Ficool

Chapter 38 - Ecos da Força Vital II.

O resto do dia passou lentamente. Obedeci às ordens de descansar, mais por necessidade do que por obediência. Apesar da melhora, meu corpo ainda estava longe de recuperado. Vivian veio me visitar brevemente, trazendo mais desenhos e fazendo perguntas incessantes sobre artes arcanas e monstros, até que nossa mãe a levou embora, insistindo que eu precisava de tranquilidade.

Quando a noite caiu, ouvi uma batida suave na porta do meu quarto. Meu pai entrou, carregando duas canecas de chá quente. Ele parecia cansado, com linhas de preocupação marcando seu rosto normalmente composto.

— Pensei que poderíamos conversar melhor com algo quente para beber — disse ele, entregando-me uma das canecas.

O aroma de ervas e mel encheu o ar enquanto ele se sentava na cadeira ao lado da minha cama. Por um momento, ficamos em silêncio, apenas bebendo o chá e apreciando a quietude da noite.

— Quando eu tinha mais ou menos a sua idade — começou ele finalmente, olhando para as chamas da lareira —, eu também era impulsivo, achava que podia enfrentar qualquer desafio sozinho.

Sorri levemente.

— Minha bisavó Margareth me contou sobre os perigos da imprudência na juventude.

— Ela sabe do que fala. — Ele retribuiu o sorriso, mas havia uma tristeza em seus olhos. — Eu mesmo aprendi essa lição da maneira mais difícil, embora não com ela ao meu lado como uma companheira de aventuras, claro, mas como a avó que sempre me guiou, mesmo quando eu não queria ouvir.

Ele colocou sua caneca na mesa de cabeceira e se inclinou para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos.

— Houve uma época, quando eu era um jovem Espadachim Arcano recém-formado, cheio de ambição e ideais. Acreditava que podia mudar o mundo, corrigir injustiças com minhas próprias mãos.

Seu olhar se perdeu nas chamas, como se pudesse ver o passado dançando entre elas.

— Envolvi-me em uma disputa territorial em uma região remota. Contra o conselho de minha avó e de outros mais experientes, decidi intervir, acreditando que minha força e convicção seriam suficientes.

Ele fez uma pausa, e pude ver que a memória ainda o afetava profundamente.

— O que encontrei lá... — Ele balançou a cabeça. — Não foi a glória que eu esperava, Elian. Foi complicação, traição e perigo muito além do que eu estava preparado para enfrentar.

— O que aconteceu? — perguntei, minha voz quase um sussurro.

— Consegui escapar por pouco, mas não sem consequências. Pessoas que confiavam em mim se feriram. Minha imprudência quase custou não apenas a minha vida, mas a de inocentes. Arrisquei tudo por algo que acreditava ser certo, mas agi sem a devida sabedoria.

Ele se virou para mim, seus olhos encontrando os meus.

— Eu vejo coragem em você, filho. Uma grande coragem. Mas também vejo essa mesma chama de impetuosidade que quase me consumiu.

Engoli em seco, sentindo o peso de suas palavras.

— Estou tentando fazer a coisa certa — disse, minha voz mais fraca do que pretendia.

— Eu sei. — Ele colocou a mão em meu ombro. — E é por isso que estou contando isso. Não para desencorajá-lo, mas para que você entenda que há mais de uma forma de ser corajoso. Às vezes, a verdadeira coragem está em saber quando recuar, quando pedir ajuda, quando admitir que não se está pronto.

Ficamos em silêncio por um momento, as palavras pairando entre nós.

— O que está acontecendo, pai? — perguntei finalmente. — Com as florestas, com o Conselho Arcano... é algo relacionado ao passado?

Ele hesitou, e por um momento pensei que não responderia.

— Não sei — admitiu ele finalmente. — Mas há... semelhanças inquietantes. Os símbolos que o druida mencionou... — Ele balançou a cabeça. — Espero estar errado, Elian. Realmente espero.

