A empolgação de ter encontrado o local perfeito para a loja, a antiga e empoeirada loja de pergaminhos, durou até a hora de fechar negócio. A realidade, sempre mais cruel do que a fantasia, me atingiu em cheio. Eu não tinha um único Ryō no bolso. Minha aparência era a de um ninja excêntrico, mas meu saldo bancário era o de um civil desempregado. Morgan Freeman, na sua infinita sabedoria cósmica, havia me dado as ferramentas, mas esquecido o mais básico: o dinheiro.
Voltei para a pousada com um humor azedo. Sentei-me na cama, olhando para o teto e bufando, imaginando como o "Deus" de um universo inteiro poderia ser tão esquecido. Foi nesse momento que um brilho dourado e suave preencheu o quarto. Um pergaminho, selado com um símbolo intrincado que lembrava a "M" de Morgan Freeman, materializou-se no ar e pousou na minha mão.
Abri o pergaminho. Dentro, não havia uma mensagem longa, mas um tipo de contrato de depósito. Uma quantia generosa de Ryō seria transferida para minha conta assim que eu a criasse. Junto a isso, uma nota de rodapé com a caligrafia de Morgan: "Pequena falha de cálculo. Considere isso como um adiantamento. E não gaste tudo com dango." - M.F.
Um misto de alívio e exasperação me atingiu. "É claro que você esqueceria", murmurei para o nada, um sorriso involuntário no rosto. Com o pergaminho em mãos, paguei minha estadia na pousada e me dirigi ao banco ninja, criando uma conta e recebendo a quantia. O valor era mais do que suficiente para comprar a loja e ainda me manter por um bom tempo, até que o negócio de Kekkei Genkai começasse a render.
Com o dinheiro garantido, voltei ao prédio abandonado. O antigo proprietário, um senhor com a barba grisalha e olhos cansados, parecia mais do que feliz em se livrar do local. Ele me olhou de cima a baixo, confuso com minhas vestimentas, mas o brilho do dinheiro em minhas mãos superou qualquer desconfiança. "É seu, rapaz. Espero que tenha mais sorte do que eu", ele disse, pegando as notas com as mãos trêmulas e se afastando rapidamente.
Com a chave na mão, entrei no que agora era meu. A poeira flutuava no ar, e o cheiro de mofo e papel velho era forte. O Sistema, no entanto, já me mostrava um plano de remodelação, com opções de design e otimização de espaço. O potencial era imenso.
Enquanto o Sistema traçava os planos, minha mente, sempre em movimento, já estava em outro lugar. Naruto. O herói do mundo, o Jinchūriki da Kyuubi, o ninja mais surpreendente da história. E, ironicamente, o único de seus amigos próximos que não possuía uma Kekkei Genkai. O clã Uzumaki era conhecido por sua imensa reserva de chakra, suas habilidades de selamento e a longevidade, mas não por um poder ocular ou elemental. A ironia era cruel.
Uma ideia começou a crescer em minha mente. Por que simplesmente vender uma Kekkei Genkai existente? Por que não criar uma nova, exclusiva para o clã Uzumaki? Uma habilidade que complementaria o imenso chakra e as capacidades de selamento, que poderia se manifestar como um poder único. Algo que o tornaria mais do que apenas o Jinchūriki.
Abri a aba de Criação novamente, mas dessa vez, não pensei em combinações elementais. Eu pensava em chakra puro, em vitalidade e selamento.
"A primeira Kekkei Genkai que vou vender, ou melhor, dar, será para o próprio Naruto," pensei. "Uma habilidade que eu vou criar do zero. Uma para o clã Uzumaki, a Linhagem da Raposa."
A missão seria complexa, mas a empolgação de moldar o destino do protagonista era irresistível. O mundo de Naruto estava prestes a ter mais um jogador, um vendedor de poderes, com um plano ambicioso e uma Kekkei Genkai novinha em folha para o herói.