Capítulo 5 — Lâmina Negra e Juramentos
Dragon Silfer: Com prazer. Mas estou sem arma… me espera um instante.
Dragon Silfer vasculhou a floresta e pegou do chão um galho de meio metro, grosso como um ovo de pombo. Cobriu dois dedos com Haki do Armamento e esfregou a superfície duas vezes, deixando-o liso.
Dragon Silfer (balançando o galho no ar, satisfeito): Vou te chamar de Espada Famosa: Kisame.
Segurando a "Kisame" com uma mão, ele a apontou para Zoro, sorrindo.
Dragon Silfer: Estou pronto. Venha!
Esse cara é mais arrogante que o Falcão de Olhos… Será que todo espadachim é assim? O próprio Zoro percebeu a ironia do pensamento.
Zoro (olho contraindo): Vai lutar comigo usando um galho que pegou do chão?
Dragon Silfer (tranquilo): Fica calmo. É uma "espada famosa de alto grau" que, com sua força atual, você não consegue partir. Vá com tudo.
Zoro (cerrando os dentes, flexionando as pernas): Tem limite pra me subestimar. Vou partir sua "espada famosa" num golpe. Se eu te cortar ao meio, só prova que você não era grande coisa.
Dragon Silfer (de leve): E se eu continuar vivo?
Zoro (grave): A partir de agora, se você sobreviver, eu vou reconhecê-lo como meu companheiro.
Zoro avançou num corte diagonal de cima para baixo.
Zoro: Estilo de Uma Espada: Corte da Lua!
Dragon Silfer manteve-se parado, sorrindo. A Wado Ichimonji desceu tão perto que ele via o próprio reflexo no brilho da lâmina. Só então a "Kisame" subiu de leve para aparar.
Um impacto seco ecoou. A força que veio pela "Kisame" superou completamente a expectativa de Zoro e o arremessou para trás. Ele deu dois giros no ar, amorteceu e pousou de pés no chão. Ao tocar o solo, olhou imediatamente para a mão de Dragon Silfer.
Zoro (atônito): I-isso é impossível…
O galho na mão do outro continuava intacto. Zoro não tinha dúvidas de que Dragon Silfer era forte — mas nem um galho ele conseguia cortar? A diferença é tão grande assim? Eu prometi ao Luffy que não perderia mais até derrotar o Mihawk e me tornar o maior espadachim… e vou perder de novo?
Percebendo a turbulência no coração de Zoro, Dragon Silfer não apertou o cerco. Ele ergueu levemente a "Kisame".
Dragon Silfer: Zoro, não se prenda ao resultado. Esta luta é injusta. Eu uso técnicas de combate que você ainda não enfrentou. Olhe bem: notou algo diferente no galho?
Zoro conteve a frustração e observou. Sem perceber, o galho havia escurecido — negro como ferro.
Dragon Silfer (recolhendo e liberando o Haki para demonstrar): Isso é uma forma de Haki do Armamento. Ao revestir a arma, você a torna mais forte e resistente. No instante do choque, eu cobri a "Kisame" com Haki. Você, que ainda não domina essa técnica, mesmo com uma espada afiada, não consegue partir um galho "frágil".
Dragon Silfer (semicerrou os olhos): Derrota não é só cair no chão. Se a arma em sua mão é lascada pelo inimigo, isso também é desonra para um espadachim. Só dominando essa técnica — capaz de transformar qualquer lâmina em lâmina negra — é que você pisa de fato no patamar de um grande espadachim.
Lâmina negra… Zoro imediatamente lembrou da figura que o lançou ao desespero pela primeira vez: Dracule "Hawk Eyes" Mihawk. A arma dele… era uma lâmina negra.
Dragon Silfer: O maior espadachim do mundo, Mihawk, domina isso à perfeição. Uma espada comum nas mãos dele vira uma lâmina incomparável. Até um golpe "simples" produz poder imenso. Se você quer alcançá-lo, precisa dominar isso.