Ele se levantou, caminhando até a janela. A lua estava alta no céu, banhando a floresta distante em uma luz prateada.

— Partirei para a capital ao amanhecer — disse ele, ainda olhando para fora. — A viagem levará cinco dias, e ficarei ausente por pelo menos duas semanas, possivelmente mais.

— E quanto a nós? — perguntei. — Mãe, Vivian e eu?

— Vocês ficarão aqui, sob a proteção de sua bisavó Margareth. — Ele se virou para mim. — Não há lugar mais seguro no norte de Malkut do que ao lado dela, acredite.

Assenti, sabendo que ele estava certo. Apesar de sua severidade, Margareth Lindemberg era uma das Arcanistas mais poderosas do reino, e sua lealdade à nossa família era inabalável.

— Prometa-me uma coisa, Elian — disse meu pai, retornando à beira da cama. — Prometa que ouvirá sua bisavó. Que seguirá seu treinamento, por mais difícil que seja. E acima de tudo, prometa que cuidará de sua mãe e irmã enquanto estou fora.

— Eu prometo — respondi sem hesitação.

Ele sorriu, um sorriso genuíno que raramente mostrava.

— Você tem um grande destino pela frente, filho. Maior do que qualquer um de nós poderia ter imaginado. — Ele apertou meu ombro. — Mas lembre-se: o destino não é fixo. São nossas escolhas que o moldam, a cada passo do caminho.

Com essas palavras, ele se levantou para sair. Na porta, parou e olhou para trás.

— Descanse bem. Amanhã será um novo começo.

Depois que ele saiu, fiquei acordado por muito tempo, pensando em suas palavras, no novo treinamento que me aguardava, e nos mistérios que pareciam se acumular ao nosso redor. Lá fora, a floresta estava silenciosa, mas de alguma forma, senti que era apenas a calma antes da tempestade.

Na manhã seguinte, acordei com o som de cascos no pátio. Levantei-me, sentindo-me consideravelmente mais forte, e fui até a janela. Meu pai estava montando seu cavalo, com uma pequena escolta de guardas ao seu redor. Minha mãe estava ao lado dele, segurando sua mão uma última vez antes da partida.

Vesti-me rapidamente e desci, mas quando cheguei ao pátio, a comitiva já havia partido. Apenas minha mãe permanecia, olhando para a estrada onde a poeira ainda não havia assentado.

— Ele já foi? — perguntei, aproximando-me dela.

Ela se virou, e pude ver que havia chorado, embora tentasse esconder.

— Sim. Ele queria deixá-lo descansar. — Ela forçou um sorriso. — Como se sente?

— Melhor — respondi honestamente. O elixir de Margareth havia feito maravilhas, e uma noite de sono tranquilo havia restaurado muito de minha força.

Minha mãe assentiu, mas seus olhos ainda estavam distantes, preocupados.

— Vamos entrar — disse ela, colocando o braço em volta dos meus ombros. — O café da manhã está pronto, e Vivian está ansiosa para vê-lo.

Enquanto caminhávamos de volta para a casa, notei algo estranho – minha mãe parecia... frágil. Não fisicamente, mas como se algo dentro dela estivesse quebrado. Lembrei-me das palavras de meu pai na noite anterior, pedindo-me para cuidar dela e de Vivian.

Na sala de jantar, Vivian já estava sentada à mesa, balançando as pernas impacientemente. Seu rosto se iluminou quando me viu.

— Eli! — Ela saltou de sua cadeira e correu para me abraçar. — Você está melhor? Pode fazer algum feitiço hoje? Pode me mostrar como fazer raios?

— Vivian! — repreendeu nossa mãe, mas com um sorriso. — Deixe seu irmão respirar.

