— Olha só, já são amigos! — exclamou Noah, ajoelhado ao lado de Zeus e Simba, enquanto a chuva fina dançava no ar.
O pequeno leão, agora acomodado ao lado do grande doberman negro, roçava o focinho na pata do novo companheiro com delicadeza. Zeus, por sua vez, permanecia imóvel, com os olhos atentos, mas tranquilos. Aquilo não era apenas um gesto instintivo. Era conexão.
Noah sorriu, sentindo um calor inesperado aquecer o peito. Vestia um moletom encharcado e calça militar escura, o capuz já caído sobre os ombros. Seu cabelo castanho ondulado, preso num coque baixo improvisado, escorria pingando.
Mesmo no caos, mesmo entre escombros e incertezas… ainda havia espaço para esperança.
Aquela troca silenciosa entre dois animais de espécies diferentes dizia tudo: a amizade podia nascer mesmo onde a destruição reinava.
Enquanto isso, em uma zona mais afastada, Bonnie avançava com passos silenciosos por uma rua ladeada de postes caídos e carros abandonados. A cada estalo de metal ou sopro de vento, seus ombros se encolhiam. Tinha pele clara e cabelos loiros ondulados, presos numa trança lateral. Usava um casaco rosa pálido, agora manchado de barro, e botas pretas de couro velho.
Misty, sua gata cinza de pelos longos, estava encolhida nos braços dela, ronronando baixinho. As orelhas da felina giravam conforme captavam os sons ao redor.
— Será que tem alguém aqui, Misty? — sussurrou, olhando ao redor com ansiedade.
Misty respondeu com um miado suave, enterrando o focinho no casaco da dona. O gesto fez Bonnie apertar os lábios, buscando manter a compostura.
De repente, um som suave—quase um choro—quebrou o silêncio. Bonnie parou imediatamente, o coração acelerado. Seus olhos correram pela rua e então… ela viu.