a própria cabeça.

— Appa!! O cavalo! — gritou um deles, apontando pra roda gigante.

— Não, maninho, cavalo é ali ó!! — o outro puxava na direção do carrossel.

Aerin quase tropeçou tentando alcançar os dois ao mesmo tempo, rindo e se curvando um pouco pra pegar nas mãos deles.

— Espera! Um de cada vez! Eu só tenho duas mãos, sabiam? — brincou ele, ofegante e feliz.

A tarde tinha sido uma loucura deliciosa. Eles andaram no carrossel, tiraram foto com mascotes gigantes, comeram pipoca, correram atrás de bolhas de sabão e até entraram naquelas cabines de foto instantânea, onde Aerin teve que fazer careta enquanto os gêmeos gargalhavam.

Quando o sol começou a se pôr, os dois estavam exaustos, mas ainda cheios de energia nos olhos. Aerin os pegou no colo, um de cada lado, mesmo que seus braços já tremessem de cansaço.

— Uff… dois pacotinhos pesados — resmungou, sorrindo.

Foi até o carro preto que esperava no estacionamento. O motorista desceu para abrir a porta traseira, e Aerin cuidadosamente colocou os dois meninos nas cadeirinhas, ajustando os cintos com delicadeza.

— Por favor, leve a gente de volta pro apartamento do senhor Kang Jihan — disse ao motorista, fechando a porta com cuidado.

Os gêmeos estavam cansadinhos, mas assim que reconheceram o caminho de volta, começaram a se animar de novo.

— Papai!! Papaaaaii!!!

— Tem que contá pro papai!

— Papai!!! Papaaaaiiii!!

Eles não falavam perfeitamente, as palavras vinham emboladas, mas cheias de emoção. Aerin sorria enquanto olhava pra eles pelo espelho interno do carro.

— Calma, calma. Contem tudo direitinho quando a gente chegar. Um por vez, combinado?

Eles assentiram, ainda pulando nos assentos. Cada um segurava firme seus novos ursinhos de pelúcia que Aerin tinha comprado no shopping. Um era azul com estrelas, o outro rosa com asas nas costas. Junto deles, sacolinhas com livrinhos de colorir, giz de cera, roupas infantis novas e um par de tênis com luzinhas que eles amaram.

Quando chegaram no apartamento, a porta mal se abriu e os dois saíram correndo com os braços cheios de coisas.

— Papaiiiii!!!

— Papai!! Paaapai olha!!!

Kang Jihan estava sentado no sofá da sala, tomando um café preto enquanto lia documentos em um tablet. Quando ouviu os gritos e passos correndo, ele olhou por cima dos óculos e viu os filhos avançando como dois mísseis em sua direção.

— Papai! Papai!! A gente foi no parqui!!!

— E no xópin!! E no… no… Macdonazzz!!!

— E olhaaa ursinhuu!!! — disse um, levantando o bichinho no alto.

— E liiiivru de cocoriiirrr!!! — disse o outro, mostrando os livros.

Eles batiam palminhas, riam alto, os olhos brilhando de felicidade. Mesmo falando com dificuldade, eles não paravam de tentar. Queriam ser ouvidos, queriam que o pai soubesse de cada segundo que viveram naquele dia.

Jihan colocou o café de lado e abriu os braços.

— Vem cá, vocês dois.

Eles correram e se jogaram no colo dele, um em cada lado, ainda abraçando seus brinquedos. Jihan os envolveu num abraço forte, apertando como se estivesse tentando gravar aquele momento na memória.

Aerin, parado na entrada da sala, observava a cena com os braços cruzados e um sorrisinho cansado no rosto. Sua camiseta estava suada, os cabelos bagunçados, mas o coração leve.

— Eles tão bastante animados hoje, né, senhor? — comentou, com uma voz suave.

Kang Jihan olhou pra ele por cima das cabeças dos filhos. Seus olhos estavam mais suaves do que o normal, quase… emocionados.

— Eu percebi — disse, com a voz baixa.

Um dos gêmeos apontou pro Aerin e gritou:

— Appaaaaa!!

— Aerin appaaaaa!! Ele comprôôôo tudo!!!

— Éééé, e tem xópin, e parquiii, e franguin!!!

— Macdonazzzz feliz!!!

— E balão! E urso! E roda gigaaaaan… gigaa… é alta!!!

Eles falavam embolado, as palavras atropelando umas às outras, mas nada disso importava. Eles estavam contando do jeitinho deles, com o coração. E Jihan ouvia tudo, apertando os filhos contra o peito.

— Obrigado, Aerin — ele disse, sem tirar os olhos dos filhos. — Por dar isso a eles.

Aerin deu de ombros, disfarçando o sorriso tímido.

— Eu só… fiz o que qualquer um faria.

— Não, não faria — Jihan respondeu, firme. — Nem todo mundo escuta eles como você escuta. Nem todo mundo entende o que eles querem dizer… mesmo quando falam assim, com as palavras todas misturadas.

Um silêncio reconfortante tomou a sala por alguns segundos. Então um dos gêmeos soltou um:

— Appaaa! Eu qué de novooo!!

— Eu tamém!! Amanhãááá!!

Jihan riu baixo, beijando o topo da cabeça dos dois.

— Se o Aerin tiver energia, quem sabe, né?

Aerin jogou a mochila no chão e fingiu desmaiar no sofá.

— Eu vou precisar de um dia inteiro de sono e uns três cafés. Mas… se eles quiserem mesmo… eu topo.

Os gêmeos gritaram de alegria e pularam no sofá com ele.

Naquele instante, com risadas ecoando, ursinhos voando, livros de colorir espalhados e café esfriando na mesa… não parecia mais uma casa fria de CEO. Aquilo ali era um lar.

E Aerin… talvez estivesse se tornando uma parte essencial dele.

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