Sentei-me à mesa, e pela primeira vez em dias, senti fome de verdade. Enquanto comíamos, Vivian continuou seu interrogatório, fazendo perguntas sobre feitiços, monstros e a Academia Arcana Real. Respondi o melhor que pude, simplificando conceitos complexos para que ela pudesse entender.

— Você vai me ensinar artes arcanas um dia, Eli? — perguntou ela, seus olhos grandes e esperançosos.

Antes que pudesse responder, nossa mãe interveio.

— Vivian, querida, há tempo para isso. Você ainda é muito jovem.

— Mas eu quero aprender agora! — protestou ela. — Quero ser forte como Eli e lutar contra monstros!

Vi um lampejo de dor nos olhos de minha mãe, tão breve que quase perdi.

— Há mais na vida do que lutar, Vivian — disse ela suavemente. — E há mais formas de ser forte do que através das artes arcanas.

Vivian fez beicinho, mas não insistiu. Depois do café da manhã, nossa mãe a levou para suas lições com a tutora, deixando-me sozinho com meus pensamentos.

Decidi dar uma volta pelos jardins, testando minha força recuperada. O ar fresco da manhã era revigorante, e cada passo parecia mais firme que o anterior. Estava admirando as rosas quando senti uma presença atrás de mim.

— Seu pai partiu — disse Margareth, sua voz me sobressaltando.

— Sim — confirmei, virando-me para encará-la. — Ele se foi ao amanhecer.

Ela assentiu, seus olhos examinando-me criticamente.

— Você parece melhor. O elixir funcionou bem.

— Sim, obrigado por isso, bisavó.

Ela dispensou meu agradecimento com um gesto.

— Não foi nada. Agora, vamos ao que importa. — Ela retirou o Cristal de Fluxo de dentro de suas vestes e o entregou a mim. — Coloque-o.

Obedeci, passando a corrente pelo pescoço. O cristal repousou contra meu peito, sua pulsação suave sincronizando-se gradualmente com meus batimentos cardíacos.

— Bom — disse ela, observando o cristal. — Agora, siga-me.

Ela me conduziu até um pequeno círculo de pedras no extremo leste do jardim, um local que eu raramente visitava. No centro do círculo, havia uma única pedra plana, como um altar primitivo.

— Sente-se — ordenou ela, indicando a pedra.

Sentei-me, sentindo a frieza da pedra através de minhas roupas. Margareth se posicionou à minha frente, seus olhos fixos nos meus.

— Feche os olhos. Concentre-se no cristal. Sinta sua pulsação.

Fechei os olhos, focando minha atenção no pequeno objeto contra meu peito. Sua pulsação era constante, rítmica, como um segundo coração.

— Agora, quero que você invoque uma pequena chama. Nada elaborado, apenas uma simples chama na palma de sua mão. Mas — sua voz ficou mais firme — quero que você sincronize a chama com o cristal. Ela deve pulsar no mesmo ritmo, crescer e diminuir com cada batida.

Concentrei-me, sentindo o calor familiar do Fogo respondendo ao meu chamado. Uma pequena chama surgiu na palma da minha mão, dançando suavemente.

— Não — disse Margareth imediatamente. — Você está forçando. Sinta o cristal, Elian. Deixe-o guiar o fluxo de energia.

Respirei fundo, tentando novamente. Desta vez, em vez de comandar o Fogo, tentei senti-lo, convidá-lo a seguir o ritmo do cristal. Lentamente, a chama começou a pulsar, crescendo e diminuindo em sincronia com o cristal.

— Melhor — aprovou Margareth. — Agora, mantenha-a assim. Constante, controlada, em harmonia com sua Força Vital.

O que parecia simples no início logo se tornou um desafio. Manter a chama pulsando exigia uma concentração constante, um equilíbrio delicado entre vontade e rendição. Depois de alguns minutos, senti gotas de suor formando-se em minha testa.

— Isso — disse Margareth, sua voz distante através da minha concentração. — Este é o Caminho do Fôlego Silente. Não é sobre poder bruto, mas sobre sustentação, controle, harmonia.