Dragon Silfer então balançou casualmente a "Kisame", envolta em Haki, em direção ao solo. O chão tremeu; abriu-se um sulco profundo entre os dois.
Zoro não recuou, mas o horror brilhou em seus olhos.
Dragon Silfer (fincando a "Kisame" no chão e voltando a sentar na pedra): A diferença entre nós, por enquanto, é como esse desfiladeiro.
Zoro (respiração longa, firme): Eu perdi.
A mão dele tremeu ao embainhar a Wado Ichimonji.
Zoro (sério): Dragon Silfer, qual é a diferença entre você e o Mihawk?
Dragon Silfer (pensativo, sorrindo depois): Entre grandes espadachins… só se sabe testando.
Zoro decidiu em silêncio: Antes de alcançar o Mihawk, vou derrotar o Dragon Silfer.
Zoro (voz mais baixa): Dragon Silfer, posso aprender o Haki do Armamento com você?
Dragon Silfer (sincero): Por que não? Já não somos companheiros? Quanto mais fortes meus companheiros, mais seguro eu fico.
O rosto de Zoro corou. Dragon Silfer já o considerava companheiro, mas ele ainda desconfiava do recém-chegado. Encarou a verdade e se curvou ao erro.
Zoro (firme): Desculpa, Dragon Silfer. Antes, temi sua força, suspeitei das suas intenções e não o tratei como companheiro. A partir de agora, não vou duvidar de você. Quero aprender o Haki do Armamento… e usar o Haki que você me ensinar para te vencer!
Dragon Silfer (sorriso curto, apontando para o galho): Vou levar essa "espada preciosa" pro Going Merry e usá-la nos treinos, pra te motivar. No dia em que você conseguir cortá-la, terá dominado o Haki do Armamento.
Zoro (encarando a "Kisame" com respeito): Combinado!
No caminho de volta, Sanji andava pela mata com um cigarro nos lábios. Ao cruzar com um certo cabeça-de-alga visivelmente perdido, lançou o deboche habitual:
Sanji: Yo, perdido de novo, cabeça de alga? O navio é pra sua direita.
Zoro: Sobrancelha de miojo tarado, eu só estou dando uma volta!
Zoro percebeu que Sanji seguia na direção onde Dragon Silfer estava e entendeu o motivo.
Zoro (mão no cabo da espada, de soslaio): Vai atrás do Dragon Silfer?
Sanji (assoprando um anel de fumaça): Ele não é uma beldade. O que eu ia querer com ele? Os temperos do navio estão acabando; vou procurar na ilha.
Zoro (desdenhoso): Se quiser apanhar, força. Metade-morto não serei eu.
Sanji (rindo pelo canto): Parece que alguém já apanhou. Fica tranquilo: eu não sou você. Não faço idiotice.
Sanji virou-se e foi embora, sem paciência para o espadachim. Zoro observou a silhueta sumir, bufou e seguiu para a esquerda.
Zoro (convencido consigo mesmo): O navio é por aqui. Desta vez eu acerto.
Capítulo 6 — O Banquete e o Desafio do Cozinheiro
Seguindo o sulco e o desfiladeiro recém-abertos, Sanji caminhava, observando os arredores. Logo à frente, viu um homem sentado de pernas cruzadas sobre uma pedra, olhos fechados em meditação. É assim que ele fica tão forte? Treinando em qualquer lugar, a qualquer hora? Sanji tragou o fim do cigarro, soltou a fumaça e ficou calado.
Graças ao aviso do Haki da Observação, Dragon Silfer já havia identificado quem se aproximava. Sem abrir os olhos, ainda em estado de Satori, ele simulava lutas na mente usando Exoesqueleto e Técnica das Pernas Negras contra inimigos imaginários.
Dragon Silfer: É o Sanji?
