As sirenes cortavam o ar. A rua ainda ardia em fumaça, os civis gritavam o nome de "NeoImagix", mas os olhos dos heróis licenciados eram frios e pesados.
— Menor de idade, agindo sem licença… — murmurou um deles. — É um vigilante. Temos que levá-lo.
Izuku recuou um passo, ofegante. O bastão de jade ainda brilhava em sua mão, mas seu corpo tremia com o esforço da batalha. O temporizador de cinco minutos já ecoava em sua mente, cada segundo um peso prestes a esmagá-lo.
— Yuan… o que eu faço?! — pensou em desespero.
A voz calma do Kwami soou dentro dele:
— Você já fez o que precisava: salvou. Agora, sobreviva.
Um herói de captura avançou com correntes metálicas. Izuku instintivamente ergueu o bastão.
— Originar!
As correntes de jade se expandiram, chocando-se contra as do herói e explodindo em estilhaços luminosos. Izuku aproveitou a abertura para correr, seu traje iluminando os becos enquanto saltava sobre muros e telhados.
— Parem ele! — gritaram atrás dele.
As sirenes ecoavam cada vez mais perto. Izuku respirava fundo, mas cada salto o aproximava do limite da destransformação. A energia do bracelete pulsava, avisando que estava prestes a apagar.
Ele alcançou um terraço mais alto, olhando a cidade abaixo. Parte do público ainda o ovacionava à distância, mas agora as notícias já começavam a pipocar nas telas de celulares:
"Novo vigilante ou vilão? Quem é NeoImagix?"
Izuku caiu de joelhos, o bastão se desfazendo em pó de jade. Em um clarão, seu traje desapareceu. Yuan surgiu ao seu lado, bocejando.
— Foi por pouco… — disse o pequeno panda, pousando no ombro do garoto. — Se tivesse usado mais, teria apagado a si mesmo junto com o poder.
Izuku segurou o bracelete contra o peito, o coração acelerado. — Eu só queria ajudar… mas para eles, eu sou um criminoso.
Yuan o encarou com seus olhos serenos.
— Ser herói não é sobre reconhecimento, Izuku. É sobre continuar, mesmo que o mundo não acredite em você.
No horizonte, as sirenes continuavam a buscar o "vilão misterioso". Izuku, escondido na sombra, sabia apenas uma coisa:
Ele já não podia voltar atrás.
O primeiro passo havia sido dado.
Continua…