Anteriormente:
Fui teletransportado para um novo mundo. Um novo nome, um novo destino. Eu seria Zestial, o Deus da Criação, do Sol e dos Espectros Emocionais.
Atualmente:
A escuridão do nada deu lugar a uma floresta densa. O ar úmido carregava o cheiro de musgo, e insetos zuniam em um coro irritante. Olhei para minhas próprias mãos, agora envoltas por uma energia que pulsava como um coração vivo.
"Então… este é o começo."
Com um pensamento, ergui-me acima das árvores, cortando o céu como se a gravidade não existisse. De lá, contemplei o continente: rios, montanhas e aldeias me eram familiares. Sim, era o continente Shinobi. O tabuleiro estava posto.
Um Deus sem seguidores é apenas uma sombra. E eu não nasci para ser esquecido.
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Duas semanas depois
Meu palácio estava concluído. Uma fortaleza dourada e branca, suspensa no espaço, intocável, invisível até para olhos divinos. Lembrava o de Zeno-sama, mas com toques meus: colunas flamejantes de energia solar, jardins suspensos que respiravam vida, e corredores onde espectros emocionais dançavam como auroras.
Era perfeito. Mas um trono vazio não é nada sem quem ajoelhe diante dele.
Desci.
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A guerra já rugia quando toquei o solo. Aldeias queimavam, soldados gritavam, crianças choravam. As orações ecoavam não pelos templos, mas nos corações desesperados.
Eles me chamavam.
Irritado com a discórdia sem fim, decidi me revelar. Mas antes, uma arma seria necessária. Inspirado em Apolo, teci fios de criação e sol, uma homenagem aos fios de Ártemis, capazes de costurar realidade e luz. Com eles, forjei algo maior: um anel.
Um símbolo.
Um vínculo.
Uma prova de que Zestial não era apenas uma voz nas preces.
Vinte anos consumi na busca de materiais raros e no ato da forja. Para mim, tempo era apenas um detalhe, mas para os mortais… foi uma geração inteira de guerra. Suas orações, ano após ano, tornaram-se mais intensas, até que o momento perfeito chegou.
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A Revelação
Quando a lua se escondia atrás das nuvens, uma luz abrasadora irrompeu do céu. Soldados e camponeses, cansados da luta, caíram de joelhos. O calor da minha presença era suave, mas inescapável, como se o próprio sol tivesse descido.
E então, viram-me.
Olhos de arco-íris, cabelos multicoloridos que fluíam como fogo líquido, roupas divinas adornadas com magatamas. Eu era a personificação de algo que eles nunca haviam visto, mas sempre esperaram.
"Eu sou Zestial, o Deus da Criação, do Sol e dos Espectros Emocionais."
Um silêncio reverente dominou o campo até que um homem deu um passo à frente.
Era alto, cabelos negros desgrenhados, olhos cansados, mas cheios de determinação.
"Meu nome é Castiel. Sou líder deste pequeno grupo que há anos ora a qualquer divindade que os ouça. Hoje… o senhor respondeu. Suplico: ajude-nos a pôr fim a esta guerra."
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Olhei nos olhos dele. Não havia apenas fé — havia confiança.
"Se aderirem ao meu panteão, se espalharem meu nome, eu os ajudarei."
Castiel curvou-se sem hesitar. "Em nome de todos nós, eu juro. Nós o adoraremos como nosso Deus."
Sorrindo levemente, ergui o anel. Sua luz se dividia em milhares de cores, como se cada emoção humana estivesse ali, condensada.
"Este é o Anel da Confiança. Ele carrega em si o poder de todos os espectros emocionais. Apenas o mais confiante poderá usá-lo. Não confiança cega… mas fé em si mesmo e no caminho que escolhe."
O anel brilhou e, como se tivesse vontade própria, flutuou até Castiel, encaixando-se em seu dedo.
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A Armadura
Seu corpo estremeceu. Energia explodiu dele em ondas coloridas. Aos poucos, uma armadura etérea se formou: couraça azul, capa tripla branca, preta e dourada, manoplas vermelha e verde, olhos cintilando como cristais. No elmo, uma pluma arco-íris ardia como fogo vivo.
Castiel ajoelhou, sem palavras.
"Meu Senhor… eu me sinto mais poderoso do que jamais sonhei."
"Esse poder não é apenas seu. Ele é reflexo das emoções que governam o mundo. Vermelho da Ira, Azul da Esperança, Negro da Morte, Branco da Vida… cada cor tem seu preço e sua força. Descubra-as em batalha. O anel revelará seu potencial conforme sua necessidade."
Ele ergueu o punho, e a luz se expandiu, fazendo os soldados e camponeses caírem de joelhos em reverência.
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De repente, um camponês ofegante surgiu.
"Zestial-sama! Três dias! Uma última batalha decidirá quem governará nossos países. Eles lançarão tudo contra nós!"
Olhei para Castiel.
"Então aí está sua prova. Use o anel. Mostre ao mundo que um Deus caminha entre eles. Eu observarei… e, se necessário, intervirei."
Castiel curvou-se novamente, mas agora seus olhos ardiam com a chama de um novo propósito.
"Sim, meu Senhor. Pela primeira vez, eu acredito… eu vencerei."