Sanji (casual): Sou eu. Dragon Silfer, como cozinheiro dos Chapéus de Palha, tenho o dever de saber se você tem restrições alimentares. Que comidas você gosta muito e quais detesta?
Dragon Silfer (sorriso de canto, olhos ainda fechados): Detesto alface. Gosto de todas as sobremesas e odeio sabores amargos.
Gentil e meticuloso, como eu imaginava… mal pensou isso e ouviu a risadinha travessa de Sanji.
Sanji (mãos esfregando, tom malicioso): Ah, então você odeia isso, hein? Alface? Beleza. Todo dia, depois que você embarcar de vez, faço salada especial de alface pra você! E várias sobremesas amargas. Hehe. Fica tranquilo! Como único cozinheiro a bordo, vou "cuidar" bem de você!
O canto dos lábios de Dragon Silfer deu duas tremidas. Acho que me precipitei na avaliação…
A simulação de Satori terminou; sua compreensão do Exoesqueleto e da Pernas Negras se aprofundou. O nível avançado de chutes estava prestes a romper para nível perfeito.
Dragon Silfer abriu os olhos e encarou Sanji. Por um instante, um olhar frio e inumano deixou Sanji atônito.
Sanji (pensamento): Esses olhos… tão frios…
O corpo de Sanji enrijeceu, o olhar desviou. Por um segundo, a visão de Dragon Silfer se sobrepôs às imagens dos dois irmãos de Sanji — olhos sem emoção, quase sem coração.
Será que ele também é um humano modificado? Sanji cerrou os dentes, tomou coragem e o fitou de novo. Desta vez, encontrou os olhos levemente curvados, um sorriso tranquilo. Ilusão? Não sabia. Mas tinha certeza de uma coisa: aquele homem era perigoso.
Sanji (respirando fundo, calmo): Seja qual for o seu propósito, não machuque a Miss Nami. Ou eu vou caçar você até os confins do mundo.
Dragon Silfer (sacudindo a cabeça, erguendo-se e alongando as pernas): Vocês me entendem mal. O quê? Também quer lutar comigo?
Sanji (desdenhoso): Não sou como o espadachim cabeça-de-alga. Não saio lutando por aí. Sem o amor de uma bela dama, batalha não tem sentido.
Dragon Silfer (dando de ombros): Então veio só pra me azedar?
Sanji (riso frio, virando as costas): Claro. Lembre-se: ofender o cozinheiro no mar é ato de gente muito burra.
Dragon Silfer (ao longe): Sanji, na verdade… eu também cozinho.
Sanji parou e se virou, surpreso.
Sanji: Você também é cozinheiro? Ou essa sua habilidade vem daquela tal Fruta do Talento que o Luffy comentou?
Dragon Silfer (lembrando da história que contou ao Luffy, assentindo): Sim. Sou um Homem do Talento: basta ver para aprender.
De certo modo, não era mentira — ele realmente aprendia ao ver, graças ao Sistema de Compreensão Nível-Deus, não por uma Akuma no Mi.
Sanji (suspeitoso): Uma fruta tão absurda assim existe? Aprender só de olhar?
Dragon Silfer (em tom provocativo): Não acredita? Que tal competirmos hoje à noite, no banquete? Vemos de quem a comida é melhor. A Nami julga.
A chama competitiva acendeu nos olhos de Sanji.
Sanji (apontando o dedo): Dragon Silfer! O prato favorito da Nami-san vai ser feito por mim! Se prepara pra admitir a derrota!
Dragon Silfer (sorrindo): Certo. Te vejo no banquete.
Sanji girou o corpo e avançou decidido para o interior da ilha em busca de ingredientes frescos.
Dragon Silfer (observando-o partir, com leve riso): Esses Chapéus de Palha são todos muito interessantes.
Ele voltou a se sentar na pedra, fechou os olhos e mergulhou em Satori. Ainda faltavam algumas horas para escurecer — tempo suficiente para compreender e aperfeiçoar técnicas.
