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Chapter 16 - Capítulo 16 – O Olhar do Verdadeiro Deus

"Movimentar o Qi e o sangue… que maravilha!" Chen Shi ficou animado, concentrou a mente na palma da mão e viu sua mão direita inflar como um balão, cheia de força.

Ele pegou a pedra que havia quebrado antes, apertou com força — crack! — a pedra se despedaçou facilmente, reduzindo-se a pó após algumas fricções.

Pegou outra pedra e a esmagou contra a mão — mesmo assim, não sentiu dor alguma!

"Enquanto o Qi e o sangue fluírem para uma parte do corpo, ela pode se tornar maior, mais forte, e sem dor!"

Pensando nisso, Chen Shi começou a mover o fluxo de Qi e sangue por todo o corpo, testando os efeitos em diferentes partes.

Descobriu que, ao concentrá-los nas articulações e tendões do braço, o membro podia se estender quatro ou cinco polegadas em um instante!

Quando moveu o Qi e o sangue para a espinha, fortalecendo músculos e ossos, ouviu sons de estalos dentro do corpo — e cresceu meio pé de altura num piscar de olhos!

Sentindo vontade de urinar, teve uma ideia repentina: moveu o Qi e o sangue para lá. O "órgão" inchou rapidamente, e Chen Shi, empolgado, exclamou:

"Agora posso mijar mais longe! Ninguém na aldeia vai mijar mais longe do que eu!"

Depois, canalizou o Qi para o pescoço, que ficou muito mais grosso.

"Da próxima vez que alguém tentar me estrangular, vai ter trabalho!"

Animado, fez o Qi e o sangue subirem até a cabeça — e, de repente, tudo escureceu. Caiu duro no chão, inconsciente.

Ninguém sabe quanto tempo passou. Quando Chen Shi recobrou a consciência, seus olhos estavam arregalados e sua mente, completamente em branco.

Depois de um bom tempo, piscou os olhos e lembrou do que havia feito antes.

Nunca mais ousaria mover o Qi e o sangue para a cabeça.

A cabeça é o centro dos seis yang; mover o Qi para lá é extremamente perigoso — um deslize poderia causar desmaios, alucinações, até hemorragia cerebral.

Como cultivava sozinho e com uma técnica incompleta, era natural encontrar perigos assim.

"Sem a versão completa da Técnica da Energia Pura dos Três Brilhos, não dá. Não conheço as restrições da prática, e um erro pode me levar à possessão demoníaca. Mas, com minha força atual, ainda não consigo ler toda a inscrição diante do Túmulo do Verdadeiro Rei."

Quando estava prestes a continuar treinando, percebeu o céu lá fora tingir-se de vermelho-escuro. Chamas celestiais se espalhavam por milhões de quilômetros, formando um pôr do sol magnífico.

O coração de Chen Shi se apertou. Aquilo significava que o Verdadeiro Deus lá fora estava fechando os olhos — e as chamas sob suas pálpebras se derramavam, incendiando o céu a oitenta li acima da terra. Um presságio terrível.

Esse fenômeno significava que a noite estava chegando.

E quando a noite caía, as criaturas malignas vagueavam pelas montanhas!

"Devo ter ficado inconsciente por muito tempo. Preciso voltar para casa logo."

Levantou-se e saiu do templo. O céu ficava cada vez mais vermelho, e as chamas celestes estavam prestes a se apagar.

Com suas pernas atuais, ele jamais alcançaria a aldeia antes do anoitecer — talvez nem chegasse ao sopé da montanha.

"Melhor opção: passar a noite aqui no templo."

Hesitou por um momento e decidiu: "Se eu ficar, talvez sobreviva. Se descer, certamente morrerei."

Sabia muito bem quão perigosas eram as montanhas sob o luar.

Trancou portas e janelas, empilhou pedras grandes para reforçar a entrada. Trazia consigo uma caixa de livros — dentro dela, alguns talismãs de pêssego.

Seu avô, sabendo que ele vinha a esse templo arruinado para cultivar, insistiu que trouxesse os talismãs.

Chen Shi os pendurou nas janelas e no teto, cobrindo até as rachaduras. O templo era velho, cheio de buracos, o vento passava por todos os lados.

Desceu do telhado, acendeu uma fogueira, aqueceu um pouco de comida seca e comeu depressa.

Mas logo trovejou — e começou a chover. A água caiu grossa e pesada, apagando a fogueira.

Ele se moveu para evitar a chuva, mas esta só piorava. Logo o templo inteiro estava alagado, restando poucos lugares secos.

Dormir? Impossível.

"Quando o tempo melhorar, vou contratar um pedreiro para consertar este templo. Assim posso treinar aqui com mais conforto."

O luar foi encoberto pelas nuvens. Lá fora estava completamente escuro.

Sem lua, os espíritos malignos não sairiam — o que era um alívio.

Já que não podia dormir, decidiu continuar cultivando.

Ativou a Técnica da Energia Pura dos Três Brilhos — luz estelar, solar e lunar se reuniram, pequenos pontos brilhantes flutuando ao redor, unindo-se até formar sete estrelas dispostas como a constelação da Ursa Maior, temperando seu corpo.

Não se sabe quanto tempo passou, mas o templo começou a brilhar. Chen Shi olhou ao redor, procurando a fonte da luz — e ficou paralisado.

Em plena noite, com chuva torrencial e relâmpagos, um raio de luz solar atravessava o teto e iluminava o interior!

Ele esfregou os olhos — sim, era realmente luz do sol!

Olhando para fora, via apenas escuridão — chuva pesada, trovões, vento uivante, não se enxergava nem um palmo à frente.

Mas dentro do templo, o sol brilhava como se fosse dia!

