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Chapter 15 - ENTRE A VIDA E A MORTE

O estado de Rachel era crítico. O exame médico indicava um corte profundo no pescoço, provocado por um objeto perfurante, que, embora não tivesse lesado gravemente a carótida, causará um severo choque hemorrágico. O cirurgião começou a suturar o vaso danificado enquanto o assistente administrava plasma e medicamentos cardíacos.

— Linda mulher, hein? — comentou um estudante de medicina que ajudava na cirurgia.

Depois do procedimento, Rachel foi levada, ainda em estado de choque, para um quarto particular. A pressão arterial continuava preocupantemente baixa.

— Mais plasma e coramina — instruiu o cirurgião. — Ela perdeu quase dois litros de sangue.

O obstetra, que assistia ao procedimento, comentou:

— Acho melhor avisarem a polícia. Vou ver uma paciente em trabalho de parto, mas volto mais tarde.

Após uma breve busca nos pertences de Rachel, o estudante encontrou um cartão de dentista com seu nome, confirmando sua identidade. Eram quase quatro da manhã quando o telefone de Alberto tocou, despertando-o bruscamente.

— Venha ao Hospital de Pronto Socorro, tentaram assassinar sua amiga.

— Raquel! — Alberto exclamou, e, sem mais perguntas, saiu apressado para o hospital.

No quarto de Rachel, o médico de plantão explicou os detalhes a Alberto. Rachel estava inconsciente, mas sua pressão havia subido um pouco, um bom sinal. Seu pai, Jairo Saturnino, e sua tia, Lia, já estavam ao lado dela, silenciosos e angustiados. Do lado de fora, Alberto conversou com o Inspetor.

— Será coisa do "inseto"? — Alberto murmurou, tentando entender a situação. — E o besouro? Ela deveria ter me avisado antes...

— Ou o aviso se perdeu, ou talvez o caso nem esteja relacionado ao "inseto". Rachel costumava se envolver com pessoas duvidosas... pode ter sido alguém desse círculo.

Mais tarde, o Inspetor sugeriu a Alberto que contactasse Cora e Dora Costa, a amiga com quem Rachel jogava pôquer. Em paralelo, decidiu procurar o obstetra que socorreu Rachel.

O amanhecer trouxe vida ao hospital: o tilintar de sinos ao longe e o movimento sutil de macas pelos corredores. Alberto, ao lado de Rachel, observou sua palidez e a cabeleira vermelha espalhada sobre o travesseiro, contrastando com os lençóis brancos. Ela murmurava palavras desconexas, sacudindo a cabeça, perdida em alguma lembrança ou pesadelo que Alberto não conseguia decifrar.

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