Não sei quanto tempo ficamos assim – eu mantendo a chama pulsante, Margareth observando em silêncio. Poderia ter sido minutos ou horas. Quando finalmente ela me instruiu a parar, meus músculos estavam tensos e minha mente exausta, mas de uma forma diferente da exaustão após usar a *Fulmínea da Ira Ígnea*. Era mais como o cansaço após um longo dia de estudo – mental, mas não debilitante.

— Você tem potencial — disse Margareth, e vindo dela, isso era um elogio significativo. — Mas ainda há muito a aprender.

Ela se sentou na pedra ao meu lado, olhando para o horizonte onde a floresta se encontrava com o céu.

— Bisavó — chamei quando ela já se afastava. — Meu pai mencionou que os símbolos que o druida encontrou o preocuparam, que havia semelhanças inquietantes. Isso tem a ver com algum perigo que a senhora enfrentou em sua longa vida?

Margareth parou, seu olhar se perdendo em algum ponto distante, como se revivesse eras passadas.

— Há muitos perigos neste mundo, Elian, alguns tão antigos quanto as próprias pedras sob nossos pés. Conhecimentos que foram selados porque são perigosos demais para serem usados.

Ela se virou para mim, seus olhos intensos.

— Em minha juventude, muito antes de seu avô nascer, eu e um grupo de Arcanistas ambiciosos... e tolos... buscamos um poder que não nos pertencia. Acreditávamos que podíamos desvendar segredos que haviam sido deliberadamente enterrados.

— O que era? — insisti.

— Um ritual antigo. — Sua voz baixou para quase um sussurro. — Um ritual para... tocar o véu entre os mundos, para extrair poder de fontes proibidas.

Senti um arrepio percorrer minha espinha.

— Isso é possível?

— Não deveria ser. — Seus olhos se estreitaram. — É contra as leis naturais, contra o equilíbrio. Mas alguém, há muito tempo, encontrou uma maneira. E deixou instruções.

— E vocês tentaram...

— Sim. — A palavra saiu como uma confissão dolorosa. — O ritual funcionou... de uma forma terrível. Liberamos algo que não podíamos controlar. Muitos se perderam naquele dia. Eu sobrevivi, mas carreguei as cicatrizes e a lição por toda a minha vida.

Ela se levantou abruptamente, como se quisesse se afastar fisicamente da memória.

— Isso é o suficiente por hoje. Amanhã continuaremos o treinamento. — Ela me entregou um pequeno livro encadernado em couro. — Seu diário arcano. Registre tudo – sensações, limites, flutuações. Seja honesto, principalmente consigo mesmo.

Peguei o livro, sentindo o peso do couro sob meus dedos.

— Bisavó — chamei novamente quando ela já se afastava. — Você acha que o que está acontecendo agora... tem relação com o que vocês encontraram?

Ela parou, mas não se virou.

— Espero que não, Elian. — Sua voz estava carregada de uma emoção que eu raramente ouvia nela. — Pelos deuses, espero que não.

Com essas palavras, ela se foi, deixando-me sozinho no círculo de pedras, com um diário vazio e perguntas sem respostas.

Naquela noite, após o jantar, encontrei minha mãe sozinha na biblioteca. Ela estava sentada em uma poltrona junto à lareira, um livro aberto em seu colo, mas seus olhos estavam fixos nas chamas, perdidos em pensamentos.

— Mãe? — chamei suavemente, não querendo assustá-la.

Ela se virou, forçando um sorriso que não alcançou seus olhos.

— Elian. Como foi seu dia com sua bisavó?

— Diferente — respondi honestamente, sentando-me na poltrona ao lado dela. — Ela está me ensinando um novo tipo de controle.

Minha mãe assentiu, mas pude ver que sua mente estava em outro lugar.

— Você está preocupada com pai — não era uma pergunta.