Mais ao fundo da ilha, Sanji perseguia um javali em fuga.
Sanji: Carne de javali fresca! Não foge!
Quando estava quase alcançando, uma certa silhueta de cabeça-de-alga surgiu no canto do olho. Sanji bufou.
Sanji (pensando): Eu falei o caminho pro navio… Como é que ele tá indo cada vez mais pro interior? O navio fica no mar, idiota!
Nesse instante de distração, o javali entrou num oco de árvore e ficou tremendo lá dentro.
Sanji se ajoelhou à boca do tronco e gritou:
Sanji: Não adianta se esconder! Eu sei que você tá em casa!
Zoro mastigava um talo de grama por perto, se divertindo com a cena.
Zoro (provocando): Ei, cozinheiro. Nem comida você consegue pegar? E ainda se diz cozinheiro?
Ele desembainhou a Wado Ichimonji e fez dois cortes secos no tronco. A árvore, grossa como três homens, partiu-se ao meio, expondo o oco. O javali olhou para os dois, com cara de coitado, enquanto eles sorriam de jeito nada confiável.
Na praia da ilha, o aroma de carne assada se espalhava. Mesas, cadeiras e tochas estavam prontas. A tripulação se reuniu em volta de dois espetos: um javali e um peixe gigante.
Sanji girava cuidadosamente o javali, dourado e suculento. Em dias normais, já teria gente em volta — e ele teria que vigiar o Luffy para não engolir o porco de uma vez. Mas hoje, todos estavam reunidos ao redor do peixe.
O espeto do peixe era controlado por Dragon Silfer, que, de olhos semicerrados e sorriso tranquilo, pincelava um molho secreto de mel e ervas. O perfume ficou ainda mais intenso, deixando a galera salivando.
Luffy (boca escancarada): Que cheiro bom!
Usopp engolia seco, mas mantinha um olho no abismo que era a boca do Luffy, com medo de cair lá.
Luffy (olhos arregalados, cobiçando o peixe): Dragon Silfer! Rápido! Eu não aguento! Tá muito bom!
Usopp (tramando): Luffy, segura a onda. Não conhecemos bem o Dragon Silfer ainda. E se ele pôs veneno? Deixa eu provar primeiro. Se eu ficar bem — e bem alimentado —, aí você come.
Nami (martelando o nariz do Usopp): Usopp! Não fala assim do senhor Dragon Silfer!
Usopp (ofendido, esfregando o nariz): Nami, eu sou seu companheiro! O Dragon Silfer é só o novato!
Zoro (virando o saquê): Parece que o cozinheiro idiota já perdeu.
Enquanto discutiam, Dragon Silfer polvilhou pimenta em flocos no peixe e assentiu, satisfeito.
Dragon Silfer: Pronto! Podem comer!
Luffy (explodindo de alegria): Finalmente!
Ele esticou os braços e arrancou um pedaço generoso do peixe, jogando na boca. Estrelas brilharam nos olhos.
Luffy: UAAAA! DELICIOSO!
Usopp cortou um pedaço dourado e, quando ia provar, Luffy surrupiou na cara dura.
Usopp (furioso): Luffy! Roubando minha comida de novo?! Toma essa — Estrela de Pimenta!
Com um estalo de estilingue, uma Estrela de Pimenta voou direto na boca escancarada do Luffy — junto com o peixe. Um segundo depois, a pimenta explodiu.
Luffy (desesperado): Aaaaah! Picante! Água, água!
Usopp (orgulhoso): É isso que acontece quando rouba a comida do grande Usopp!
Depois de provar, Usopp ficou bambo de prazer.
Usopp: Que peixe perfumado! Melhor que o do Sanji!
Sanji, terminando o javali, rangeu os dentes enquanto olhava o sorriso de Dragon Silfer. Um senso de crise lhe subiu à garganta. Esse Dragon Silfer… conquistou o estômago desses canalhas com um peixe assado só.