A água da chuva caía através da luz dourada, cintilando no chão.

"Que diabos é isso?"

Para ele, fantasmas e deuses eram comuns — mas isso era diferente.

"O interior e o exterior… são tempos e espaços diferentes!"

Seu coração disparou. Ele já suspeitava disso antes — e agora essa luz confirmava.

Seguindo o feixe, viu um céu azul e límpido do outro lado.

Não era o mesmo céu do Continente Xiniuzhou!

E lá estava também… um outro sol.

Dourado, pequeno, como um disco reluzente.

Mas a energia que emanava dele — podia ser usada para cultivar!

Com essa luz, sua técnica fluía com muito mais facilidade. A purificação da Ursa Maior se acelerou — ele podia sentir: a eficiência aumentara em quase 40%!

"Incrível… Então este é o verdadeiro sol? E a lua que minha técnica atrai — também vem daquele espaço? Será que aquele é o verdadeiro sol e a verdadeira lua?"

Pensou consigo mesmo. Talvez os "sol e lua" citados na Técnica dos Três Brilhos fossem os de outro mundo.

Será que os antigos do Continente Xiniuzhou viam aquele sol e lua? Por isso criaram palavras como nascer e pôr do sol, lua cheia e minguante?

O que aconteceu depois para que o sol e a lua desaparecessem?

Como o Verdadeiro Deus tomou o lugar deles?

E por que aquele templo podia se conectar a esse outro espaço, deixando a luz atravessar?

Quem era o deus que era adorado ali?

Por que o templo emergiu do subsolo recentemente?

Teria relação com o estranho escurecimento precoce do céu há alguns dias?

"Se ao menos o vovô estivesse aqui… ele saberia… não, ele só mandaria eu dobrar a dose de remédios à noite!"

Chen Shi sacudiu a cabeça e voltou a cultivar, deixando as perguntas de lado — pensar nelas não traria respostas.

Aos poucos, entrou em um estado entre o sono e a vigília. Sua respiração se acalmou, o Qi dos Três Brilhos fluía ordenadamente, e as sete estrelas giravam em torno dele.

A chuva durou a noite inteira e só cessou pela manhã. Chen Shi, após uma noite de cultivo, não sentia cansaço algum — pelo contrário, estava revigorado, como se tivesse avançado o equivalente a dez dias de prática.

"Fiquei fora a noite inteira… o vovô deve estar preocupado!"

Desfez o selo da porta, saiu e encontrou o ar cheio de névoa e umidade.

"Au! Au!"

Um grande cão negro o esperava na entrada — era o Panela Preta.

Chen Shi correu até ele, rindo: "Panela Preta! Foi o vovô que te mandou me buscar? Aposto que ele está preocupado. Há quanto tempo você chegou?"

O cachorro abanou o rabo, feliz, circulando ao redor dele.

Juntos, começaram a descer a montanha. Mesmo com o solo escorregadio, Chen Shi sentia o corpo leve — caminhava com facilidade.

"Quando chegarmos, vou pedir dinheiro ao vovô. Quero contratar pedreiros para reformar o templo e treinar lá com frequência."

Ele riu e disse ao cachorro: "Tenho guardado muito dinheiro com ele. Você acha que ele vai me dar?"

O Panela Preta abanou o rabo como um moinho e latiu: "Au!"

"Errado!" Chen Shi riu. "O vovô disse que esse dinheiro é para o meu casamento. Se eu pedir, ele vai dar!"

"Au! Au!"

"Como assim ele já gastou? Impossível!"

"Au, au au!"

"Para com isso, o vovô nunca enganaria o neto!"

Conversando e rindo, homem e cachorro se afastavam das montanhas rumo à Vila Huangpo.

De repente, o céu ficou brilhante demais. Chen Shi e o cachorro ergueram o olhar — e congelaram.

Um feixe intenso de luz rasgava o céu. Parecia uma rocha flamejante caindo dos céus, rompendo a abóbada celeste e vindo direto em sua direção!

A estrela incandescente passou sobre suas cabeças, deixando uma longa trilha de fumaça antes de colidir com as montanhas distantes — bem onde ficava o templo!

O impacto explodiu em uma labareda gigantesca. Rochas imensas voaram em todas as direções.

A montanha que emergira do subsolo foi cortada ao meio em um instante.

Panela Preta se lançou sobre Chen Shi, derrubando-o no chão, e ambos rolaram para dentro de uma vala profunda à beira da estrada.

"Whoosh—!"

Um vendaval abrasador passou sobre eles, incendiando as árvores ao redor como tochas vivas.

Felizmente, após a noite de chuva, a vala estava cheia de água. Homem e cão mergulharam — e escaparam de virar cinzas.

BOOM!

A explosão sacudiu a terra. O chão tremeu tanto que a água quase fez os dois cuspirem sangue.

Logo depois, pedras começaram a cair do céu como chuva.

Mas, mergulhados, já não corriam perigo.

Quando o bombardeio cessou, Chen Shi e Panela Preta emergiram, exaustos e encharcados.

Olharam ao redor — árvores tombadas, troncos queimados, fumaça azulada subindo do chão. As plantações estavam destruídas, e enormes pedras haviam rolado pelos campos, arando o solo como pinceladas tortas de um gigante.

Ao longe, a montanha — que antes tinha cem metros — agora só tinha metade. O corte era irregular, como se mordido por um cão.

O pequeno templo misterioso fora reduzido a pó.

A montanha que emergira do subsolo — agora, apenas ruínas.

"Por… por quê…?" murmurou Chen Shi.

Olhou para o céu — dois sóis brilhavam intensamente.

Eram os dois olhos do Verdadeiro Deus, observando o mundo.

Nada escapava ao seu olhar.

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