Ela suspirou, fechando o livro que nem estava realmente lendo.

— Sim. E com você. Com todos nós. — Ela olhou para mim, seus olhos brilhando com lágrimas contidas. — As coisas estão mudando, Elian. Posso sentir isso. Como... como antes de uma tempestade, quando o ar fica pesado e elétrico.

Peguei sua mão, surpreendendo-me com o quanto estava fria.

— Vai ficar tudo bem — disse, tentando soar mais confiante do que me sentia. — Pai voltará logo, e bisavó Margareth está aqui para nos proteger.

Ela sorriu tristemente, apertando minha mão.

— Você é tão parecido com ele. A mesma coragem, a mesma determinação. — Ela tocou meu rosto gentilmente. — Mas também tem algo de mim. Uma sensibilidade que seu pai às vezes não possui.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas o crepitar do fogo preenchendo a sala.

— Mãe — comecei hesitante —, você sabia sobre... o que pai e bisavó Margareth passaram? A história que ela me contou sobre o ritual antigo?

Sua expressão mudou sutilmente, uma sombra passando por seus olhos.

— Sim — respondeu ela simplesmente. — Seu pai me contou sobre a imprudência dele na juventude, e sua avó Margareth... bem, ela carrega muitas histórias de uma vida longa e cheia de provações. Ela me contou sobre o ritual há muito tempo. Seu pai queria que eu soubesse... no que estava me metendo ao entrar para esta família.

— E você ainda assim quis se casar com ele?

Ela sorriu, um sorriso genuíno desta vez.

— Claro. Eu o amava. Ainda amo. — Ela olhou para as chamas. — Além disso, todos cometemos erros, Elian. O importante é como respondemos a eles, como aprendemos e crescemos.

Assenti, pensando em minhas próprias imprudências recentes.

— Você acha que o que está acontecendo agora... — comecei, mas ela me interrompeu.

— Não sei, filho. E, honestamente, prefiro não especular. — Ela se levantou, ajeitando o vestido. — É tarde. Você deveria descansar. Sua bisavó provavelmente tem um dia exigente planejado para amanhã.

Ela se inclinou e beijou minha testa, como fazia quando eu era pequeno.

— Boa noite, meu filho. Durma bem.

Depois que ela saiu, fiquei na biblioteca por mais algum tempo, olhando para as chamas e pensando em tudo o que havia aprendido nos últimos dias. Finalmente, subi para meu quarto, levando comigo o diário arcano que Margareth havia me dado.

Sentei-me à escrivaninha, abri o diário na primeira página em branco e molhei a pena no tinteiro. Por um momento, fiquei parado, a pena suspensa sobre o papel, sem saber por onde começar.

Então, lentamente, comecei a escrever:

”Hoje aprendi que há mais de uma forma de ser forte. Que o verdadeiro poder não vem de explosões grandiosas de energia, mas do controle constante, da harmonia com a própria Força Vital...”

As palavras fluíram, e com elas, uma sensação de clareza que não havia sentido antes. Escrevi sobre o Cristal de Fluxo, sobre o Caminho do Fôlego Silente, sobre as revelações de meu pai e de minha bisavó Margareth. Escrevi sobre meus medos e esperanças, sobre o mistério que parecia estar se desenrolando ao nosso redor.

Quando finalmente coloquei a pena de lado, a lua já estava alta no céu. Fechei o diário, sentindo-me estranhamente leve, como se tivesse depositado um peso nas páginas.

Deitei-me na cama, o Cristal de Fluxo ainda pendurado em meu pescoço, sua pulsação suave me embalando para o sono. Antes de adormecer, tive um último pensamento claro:

Qualquer que fosse a tempestade que se aproximava, eu estaria pronto para enfrentá-la. Não com imprudência juvenil, mas com a força que vem do conhecimento, do controle e da compreensão.

E com essa resolução, mergulhei em um sono profundo e sem sonhos.

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